Antigo goleador do Boavista e do E. Amadora na corrida à presidência do Vitória da Bahia

Goleador inesquecível em Portugal, com épocas lendárias no E. Amadora e Boavista, apesar de ter passado também por Benfica e Belenenses, podendo orgulhar-se de ter ganho duas Taças pelo conjunto da Reboleira e pelos axadrezados, Ricky mantém uma ligação curiosa ao futebol, residindo em Salvador da Bahia, e mantendo uma ligação profunda ao Vitória, já que o nigeriano saiu de África para triunfar no Brasil, virando ícone dos baianos entre 1984 e 1986 onde fez 63 golos em 89 jogos.Passou depois por França e chegou a Portugal como reforço do Benfica. Foi campeão com escasso tempo de jogo na Luz, apesar de 6 golos marcados num só jogo, ao Riachense, para a Taça de Portugal. Seguiram-se E. Amadora e Boavista e no Bessa fez 33 golos em 42 jogos em 1991/1992. A Ricky faltou o mesmo protagonismo na seleção da Nigéria que acompanhou Yekini, quando era estrela do V. Setúbal. Depois de passar por Portugal reencontrou a sua paixão pelos brasileiros do Vitória e foi por Salvador que escolheu viver como agente e empresário. Amado no clube baiano, Ricky decidiu, agora, com 58 anos, avançar como candidato à presidência do clube. 

«O presidente é aquele que sabe delegar funções, agir com respeito, confiança e credibilidade perante os interesses do clube. Ser um exemplo para todos. Sinto-me capacitado por 17 anos na faculdade do futebol, tendo jogado nos cinco continentes e ter aprendido em todos. Isso dá-me gabarito para o cargo, dá-me conhecimento privilegiado em todas as ligas e continentes. Falo cinco idiomas à custa da minha carreira. Enriqueci-me com o futebol», declara Ricky, também honrado nos últimos tempos com o título de embaixador para a paz das Nações Unidas. 

«Quero mudar paradigmas, mudar atitudes. Há coisas que estão ultrapassadas que continuam a ser práticas no clube. Existe essa mania de trazer treinadores que trazem consigo cinco e seis jogadores. Se esse treinador não tem sucesso ou se, por algum motivo, acaba por sair, o que se faz com esses jogadores? Paga-se e manda-se embora. Essas práticas só prejudicam o clube. Tem de ser o Vitória a contratar jogadores aceitando pontualmente as indicações do treinador. O Vitória precisa de um patrão de jogo e precisa de definir um esquema desde os meninos até aos profissionais. Um menino de 10 anos, que começa como lateral-esquerdo no clube, tem de ter a mesma forma de jogar que se quer nos seniores. Assim ele já sabe o que esperamos dele», adianta Ricky, motivado a fazer história como presidente do clube, ele que foi campeão baiano nos anos oitenta como avançado e estrela da equipa. 

«Um clube com 121 anos precisa de um título nacional. O Vitória é um clube grande, vamos preparar-nos para conquistar algum título na nossa gestão», clarifica Ricky, que anunciou cedo a sua candidatura, levando largo tempo a arregimentar apoios. Garante que se sente próximo de derrubar o atual presidente, Paulo Carneiro. 

«Sendo presidente será uma oportunidade ímpar de aproximar o Vitória de Portugal, do Boavista, do Benfica, do futebol português. E das empresas portuguesas. Parece-me um investimento interessante das empresas portuguesas no futebol brasileiro, apostando nessa ideia de intercâmbio, de conhecimento dos dois lados que tenho. Quero levar o Vitória a Portugal, trazer equipas de Portugal para Salvador», frisa, até porque o contexto atual define uma tendência. «As equipas brasileiras andam interessadas no treinador português. Eles fazem por merecer. Está à vista o sucesso do Jesus. Anda por cá o meu grande amigo Jesualdo Ferreira. Devemos ter os melhores treinadores por perto», sustenta Ricky, fundindo na sua vida o legado de Fela Kuti com o de Caetano Veloso.

 

«Já levo mais anos de vida no Brasil do que na Nigéria. Vou à Nigéria, é a minha terra e não a posso esquecer. Mas hoje sou mais brasileiro, embora goste e tenha afetos iguais pelos dois países», conclui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *