Hackers invadem sites de notícias europeus com informações falsas

Uma grande cruzada de hackers teve como alvo sites de notícias do Leste Europeu entre março de 2017 e início deste ano para publicar dados falsos em páginas válidas para dar às publicações uma aparência de legitimidade. Os alvos eram a OTAN e as tropas americanas. Na região, em uma cruzada de disdatos que possivelmente teria laços com o governo russo.

A Operação Ghostwriter, como os especialistas do FireEye a chamaram de culpada pela descoberta, foi posicionada na Polônia, Lituânia, Bielorrússia e Báltica, entre outras. A invasão de sistemas de controle de conteúdo em sites de notícias levou à publicação de artigos e dados falsos acusando os militares dos EUA de violência contra a população local e o roubo de carros ou tropas da OTAN para espalhar o coronavírus nos espaços por onde passam. para fazer planos para uma invasão de territórios na região.

O noivado tomou uma posição incrivelmente rápida, com conteúdo sorrateiro e links para as mídias sociais e listas de discussão amplamente compartilhadas, antes que os editores de portais de notícias possam fazer qualquer coisa, também. Com isso, as notícias falsas se tornam mais verdadeiras para o veículo que a teria publicado. Mesmo que medidas fossem tomadas, possivelmente seria tarde demais, pois a cruzada contribuiria para tensões adicionais nos espaços onde as tropas estão presentes.

Embora as notícias falsas em si demonstrem uma cruzada apoiada pelo governo russo, o FireEye não estabeleceu uma ligação direta entre a cruzada e o governo russo. Da mesma forma, pesquisadores da empresa de segurança virtual que compromete sites se devem ao roubo de dados de acesso usados pelos funcionários, no entanto, isso não implica com precisão como esse golpe ocorreu. O que eles dizem é que sim, é um esforço unificado e concentrado, com mensagens planejadas e compartilhadas, rapidamente, para aproveitar o pouco tempo durante o qual a notícia permanece no ar.

Além disso, em pelo menos um caso, houve ataques de engenharia social para emprestar as credenciais de login de um trabalhador do site online de Kas Vyska Kaune na Lituânia, onde grande parte do compromisso também ocorreu. O nome é assustador, indicando que as tropas da OTAN estavam se preparando para invadir a Bielorrússia na Polônia, com mapas mostrando a estratégia do exército e conversas falsas com os comandantes.

Entre as outras notícias falsas plantadas através de hackers, há dois casos infames que geraram inflamação entre a população local. Em junho de 2018, a página online do Baltic Course publicou um artigo sobre um tanque americano que supostamente esmagou e matou uma criança de bicicleta. Isso era fake news e o comando militar dos EUA na região tinha para si, bem como o próprio veículo. Em setembro do ano passado, no mesmo veículo, foram revelados relatos de que soldados de infantaria da OTAN alemães estavam profanando cemitérios judeus na área, uma nota publicada com fotografias do Photoshop de tanques passando por sepulturas.

De acordo com especialistas do FireEye, a cruzada é consistente e leva crédito pelas credenciais que devem ser mantidas para expandir as publicações, simplesmente convertendo o país-alvo de acordo com o interesse do momento. Recentemente, por exemplo, a Polônia tem um objetivo mais comum, com esforços para minar o símbolo público de líderes políticos e comandantes do exército que têm interesses contrários aos da Rússia, bem como suas relações com o governo dos Estados Unidos.

A notícia, embora falsa e decretada, tem um efeito sobre o público e pode ser a culpada por uma substituição na maneira como as pessoas locais a veem, de acordo com o relatório. De acordo com o FireEye, espera-se que as campanhas de desinformação se tornem cada vez mais consistentes na região e, como resultado, cabe às agências de notícias e sites investir em mecanismos de segurança e na cobertura de seus sistemas para evitar que seus nomes sejam usados na validação de notícias falsas.

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