Este texto foi publicado originalmente no boletim do Intercept Brasil. Sinal. É grátis, todos os sábados, na sua caixa de entrada.
Talvez o máximo de vocês nunca tenha ouvido falar de Qanon (pronuncia-se “kiu anon”).
Explico brevemente: Qanon é uma teoria da conspiração que apareceu em 2017 em um fórum de internet. Ela foi postada por um usuário chamado apenas “Q”. A referência à letra seria porque esse usuário anônimo (e daí vem o “anon” do nome) teria acesso privilegiado a informações de segurança nacional por meio do Q Clearance Patriot?, um grau de hierarquia que permite acessar os mais altos segredos do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América – que cuida, entre outras coisas, de parte do programa nuclear americano.
Eu sei que vocês estão achando isso uma loucura (e é) mas também podem estar cometendo o erro fundamental que espertalhões esperam que vocês cometam: parar de ler este texto e ignorar isso tudo como sendo ‘coisa de doido’. É aqui que a gente morre.
Essa teoria é uma loucura. Tem efeitos práticos desastrosos na vida pública e, a partir disso, preciso me comunicar, veio aqui fortemente para o Brasil. Eu quero ver?
Domingo passado, eu falei sobre Qanon em minhas redes, como a pedofilia foi usada como arma para destruir reputações, e parecia que os perfis da Internet que a transmitiam também estavam fazendo isso, e aqui você parece surpreso como se não soubesse o que eu vou fazer. escrever abaixo: anúncio de Jair Bolsonaro. Nos dias seguintes, Xuxa, Luciano Huck e Felipe Neto foram rotulados como pedófilos através de hordas de criminosos da extrema direita brasileira. Não por acaso, todos, à sua maneira, se opuseram a Bolsonaro. Eles foram prontamente acusados sem provas.
Ganhei por zap, por exemplo, um trecho do vídeo erótico da Xuxa, esse filme dos anos 80 (um filme fictício, para ficar claro). Perguntei ao meu toque o que era. Matriz. Ele acabou de me dizer que é um vídeo “atual” (uma mentira), e então ele começou a falar sobre pedofilia e a esquerda. Na mesma semana, um perfil com milhares de fãs no Twitter que gerencia uma organização do Telegram com apenas cerca de 40.000 outras pessoas (não vou dar o link) declarou:
“TEMPESTADE BRASIL … !!!!
VCS TEM QUE VIR!
O [email protected] entra em ação contra PEDOFILIA!
A ligação de tal investigação contra pedófilos levou a uma notícia que não tinha nada a ver com o assunto: é um dispositivo espião com progresso, troca verbal e clandestino, estabelecido através do Ministério da Justiça. Como componente do escândalo desta montagem de arquivos contrários a ativistas antifascistas (o Ministério da Justiça admitiu que está rastreando servidores contrários ao governo e o MPF pediu uma explicação dessa aberração), não há sequer uma linha sobre pedofilia nas notícias. Em um único tweet, a conta acusou mais de 500 pessoas de fazerem parte de uma organização de pedófilos sem qualquer evidência.
Até agora, os ministros Alexandre Mendonca e Damares Alves permitiram que isso florescesse sem negar o tweeter e os milhares de outros que o transmitiram online. Cabe ao deputado investigar a duplicação de Qanon no Brasil, acrescentando dentro desses ministérios.
Com a ajuda de nossos seguidores, controlei a redução do investimento coletivo gerou R$ 6.500 por mês para o proprietário da conta do Twitter encarregada de espalhar a mentira. O dispositivo de fazer dinheiro estava hospedado na plataforma. Sabe o tweeter fez isso? Migrou para o nosso já conhecido, pelas piores razões, Vakinha!
Alertei publicamente Vakinha na quinta-feira, 30, quando a arrecadação de fundos estava apenas começando. Até o fim desta tarde, Vakinha manteve o financiamento no ar. Graças à ajuda tecnológica apresentada pela sociedade brasileira, esse usuário (ou por outras pessoas, Array ..) já havia ganho R$ 5.224,28 para continuar associando outras pessoas à pedofilia sem provas e a espalhar mentiras para destruir reputações. É um escândalo.
Então você sabe o que podemos fazer juntos: divulgar publicamente Vakinha.
Nós já fizemos isso antes e deu certo.
Vamos de novo?