Dia do Motorista: sem eventos, mas com homenagens

Trânsito. Este ano não haverá eventos – por causa da pandemia do novo coronavírus -, mas nem por isso o Dia do Motorista – 25 de julho – deixará de ser celebrado. Entidades públicas e representativas de categorias terão campanhas digitais para lembrar aquele que faz um país tão rodoviário, como o Brasil, girar. Seja ele motorista “amador” ou profissional.

A BHTrans, por exemplo, que normalmente faz blitze educativas quase todos os anos, em 2020 vai se limitar post em suas páginas na web e nas redes sociais. Com o slogan “O Caminho certo é a vida, vamos seguir juntos”, o órgão busca mostrar que quem está por trás do volante precisa ser consciente quanto à direção segura.

Por causa do isolamento social, Belo Horizonte teve uma redução no número de acidentes significativo. Logo no início da pandemia, em março, houve uma queda de 20% em relação ao mesmo período do ano passado: 6.763 batidas em 2019 nas vias da capital, contra 5.454 em 2020.

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Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH) fixou, nos ônibus que circulam na capital, cartazes em homenagem aos trabalhadores. São dois tipos de peças publicitárias.

Em uma delas, há a foto de José Teodoro Reis, escolhido como Motorista Padrão de Minas Gerais 2018, e o seguinte texto: “Nossa homenagem aos profissionais que fazem do seu trabalho um compromisso de transporte de pessoas e contribui para a mobilidade e o meio ambiente”.

Em outro tipo de cartaz, o SetraBH parabeniza os motoristas trabalhadores essenciais, que movem milhares de pessoas com dedicação e coragem.

Mas o Dia do Motorista serve também para que haja conscientização – e muita. O Brasil é o quarto colocado no ranking de mortes no trânsito. Nos três primeiros meses de 2020, o número total de indenizações por morte, invalidez e despesas médicas pagas pelo DPVAT (Seguro Obrigatório) aumentou 19% na comparação com o mesmo período de 2019.

Segundo levantamento feito pela Seguradora Líder, entre janeiro e março de 2020, foram pagas 89.028 indenizações, sendo 59.726 por invalidez e 9.298 por morte.

No caso específico de Belo Horizonte, o engenheiro especializado em transporte e trânsito, Osias Baptista, observa que o motorista da capital precisa agir como em cidades do interior, onde as pessoas se conhecem e se respeitam.

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Aqui, os motoristas precisam aprender que um ato individual gera um congestionamento no trânsito prejudicial para todo mundo. “É claro que isso varia de pessoa para pessoa, mas muitos acham que fazer pequenas infrações não atrapalham ninguém”, analisa.

Para o especialista, uma furadinha no sinal, parar um pouquinho em local proibido e não respeitar o pedestre na faixa, porque está com pressa, são atitudes que podem causar uma turbulência. “Em meio a tudo isso ainda a gente vê motociclistas que comentem barbaridades no trânsito”, acrescenta.

A esperança de todos é que o dia 25 de julho seja mesmo se celebração. Afinal, ele existe para lembrar São Cristóvão, santo padroeiro dos motoristas. Cristóvão significa “aquele que carrega Cristo”.

Segundo a tradição da igreja católica, São Cristóvão queria servir o rei mais poderoso da terra e decidiu venerar o diabo. No entanto, durante uma viagem, conheceu um ermitão que mostrou ser Jesus Cristo o “Rei dos Reis” e a entidade com mais poder no Universo. Cristóvão abandonou a vida de luxos e maldades para seguir a palavra de Cristo.

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Trabalhou durante muito tempo transportando pessoas nas costas para que pudessem atravessar um rio. Certa vez, colocou um menino nas costas e a cada passo que dava o seu peso aumentava.

Então ele disse:

– Parece que estou carregando o mundo nas costas.

Então o menino respondeu:

– Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportaste o Criador de todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves.

Assim, passou a ser conhecido como o protetor e padroeiro dos viajantes e motoristas.

Um decreto (nº 63.461) de 1968 instituiu a data, em homenagem aos profissionais que trabalham com o “pé na estrada”, seja transportando mercadorias ou pessoas por diversos lugares do País.

Luís Otávio Pires, editor, 52 anos. Jornalista com cerca de 30 de experiência na profissão, já trabalhou em diversos veículos de imprensa de Belo Horizonte, como os jornais Diário da Tarde, Estado de Minas e Hoje em Dia. Também foi assessor de imprensa da General Motos. Formado na PUC-MG em Jornalismo e também em Publicidade e Propaganda, tem pós-graduação em Marketing. Em sua carreira, já participou de coberturas de eventos nacionais e internacionais, como Salões do Automóvel de São Paulo, Frankfurt, Paris, Detroit e Turim, além de ter sido repórter especializado em Fórmula-1 (anos 90). Além de editor do Jornal da Cidade, hoje atua como colunista da rádio BandNews FM BH (coluna Acelera).

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