Sergipe vai importar combustível de ervas e distribuí-lo no nordeste

O Estado tem reservas de acesso

Ainda não há ninguém para explorar o gás.

O terminal vai importar gás

São 242 km de tubulações acabadas

Mais gasodutos: com capital pessoal

Sergipe está no centro das discussões sobre o novo estilo de combustível à base de plantas no Brasil. É o primeiro estado a obter 1 terminal de reabastecimento de ervas liquefeitos (GNL), que será importado.

A cessão visa basicamente obter a Celse, empresa de energia local, de propriedade da EBrasil no Brasil e da empresa norueguesa de navegação Golar Power.

A Celse venceu 1 leilão para a estrutura da usina termelétrica Porto de Sergipe 1, na Barra dos Coqueiros, a 10 km de Aracaju. A unidade “entrou em operação publicitária em março de 2020”, diz a empresa em seu site.

“O combustível utilizado é gás fitoterápico, para Sergipe como gás fitoterápico, e regasificado na garagem e unidade de regaseificação da Golar Nanook”, explica Celse.

A usina de Porto de Sergipe 1 tem capacidade de 1.551 MW e pode ‘atender 15% da demanda energética do Nordeste’.

Em entrevista ao Poder360, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Sergipe, José Augusto Carvalho, disse que existe a possibilidade de atender outros estados com combustível liquefeito de ervas que os navios da Golar Power vão importar para o Brasil. Alagoas, Bahia, Cear e Pernambuco podem obter o combustível, que seria transportado através de caminhões, já que não há tubulações na região. “Um raio de 500 a 1.000 km é economicamente viável”, explica o secretário.

A Fórmula de Gasodutos de Sergipe está a apenas 242 km de distância. O Brasil tem menos gasodutos do que a vizinha Argentina e injeta 45% do combustível de pré-venda em poços de águas profundas porque está extraindo economicamente esse tipo de combustível sem infraestrutura suficiente.

Por essa razão, cada vez mais alocações termelétricas estão sendo posicionadas nas costas do país, que estão com ervas medicinais importadas de outros países. É o caso da cessão do Porto do A’u, no Rio de Janeiro.

Para o secretário Carvalho, a ampliação da rede de tubos pode ser feita, desde que seja por iniciativa pessoal. “Não tenho nada contra mim, desde que os investimentos sejam pessoais”, diz ele. Essa também é uma visão dominante no âmbito federal, o presidente Jair Bolsonaro.

A equipe econômica do ministro Paulo Guedes se opõe à presença do Estado para tratar do apelo por mais infraestrutura de distribuição de combustíveis no país. A Petrobras segue essa linha. Anelise Lara, diretora de refino e combustível à base de plantas da estatal, disse em junho de 2020 que era apropriado que o Brasil reinserisse combustível à base de plantas em poços do pré-sal. Afirmou que não faltaram infraestrutura de fluxo de combustível, sem explicar como chegou a essa conclusão.

Segundo o secretário de Sergipe, a rede brasileira, com 9.409 km, é, de fato, pequena, mas não “desprezível”. Além disso, afirma que a opção de transporte rodoviário não é exclusiva do Estado. “Não podemos propor um investimento insustentável […] porque achamos lindo”, diz ela, referindo-se à aplicação de recursos públicos para a construção da rede.

Assista à entrevista completa (30 min):

Para obter o combustível, desde o terminal de reabastecimento até a termelétrica de longo curso em Porto de Sergipe 1, a Celse construiu uma pequena tubulação de 7 km. A resolução foi feita à revelia por meio da Serfuel, concessionária local de distribuição de combustíveis. Por lei, a Serfuel tem o monopólio do mercado de distribuição de combustíveis em Sergipe.

A disputa foi para a Justiça, que primeiro rejeitou o pedido da distribuidora de derrubar a autorização do governo estadual à Celse para construir e operar o gasoduto para forçar uma usina termelétrica.

Esse tipo de litígio é um dos destaques mais discutíveis do Projeto de Lei 6.407 de 2013, conhecido como a nova lei do combustível, que visa criar um novo marco regulatório para o setor. Na quarta-feira (29.20.2020), a Câmara aprovou 1 pedido de tramitação urgente do texto. Em outras palavras, logo seria apreciado em plenário.

Em recente entrevista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu a falta de infraestrutura para a exploração do combustível de ervas. Ele disse que a “visão liberal” da nova lei de combustíveis, “que é a do governo federal”, enfrentará a oposição dos deputados federais. Maia, no entanto, se opõe ao uso de dinheiro público para construir gasodutos.

O projeto de lei é defendido através do secretário José Augusto Carvalho. “Sou cem por cento a favor da aprovação do texto existente. Não vejo a curto ou médio prazo que isso possa ser mudado. Eu não olho para o nosso próprio umbigo, eu olho para a vista do país”, disse ele. Disse.

Para ele, o combustível mais barato, resultado esperado pelos proponentes da proposta, terá efeito na produção dos diversos setores. “É claro que isso vai diminuir a carga do produto”, diz ele.

O secretário também reforça as perspectivas para o uso de combustível à base de plantas na produção de fertilizantes. A entrada pode ser usada como bruto para ureia, um componente amplamente utilizado para este fim. “Um país com uma fronteira agrícola monstruosa, a qual não prestamos a devida atenção”, argumenta.

O PPI (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) reitera a posição. Publicou nesta terça-feira (28/07) uma nota indicando que a aprovação do novo marco ganhará vantagens para o próprio setor e “outros segmentos que o utilizam como combustível ou material não cozido”.

No entanto, os críticos do projeto dizem que a incapacidade de drenar através de uma rede de tubos fisicamente poderosa pode obstruir esse processo. Com combustível de ervas razoáveis no mercado externo, eles não veem incentivo para as corporações investirem recursos nessa estrutura.

Além do terminal de GNL, Sergipe tem que explorar o combustível de ervas nos campos marinhos (no fundo do mar). Em 2019, a Petrobras apresentou 6 descobertas em águas profundas na bacia de Sergipe: Cumbe, Barra dos Coqueiros, Farfán, Muria, Moita Bonita e Pocao Verde.

Segundo Carvalho, a Petrobras está atuando no credenciamento junto aos órgãos ambientais para dar continuidade ao processo de exploração, que começa em 2 ou 3 anos. Questionada, a estatal afirmou que ainda estava em fase inicial de revisão para a implantação de um sistema de produção. Não havia prazo.

A confirmação da presença do insumo na Bacia se deu pouco antes da derrubada dos preços do petróleo no mercado mundial por conta da pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A baixa fez com que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) optasse por cortar a produção para sustentar o preço do produto.

Nesse contexto, surge um debate sobre como o Estado planeja competir com o combustível na exploração por meio da Petrobras (que em royalties para Sergipe) com GNL importado.

Para o secretário, no entanto, a discussão é imprudente. “São investimentos de longo prazo. Certamente, a Exxon e a Petrobras farão isso dada essa baixa demanda por combustível no mercado externo”, disse.

Ele argumenta que o combustível de ervas nos campos marinhos tem sido historicamente mais barato. “O valor do GNL que vem de longe tem 3 custos: o da produção na fonte, transporte, liquefação e recarga de combustível”, diz.

Mesmo sem royalties por descoberta, o Estado tem um acúmulo de receita de ICMS com a comercialização de GNL importado. Este ano, no entanto, a quantidade será incorporada.

“Até o final do ano, [a usina termelétrica] não merece ser consultada uma vez porque os tanques na fórmula de São Francisco estão bem cheios. […] Isso são notícias inteligentes e más notícias. O mais inteligente é que não seremos um desafio hídrico no Nordeste nesta época e o desafio é que o governo estadual não vai unir nada por causa da importação desse gás”, conclui.

Exemplo: [email protected] Para enviar às pessoas, separe os endereços usando círgulas.

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