Infelizmente, o diagnóstico de Boulos, apoiado por Luiza Erundina, corresponde à verdade dos fatos. Concluir que a lista de candidatos do PSOL para comandar a maior cidade do Brasil está alinhada com as convicções de CartaCapital. Portanto, merecerá a publicação desta publicação nas eleições de novembro, sem restrições para quem sabe que o longo prazo está em andamento através da demolição da casa grande. O confronto é supostamente inevitável, o impedimento será eliminado apenas pela força.
Não se trata de esperar por sangue nas calçadas, as estradas possivelmente nem seriam sangrentas, mas o fim da hegemonia de uma elite retrógrada, suscetível a impor sua tirania, é absolutamente indispensável. A carreira religiosa de Boulos e Erundina os coloca em uma posição exclusiva. O escopo dessa lição consequente não parece se estender além dos limites municipais, independentemente da extensão da capital paulista. Ao mesmo tempo, mostra o enclave, talvez inesperadamente, de uma ideia coerente, de uma ideia voltada para a redenção de outras pessoas até então humilhadas e aflitas.
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É muito improvável que ele crie o futuro, ou seja, o efeito de um slogan de esquerda em uma cidade que há muito se destacou através do reacionário. Mesmo assim, esse raro discurso em nossas latitudes necessariamente assume uma dimensão nacional. Um verbo afiado e preciso, capaz de ressoar muito além do perímetro de uma cidade historicamente dada aos desejos da grande casa. É transparente que o pensamento de Boulos esteja subindo para o primeiro degrau de uma escada que leva à crença nacional de um personagem atualmente considerado local, apesar dos efeitos corretos alcançados até agora, da liderança do Movimento dos Sem-Teto. .
Um caráter de determinação excessiva, e também sensível no controle de energias éticas e de alto nível, para mostrar a coerência da expressão fluida de um homem de 37 anos. Os velhos sentados na falência de um e-book através de John Steinbeck diriam, arranhando o chão com suas bengalas: “Este garoto está indo longe.” Nessa longa conversa, só me surpreendi, e isso me magoou um pouco, a referência a Mussolini, por isso não é incomum na boca de muitas outras pessoas que estão destinadas a ser analistas agudos.
Não há comparação entre a Itália na primeira parte do século passado e o Brasil de hoje. À sua maneira, a península desempenha o mesmo papel da Grécia antiga, um país dividido em cidades-estados que permitiu que o Renascimento florescesse no final do século XIII, para eliminar a escuridão do resto da Europa dois séculos depois, mas incapaz de enfrentar a invasão de estados estrangeiros. Só unificado, de fato, após a Primeira Guerra Mundial, na qual participou e perdeu 600 mil homens, ele foi tratado através dos Aliados como uma equipe de departamento por enquanto.
Neste clima, Mussolini, que pretendia fazer de seu país um poder maravilhoso, aliou-se a Hitler e seguiu seus passos até a derrota. Ele acabou sendo morto através da guerrilha de uma revolução que sangra o país. Conhecer um pouco da história da moda, apesar de tudo que Antonio Gramsci leu e, quem sabe, Fernand Braudel e Benedetto Croce, não faz mal a ninguém.
O texto completo dessa troca verbal entre amigos está em CartaCapital desde segunda-feira, 27.
Essa eleição, na minha opinião, e também na opinião de Luiza Erundina, tem um objetivo muito vital, além de discutir políticas urbanas, além de apresentar uma tarefa de combate à desigualdade que salva a esperança, já que Bolsonaro, acima de tudo, é um destruidor de esperança, faz política com base na preocupação e no ódio. Matriz que catalisa esses sentimentos. Foi assim que ele ganhou as eleições de 2018. O principal objetivo desta eleição é derrotar o bolsonarismo. O clima social do Brasil em 2018 tem sofrido substituições significativas, o sentimento de outras pessoas nas ruas na borda externa não é o mesmo de 2018, quando Bolsonaro foi eleito com 57 milhões de votos. Prometeu combater a corrupção, tratou o sentimento político generalizado entre outros brasileiros e vendeu um peixe podre. Um ano e um ano depois, já é transparente para outros garotos. O argumento contrário ao combate à corrupção foi abandonado hoje com a força motriz Queiroz, com a milícia, com o laranjal, com os mais altos acordos obscuros no esgoto do poder, com a instrumentalização do público através de uma família. (…) O cara que achava que Bolsonaro poderia substituir tudo e a vida dos brasileiros levou na cabeça dele. Sobretudo, com a reforma da previdência, mais desemprego, insegurança no emprego, bem como sua funcionalidade desastrosa na maior crise da nossa geração, que é a pandemia coronavírus. Assim, o clima social brasileiro tem substituído, os estúdios mostram, as redes mostram, as ruas mostram isso. Agora, essa substituição e o descontentamento da população terão que se traduzir em mobilização, porque não é um processo inegável, seja no Brasil ou em outras partes do mundo. (…) A Itália, por exemplo, passou 21 anos sob Mussolini, sem que outras pessoas emergissem para derrubá-lo.
São outros fenômenos antigos, mas, francamente, não sou daqueles que o outro povo brasileiro descansa no magnífico berço da passividade. Moro na periferia de São Paulo, ando há quase 20 anos em um dos maiores movimentos sociais do Brasil e, embora os tempos de reação popular estejam longe de nossas necessidades e expectativas, temos processos de insatisfação de sedimentação e outras mobilizações. . (…)
Estou em sintonia com a interpretação de Mino de que a elite brasileira, nossa estrutura social, carrega o DNA da casa grande. Isso se expressa em todas as táticas de fazer política, de organizar a sociedade. O Brasil é o país da sala de serviços, é o país do elevador de serviço. São Paulo, onde essa elite é consagrada, carrega o distrito de Higien-polis, que até se estabeleceu como estado físico e cordão social, usando como pretexto as epidemias do início do século XX, febre amarela, varíola, etc. nesta área que a elite do café se refugiou para fugir dos deficientes. A higiene-polis foi construída a partir de uma força policial de aptidão que tinha a função de demolir prédios, chamado de uso de higiene e, nessa lógica higiênica, jogou o deficiente dentro, nos cantos das periferias. Na verdade, temos uma abolição no Brasil que nunca foi concluída, porque a escravidão formal e legalizada tornou-se um racismo estrutural, no qual 130 anos depois, os negros ganham 60% da média salarial branca, a própria re democratização, após 21 anos de ditadura civil. -militar, também foi um processo sem fim, que até levou ao surgimento do bagnarismo como resíduo dessas transições anteriores, que no Brasil é a velha maneira de dar o anel para não perder os dedos, e transições elitistas que excluem bairros escravos
Acho que teremos que entender, de uma vez por todas, que entre 2014 e 2016 terminou um ciclo em que era concebível fazer políticas públicas, para garantir um progresso social vital e inegável, sem enfrentar os privilégios da grande casa. Há momentos na história, devido às circunstâncias econômicas, devido à correlação de forças políticas, onde podem ser feitos progressos nos direitos sociais, inovações na vida das pessoas, mantendo o prestígio quo, sem tirar nada dos anteriores, garantindo nada para aqueles abaixo sem levar nada do melhor. Refira-me à estratégia, especialmente para os governos do PT, liderados por Lula e Dilma, que foram governos que desenvolveram políticas públicas, deram um passo à frente na vida dos mais pobres e, ao mesmo tempo, não se dedicaram a reformas fundamentais, com mudanças. Construção. (…) Esse tipo de situação, uma janela para a história, ocorre de tempos em tempos, especialmente quando há momentos de crescimento econômico, quando, devido à gestão orçamentária, à medida que as receitas governamentais aumentam, é imaginável fazer políticas públicas sem converter o desenho do Estado brasileiro e as relações sociais do país. Mas são períodos curtos, e é por isso que, eu acho, houve uma falta de entendimento, especialmente para o PT, de que essa lua de mel terminaria a qualquer momento.
São Paulo foi tradicionalmente construída como a cidade dos muros, na verdade, o tema maravilhoso desta capital, como o de todo o Brasil, é chamado de desigualdade. Quem precisa moldar um governo popular, que precisa construir com um compromisso visceral para o próximo, terá que se opor à luta contra a desigualdade como ponto zero. Isso não é uma coisa livre de riscos, mas não é fácil. A desigualdade em São Paulo assume fronteiras geográficas. Portanto, na maior cidade do Brasil, temos dois mundos, separados por pontes, divididos por muros, por um lado está a periferia, onde as pessoas, os funcionários e os mais pobres são jogados por mais de 70 anos, literalmente, sem qualquer presença do Estado para garantir serviços públicos, infraestrutura, uma vida decente para as pessoas. E no outro aspecto da ponte, imortalizada através do rap de Mano Brown, da Ponte Pra C, fica a cidade oficial e formal, onde está concentrada a força econômica, onde está a Faria Lima, paulista, onde está localizada Higien-polis, onde está a tarefa Os centros de criação estão localizados na capital, sem falar na Berrini, que também é muito simbólica.
Quando tomei a decisão de concorrer a prefeito de São Paulo, foi com vistas a uma luta radical contra essa desigualdade. Isso se traduz em propostas muito concretas e objetivas e na implementação de uma política que é inegável em qualquer país civilizado, aqui no Brasil é revolucionário, ou seja, os pobres podem e terão que viver no Centro. Temos que recuperar as casas abandonadas, mais de 40 mil casas abandonadas no centro expandido de São Paulo, e é isso que estamos fazendo, vencendo a prefeitura, desapropriando-as, requalificando-as e colocando a escritura para morar no meio. Isso tem sido feito há muito tempo em Nova York, nas principais cidades europeias, e também tem sido transmitido por um longo tempo. Aqui no Brasil, com a lógica da casa grande, digamos que é quase como ser um revolucionário, socialista, bolivariano, come crianças. (…) Outro objetivo é fornecer equipamentos públicos essenciais para as periferias, como hospitais, mais escolas e creches. É incrível que em 2020, a cidade mais rica do país, o quinto orçamento do Brasil, ainda tenha escassez de creches, que uma mulher na borda externa não possa se mudar para as pinturas porque não tem com quem deixar o filho, porque o governo cuida disso. O compromisso 0 é acabar com o déficit de cuidados infantis. Nenhum compromisso em São Paulo pode e não quer ver uma família, um usuário que mora na rua. Temos 25 mil pessoas em situação de rua em São Paulo e, como eu disse antes, há 40 mil casas desertas que, segundo a lei brasileira, o prestígio da cidade e o plano diretor, merecem ser usadas já para habitação popular. Mas ele tem um lobby, uma máfia de verdadeiras hipóteses imobiliárias e empresários, que pagarão pela cruzada eleitoral do prefeito e do conselho da cidade, o que o impede de autenticar. É essa multidão que estamos passando.
Durante a pandemia, os milionários brasileiros ficaram 34 bilhões mais ricos. Dólares, segundo a Oxfam Brasil. Aqui está um símbolo do país: enquanto isso, mais de 80.000 pessoas morreram, de acordo com dados oficiais. Milhões de brasileiros perderam seus empregos. A crise fitness está agravando a crise social e econômica, milhões de brasileiros se descobriram no setor informal e estão com a condição de pintar 12 horas por dia em uma motocicleta para conseguir 800 reais até o final da temporada. mês sem a cobertura do direito do trabalho. Matrix E grandes bilionários, altos comumente executados no sistema monetário, correm em capital especulativo parasita que não produz nada para o país. Paulo Guedes, que oferece a tributação de livros e produtos na cesta básica, sem dizer uma palavra sobre a tributação de fortunas gigantes, a tributação de lucros e dividendos. (…) No Brasil, quem receber cinco salários mínimos pagará 27,5% do imposto de renda como taxa. Quem recebe um lucro e um dividendo de cinco milhões de reais não paga 1 imposto genuíno, pois atravessa essa fonte de renda não pública, como o CNPJ, como distribuição de lucros. A verdade tributária no Brasil é uma das coisas mais escandalosas do planeta, pelo contrário, é um Robin Hood, que leva os mais pobres para dá-los aos super-ricos. (…) No ponto municipal, esse debate nos convida a lidar com o imposto territorial, São Paulo já avançou no IPTU, mas ainda há muito a ser feito. Os bairros da classe trabalhadora devem ser isentos de IPTU, enquanto os espaços habitados pelos super-ricos terão que ser pagos proporcionalmente, ou seja, aqueles com maior remuneração, aqueles com menor remuneração. (…) Em relação à união da esquerda, simplesmente não posso deixar de analisar o cenário do PSD, que é um partido que está na mesa progressista, portanto, em oposição ao governo de Bolsonaro e merece o respeito de todos nós. Tenho amigos na festa, porém, o PSD de São Paulo não colocaria nesse espectro. Foi deputado por Alckmin por 8 anos, tornando-se a ala máxima de direita, que é a ala máxima tonucana do PSD. O sr. François, por exemplo, é um dos candidatos à continuidade da tocán em São Paulo e lutou com Doria, não sei qual foi a explicação, seja ela não pública ou política. França apoiou Doria em 2016 e Bruno Covas é a continuidade dessa gestão. O PSD de São Paulo expressa uma tarefa que não está exatamente no quadro dos progressistas.
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Até 2014, tínhamos uma política do governo federal que preservava investimentos públicos significativos. Em 2015, houve um ponto de virada na austeridade, a aquisição do canto neoliberal e a eclosão do golpe. Criticar o governo Dilma não nos salvou de estar na linha de frente em frente ao golpe de Estado, ter diferenças políticas com Lula, não nos salvou de estar no sindicato dos metalúrgicos que se opõem à sua prisão. (…) Desde que Bolsonaro assumiu, tenho sido defensor público de toda a burocracia da unidade de esquerda contrária à posse. Infelizmente, doenças menores, paroquiais e locais entram em jogo nos processos eleitorais. (…) Respeito a candidatura de Jilmar Tatto, respeito a candidatura de Orlando Silva, do PCdoB, porém, fica claro que seria muito maior se pudéssemos construir uma unidade no chão à esquerda, pois o grande propósito é a derrota do bolsonarismo.
Já estamos falando de um declínio econômico de 9% e, se isso acontecer, em alguns meses passaremos de treze milhões de desempregados para 25 ou 30 milhões. E passaremos de 40 milhões de trabalhadores informais, trabalhando, para 60 milhões.
Significa angústia nas ruas, fome, saques. Podemos ter um procedimento de convulsão social de curto prazo no Brasil, ainda mais em um governo sem responsabilidade social, com um sociopata no comando. É uma situação prejudicial. Isso pode ser um prenúncio de uma revolta popular. Mas também pode ser explorado através do bolonarismo, chamar as forças armadas e provocar um procedimento autoritário de endurecimento, que é seu desejo, esconde-se.
Parte da esquerda brasileira entendeu que a cada dois anos bastava subir o morro e atravessar a ponte para convencer os outros a votar, mas não percebeu o desejo por redes de solidariedade e convivência com os outros. O Movimento Sem Teto organizou um fundo de solidariedade, que CartaCapital relatou e mostrou o que esse fundo fez, com recursos que foram arrecadados por meio de uma vaca virtual, feita em solidariedade, sem recursos públicos. O movimento distribuiu 220 toneladas de alimentos nas periferias, mais de cem mil máscaras de proteção, kits de higiene, livros que foram doados pelos próprios autores, aprendeu uma verdadeira rede de solidariedade em mais de trezentos bairros de São Paulo, em comunidades, favelas, lojas coletivas e cozinhas.
É esse vínculo de solidariedade de pertencimento, escuta, humildade, que um componente da esquerda perdeu com o nosso povo, e isso em uma situação de crises maravilhosas e encruzilhadas maravilhosas, podemos canalizar essa perspectiva para uma tarefa de derrotar casa-grande, para uma tarefa que apresenta esperança renovada no Brasil.
Os ajustes profundos que você quer fazer. Esse vínculo com a borda externa é vital, a cruzada eleitoral que vamos fazer em São Paulo será o diálogo, a escuta e a conexão com as periferias, e em suma, com as outras pessoas do canto.
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