Presidente do BB diz que não se adaptou à ‘cultura de compadrio e corrupção’

Após surpreender o mercado e o meio político na sexta-feira ao apresentar um pedido de demissão do comando do Banco do Brasil, o presidente da instituição financeira, Rubem Novaes, afirmou que não se adaptou ao que chamou de “cultura de privilégios, compadrio e corrupção em Brasília”. A declaração foi feita à jornalista Raquel Landim, do canal “CNN” na noite de sábado. De acordo com a emissora, porém, Rubem Novaes disse não estar tratando de nenhum caso específico que tenha presenciado.

Na conversa telefônica, Novaes disse estar se referindo ao ambiente da capital federal no qual “muita gente coloca dificuldades para vender facilidades”, o que estava deixando ele muito cansado. Rubem Novaes também citou a saudade dos netos como um dos motivos para o pedido de demissão.

O presidente do Banco do Brasil, que pretende ficar no cargo até o dia 6 de agosto, quando o próximo balanço do banco deve ser divulgado, afirmou ter passado nomes de possíveis sucessores ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, o atual momento do banco indica a necessidade de uma pessoa mais jovem no comando da instituição. Hoje, os grandes concorrentes do Banco do Brasil são as fintechs, estruturas que nasceram no ambiente digital e que oferecem serviços por meio de aplicativos, sem a existência de agências físicas.

O presidente do Banco do Brasil negou que a saída tenha relação com um pedido de informações que a instituição recebeu do Tribunal de Contas da União (TCU) na última sexta-feira, mesmo dia em que anunciou seu desejo de deixar o comando do banco. Ele afirmou que a decisão estava tomada. Porém, rejeitou que tenha beneficiado sites apontados como difusores de notícias falsas com a publicidade digital do Banco do Brasil.

“De 2009 até agora aplicamos nesse site, que foi escolhido pelo Google aleatoriamente, apenas R$ 2.800”, explicou Novaes, em referência ao site “Jornal da Cidade Online”.

Por causa disso, no fim de maio, o TCU determinou a suspensão de boa parte das campanhas digitais do Banco do Brasil. Novaes afirmou que a instituição já busca na Justiça reverter a decisão do tribunal de suspender contratos da instituição com sites.

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