Preço do leite aumenta 9,67% para o produtor de Minas Gerais

Em Minas Gerais, a queda na captação de leite e a demanda maior por parte das indústrias fizeram com que os preços pagos aos pecuaristas em junho, referente à produção entregue em maio, crescessem 9,67%, com o litro cotado a R$ 1,52 na média líquida.

De acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a tendência é de mercado firme para o pagamento de julho.

A alta em junho é importante para a remuneração dos produtores rurais. Após registrar queda de 5,17% no pagamento de maio, a situação dos pecuaristas era considerada crítica uma vez que, no período de entressafra, os custos de produção ficam mais altos, principalmente, pela falta de pastagem.

Além disso, com o real desvalorizado frente ao dólar, as exportações de grãos e carnes se tornam mais interessantes, o que alavanca os preços do milho e da soja, insumos utilizados na ração animal.

Segundo os dados do Cepea, assim como em Minas Gerais, na média Brasil líquida o preço pago ao produtor, em junho, referente à captação de maio, atingiu R$ 1,51 por litro, forte alta de 9,8% em relação ao mês anterior.

Os pesquisadores do Cepea destacam que, normalmente, existe a tendência sazonal de aumento das cotações entre março e agosto, uma vez que a produção de leite é prejudicada pela baixa disponibilidade de pastagens em decorrência da diminuição das chuvas.

Com o avanço da entressafra da produção no Sudeste e Centro-Oeste e a estiagem no Sul, a captação de leite seguiu limitada. O Índice de Captação Leiteira (Icap-L) do Cepea registrou queda de 0,2% de abril para maio na média Brasil e acumula diminuição de 12,6% neste ano.

Disputa entre laticínios – Dessa forma, a menor captação em maio acirrou a competição entre os laticínios para a compra de matéria-prima. Os pesquisadores destacam que a demanda elevada e a oferta restrita ficaram evidentes em maio, que registrou aumento de 6,7% do preço médio mensal do leite spot (negociação de leite cru entre indústrias) em Minas Gerais frente a abril, em termos nominais.

Desde o mês passado, analistas do setor já apontavam para uma tendência de valorização dos preços a serem pagos ao produtor de leite. Entre os fatores estava a recuperação do consumo de lácteos, favorecida pelo pagamento do auxílio emergencial concedido pelo governo federal. Por outro lado, devido às incertezas provocadas pela pandemia do Covid-19, como a queda da renda e aumento do desemprego, houve uma redução da oferta de produtos por parte da indústria.

Segundo o Cepea, a menor oferta de matéria-prima em maio intensificou a redução dos estoques de UHT, muçarela e leite em pó. Os pesquisadores do Cepea ressaltam que os estoques já vinham limitados devido a menor produção em abril por conta das incertezas geradas pela pandemia de coronavírus.

Além disso, agentes de mercado consultados pelo Cepea informaram que a demanda por derivados lácteos se mostrou mais firme em maio na comparação com abril, cenário que favoreceu a recuperação das cotações dos lácteos.

Para o pagamento de julho, a tendência é de alta nos preços. De acordo com as informações do Cepea, no preço do mercado spot houve avanço nas duas quinzenas de junho, com maior intensidade na segunda.

Pesquisas do Cepea mostram que, na média desse mês, o preço spot em Minas Gerais ficou 45% acima do valor de maio, em termos nominais, chegando a R$ 2,28 por litro, o que vai contribuir para um preço maior a ser pago em julho para o produtor, referente à produção de junho.

A pesquisa diária de derivados do Cepea mostrou que os estoques de UHT e muçarela seguiram limitados em junho, o que favoreceu as altas acumuladas nas cotações (de 1º a 29 de junho) respectivamente de 8,4% e de 21,2%.

No País, o UHT registrou média mensal parcial de R$ 3,19 por litro, 18% acima do valor verificado em maio. A média mensal parcial da muçarela foi de R$ 22,24 por quilo, elevação de 22,8% na mesma comparação.

Regiões – Ao longo de junho, referente à produção entregue em maio, foi registrada valorização nos preços pagos aos pecuaristas em todas as regiões de Minas Gerais. No Vale do Rio Doce, a alta foi de 10,89%, com o litro de leite negociado a R$ 1,43. O pecuarista da Zona da Mata vendeu o litro de leite, na média líquida, a R$1,40 em junho, aumento de 10,8% quando comparado com o mês anterior.

No Sul e Sudoeste, o preço médio líquido pago pelo litro de leite foi de R$ 1,55, o que representou um avanço de 9% sobre o valor recebido em maio. No Triângulo e Alto Paranaíba, a valorização do leite foi de 9,34%, com o litro comercializado a R$ 1,56. Com alta de 9,67%, o pecuarista da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) recebeu, em média, R$ 1,47 pelo litro.

Minas Gerais registrou ontem índice de 96,7% de bovinos e bubalinos vacinados contra a febre aftosa, superando a meta inicial de 95%.

A campanha, que teve início em 1º de maio e se estendeu até 30 de junho em razão do enfrentamento do Covid-19, contou com a participação de mais de 350 mil produtores rurais, que imunizaram cerca de 23 milhões de animais nos rebanhos mineiros.

As últimas declarações enviadas pelos pecuaristas para o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) até a sexta-feira (10), prazo final do procedimento, passam por processo de análise.

O balanço positivo da campanha é resultado do compromisso dos pecuaristas somado a iniciativas do governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas IMA e Emater-MG.

Apesar da pandemia, o alto índice alcançado confirma o cuidado do produtor rural com a sanidade do seu rebanho, além do desempenho de servidores cuja técnica e o desenvolvimento de infraestrutura digital permitiram o envio pelo pecuarista das declarações por meio on-line.

O pecuarista que ainda não conseguiu comprovar a vacinação poderá enviá-la a partir de agora exclusivamente por e-mail do escritório do IMA de sua região, mas estará passível de penalização.

O produtor que não vacinou seu rebanho estará sujeito à multa de R$ 92,79 por animal. E aquele que vacinou os animais, mas perdeu o prazo da declaração, que foi até a última sexta-feira (10), poderá ser penalizado com R$ 18,56 por cabeça.

O IMA, autarquia gestora da vacinação, monitorou diariamente a campanha em todo o Estado. Entre os destaques dos novos procedimentos digitais que serviram de suporte para a gestão está a prática da fiscalização remota, que foi regulamentada pela portaria nº 1977, de 4 de maio de 2020.

Ela se dá principalmente pela análise de documentos e dados dos sistemas oficiais e sua confrontação com as normas sanitárias. As informações estão no site.

Divulgação – O governo de Minas realizou diversas ações pontuais e estratégicas para divulgar a campanha nas diversas regiões do Estado.

Dentre os destaques, estão os spots publicitários para rádios e os vídeos informativos, incluindo os posts em mídias sociais da Seapa e suas vinculadas IMA e Emater-MG, que informaram novos prazos, cuidados e importantes assuntos sobre a vacinação.

O IMA adaptou o site institucional, produzindo conteúdo direcionado ao produtor rural, além de realizar interlocuções com a imprensa e portais especializados, repercutindo a campanha em todas as regiões mineiras.

Novos mercados – A imunização dos animais contra a febre aftosa é fundamental para Minas manter o reconhecimento internacional de zona livre com vacinação. Esse cenário favorece o agronegócio mineiro, pois estimula o acesso a mercados internacionais, contribuindo para o Produto Interno Bruto (PIB).

O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, agradeceu a parceria do produtor mineiro, reconhecendo sua dedicação ao vacinar o rebanho, medida que preserva a sanidade dos animais e abre mercados para o Estado.

“Agora, o próximo foco é avançar para o novo status sanitário em Minas, o de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Este é o nosso novo compromisso, pois conseguiremos abrir mercados e valorizar ainda mais a pecuária de Minas”, projeta Fernandes.

De acordo com a Seapa, no período de janeiro a maio deste ano, a exportação de carne bovina em Minas representou 77% das vendas do setor de carnes. A receita alcançada foi de US$ 296,54 milhões, com 63 mil toneladas comercializadas. China, Hong Kong, Rússia e Arábia Saudita são os principais destinos da carne bovina mineira. (Com informações do IMA)

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