Carros não compram livros.

Diário de Minho

O título é literalmente roubado de um livreiro de Pontevedra, citado pelo seu alcaide, Miguel Anxo Fernandes Lores, na descrição que faz das políticas que lidera há 20 anos e que transformaram a cidade numa referência mundial da Gestão Inteligente. A sua entrevista, concedida ao site da Sapo, a propósito das conferências da “Brasileira”, em Lisboa, é uma descoberta de como se pode inovar, ousar, ser diferente e não ter medo da Mudança. A cidade galega é um exemplo de combate ao individualismo e à preguiça generalizada – impregnada nas urbes portuguesas e recorda-nos que os processos de gentrificação que tem sido levados a cabo na generalidade dos meios urbanos portugueses constituíram um dos maiores erros da história recente do municipalismo português. A tentativa de inversão da política de erosão dos centros históricos por cá é recente, contrasta com a polÍtica de cidade “Multifuncional” e “Multiserviços” do lado de lá da fronteira, onde se pode afirmar, literalmente, que as pessoas conquistaram o primeiro lugar nas preferências das políticas urbanas. É uma cidade sem medo, sem poluição, sem atropelamentos e acidentes desde 2011, onde as crianças e jovens vão a pé para as escolas, sem precisarem de ocupar o assento de trás no carro dos pais. Nesta cidade, que viu a sua população aumentar em 10 mil habitantes e o número de crianças a subir 8 por cento, a velocidade de circulação não ultrapassa os 30 quilómetros e zonas há onde desce para 20 e 10 km/h. Está tudo lá, até à solução que muitas cidades europeias procuram agora para responderem aos desafios pós-Covid 19 na que foi designada como “A cidade de 15 minutos”. O conceito foi desenvolvido para aumentar, por um lado, o distanciamento social nos passeios, com o seu alargamento e ocupação de lugares de estacionamento, e por outro com a implementação da área dos serviços, suficientemente perto, para evitar deslocações de carro ou de transporte público; suficientemente perto para se poder andar a pé. Pontevedra inverteu a tempo a tendência maioritária na Europa de deslocar as pessoas para as periferias, esvaziando os centros urbanos e hoje é o que alcaide galego designa como “Uma cidade compacta” onde a palavra coesão social adquire um novo significado: “não há coesão social entre pessoas e carros”. Miguel Lores conferiu um novo significado ao espaço público onde se estabelecem as interações sociais e onde o conceito de sustentabilidade nos remete para o conceito de “Ecologia urbana” e não apenas para os espaços que usufruímos nas zonas rurais. O alcaide teve de enfrentar os proprietários de viaturas caras que gostam de exibir o seu luxo, passeando-se pelos centros urbanos, dos comerciantes que achavam que iram perder negócio e que hoje são os primeiros a aplaudir a decisão (aconteceu em Braga, está a acontecer em Lisboa) e a tudo isto, acrescentou valor à economia, impulsionando a atividade empresarial e estimulando o investimento privado.

O mérito de ser pequena a cidade não diminui o valor de seu projeto, uma vez que os povos médios ou metropolitanos têm o mérito de ter um embarque público imediato que permita maior mobilidade das pessoas, lutando contra o conceito de pessoas “como um armazém de carros”. Em outro tamanho muito caro para as cidades universitárias portuguesas, Alcaide não tem a importância de equipar instrumentos tecnológicos, mas ao contrário do que está acontecendo aqui, Pontevedra não tem medo de verificar as respostas de ponta que estão sendo desenvolvidas em outras áreas. A sabedoria clínica e com essa solução permite o surgimento de novas empresas, que se encaixam com o encanto dos inovadores que conseguem exportar suas respostas a partir de exemplos concretos. Este tem sido um dos pecados da clínica educacional portuguesa e mostra o quanto nos resta. A popularidade recente através da OCDE e da ONU de políticas de ponta para mitigar os efeitos de Covid merece inspirar as cidades a serem mais ousadas, mais artísticas e acreditarem que, na melhor das hipóteses, as respostas estão em casa. Há a coragem de implementar uma visão urbana de fato incorporada e talvez, acrescento, não tenha medo de fazer de outra maneira de ser, em todos os capítulos, uma cidade de vanguarda.

Há poucas oportunidades, ao mesmo tempo, de realocar para a mesma Visão e Missão tão importante um conjunto de recursos tão proporcionais através da pandemia existente, e nunca convergiu desde hoje sobre o desejo de revolucionar a maneira como nos organizamos. na sociedade. Matriz Apesar dos documentos preparados pelos governos, […]

Em uma democracia adulta, os cidadãos e, portanto, o Estado pretendem ter uma relação transparente com o público, os canais certos para que a fluidez seja um ferro curling e não um espinho na linha de ação. General Ramalho Eanes quando apontou a falta de cultura […]

Porque? – perguntar aos leitores, a quem associo, que ninguém poderia ter sido forte o suficiente para o inglês John Maynard Keynes, culpado de adulterar o conceito inicial de Produto Interno Bruto (PIB), como medida da aptidão da riqueza produzida através de um país, sem se preocupar com o bem-estar […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *