(foto: Reprodu?ão) O Correio Braziliense foi vencedor, na categoria Jornal Impresso, na 8ª edição do Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal, com a série de reportagens O pomar do Pros, de autoria dos jornalistas Alexandre de Paula e Ana Viriato. Cerimônia ocorreu, ontem, de forma virtual, devido à pandemia do novo coronavírus, A série, formada por cinco reportagens publicadas entre fevereiro e novembro de 2019, denunciou irregularidades na prestação de contas do partido Pros nas últimas eleições à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). E, ainda, mostrou possíveis irregularidades semelhantes na esfera federal.Na prestação de contas, o Pros afirma ter gastado R$ 5,7 milhões em material gráfico para a campanha de 33 candidatos a deputados distritais. Os concorrentes, no entanto, negam ter recebido o recurso. Juntos, eles conquistaram 11,9 mil votos no pleito.A reportagem motivou denúncia, em março de 2019, do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Eleitoral, pedindo oitiva de candidatos para esclarecimento dos fatos. Em agosto, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE/DF) expediu mandados de busca e apreensão para a sede do partido, no Lago Sul, e para a gráfica da legenda, em Planaltina de Goiás. Com a determinação, a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar supostas fraudes, que reforçou suspeitas sobre superfaturamento de contas da sigla.Três anos consecutivosPara Alexandre de Paula, o prêmio é um atestado da importância do jornalismo para a democracia brasileira. “Vencer o Prêmio República com esse trabalho é muito gratificante, sobretudo, porque é uma história que, muito provavelmente, não seria apresentada se não tivéssemos mergulhado nessa apuração e buscado os detalhes. Nossas reportagens expuseram um possível esquema, que tinha tudo para ficar oculto”, analisa o jornalista.“Só foi possível fazer essa série graças ao apoio de toda a equipe do Correio, do caderno Cidades e dos nossos editores. Em um momento em que o jornalismo é tão contestado e, ao mesmo tempo, tão necessário, ter o trabalho valorizado é uma motivação muito forte para seguir em frente”, conclui.É o terceiro ano consecutivo em que o Correio vence o Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal, na categoria Jornal Impresso. Em 2019, a reportagem Memórias de mercenários, a verdade sob ataque, de autoria de Leonardo Cavalcanti, foi a ganhadora. No ano anterior, Guilherme Goulart e Natália Lambert assinaram a reportagem vencedora, Césio 137: 30 anos de um inimigo invisível.Outra série do Correio concorreu à categoria, este ano. A Elas no Alvo, das jornalistas Adriana Bernardes, Deborah Fortuna e Helena Mader, é composta por cinco reportagens que abordaram a temática da violência contra a mulher por meio de relatos, dados sobre o crime, entrevistas com especialistas, serviços e denúncias. O conteúdo está disponível na seção de reportagens especiais do site do Correio Braziliense.A terceira finalista, deste ano, da categoria foi Miséria dourada: garimpo ilegal de ouro na maior terra indígena do Brasil, publicada pelo jornal O Globo de autoria de Vinicius Sassine e Daniel Marenco.On-lineO Prêmio República de Valorização do Ministério Público é uma iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Criada, em 2013, com o objetivo de identificar e dar visibilidade à atuação dos membros do Ministério Público Federal, a iniciativa, também, contempla projetos da sociedade civil e reportagens da imprensa brasileira.A comissão julgadora dos trabalhos jornalísticos, deste ano, foi formada por pelos jornalistas Brunno Mello (CBN), Caio Junqueira (Rede CNN), Amanda Rossi (Abraji), Diego Iraheta (Huff Post), Felipe Recondo (Jota) e Sônia Blota (TV Band).Devido à pandemia de covid-19 no Brasil, a 8ª cerimônia de premiação foi adiada — ela geralmente é realizada em junho. Por recomendação Organização Mundial da Saúde (OMS), o evento ocorreu de forma virtual, por meio de uma live no YouTube. A solenidade está disponível no canal da TV ANPR na plataforma.
