BAURU, SP (FOLHAPRESS) – Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, criaram um índice em 2016 para medir a qualidade da circulação nas redes sociais.
Mas este ano, fundados na crise causada pela pandemia do coronavírus, chegaram a uma conclusão concreta de que, em tempos de incerteza, os leitores tendem a buscar recursos de informação mais confiáveis, como a mídia para o pró-jornalismo.
Para Paul Resnick, um dos autores do estudo, o movimento é semelhante ao que acontece com as crises econômicas dos investidores. Com mercados monetários voláteis, outros estão mudando suas reservas para investimentos considerados menos arriscados, como o ouro.
“Durante os primeiros dias de confinamento nos Estados Unidos, houve uma espécie de ‘vazamento’ da atenção do público à qualidade”, diz Resnick, diretor do Centro de Responsabilidade de Mídias Sociais (CSMR) da Universidade Americana.
Com base em pesquisas sobre os links máximos compartilhados nas mídias sociais, os efeitos da pesquisa significam que outros prestam mais atenção às notícias de sites de jornalismo profissionais e menos às páginas questionáveis do site.
Os pesquisadores usaram duas pistas para medição. O primeiro destaca a proporção de links de mídia social que levam os usuários a veículos de jornalismo, como o New York Times e o Washington Post. O momento mostra a porcentagem de links para sites de aprovação sem atribuição.
Em fevereiro, quando o coronavírus começou a se espalhar com mais intensidade para fora da China, a circulação de notícias reportadas por veículos tradicionais começou a aumentar.
Os picos, tanto no Facebook quanto no Twitter, foram registrados no início de abril, quando os países analisados seguiram medidas mais rigorosas para verificar o envolvimento do Covid-19.
Em 8 de abril, o índice do Facebook atingiu 13,2%, o maior número desde que os pesquisadores começaram a medir em janeiro de 2016. No Twitter, o percentual foi de 15,6% e quebrou o recorde estabelecido em outubro de 2019.
A partir da data dos novos registros em qualquer plataforma, os Estados Unidos registraram 2.000 mortes causadas pelo Covid-19 em um único dia, o número de mortes registradas em 24 horas até o momento.
Na política, o senador Bernie Sanders tem sua aposentadoria da corrida presidencial dos EUA.
No Reino Unido, também incluído na pesquisa, o conhecimento publicado pelo Departamento de Saúde e Serviços Sociais significa que o número de óbitos no país é 78% maior do que o relatado.
Na outra ponta da escala, em meados de março, quando as primeiras restrições começaram a ser seguidas nos países analisados por pesquisadores de Michigan, a proporção de links questionáveis atingiu o ponto mais baixo: 5,9% no Facebook e 9,1% no Twitter.
“Isso reflete uma mistura de ajustes no comportamento do usuário (maior interesse em recursos-chave e menos recursos questionáveis) e movimentos em todas as plataformas”, diz James Park, vice-diretor da CSMR e coautor do estúdio.
Facebook e Twitter anunciaram esforços para combater a disseminação de desinformação, como conteúdo falso ou para adicionar alertas em postagens questionáveis.
O presidente dos EUA, Donald Trump, por exemplo, já ganhou avisos por desinformação, manipulação da mídia e glorificação da violência. As publicações foram excluídas para sua campanha de reeleição, que trazia símbolos nazistas.
Esta semana, o Twitter suspendeu a conta de um dos jovens do presidente que postou um vídeo dizendo que a hidroxicloroquina é uma cura imaginável para Covid-19. O conteúdo viola a política do site contra a desinformação, pois não há evidência clínica da eficácia da droga.
Em março, Twitter, Facebook e Instagram também excluíram postagens de Jair Bolsonaro. O vídeo mostrou uma escala em todo o presidente para o Distrito Federal e foi removido através das plataformas sob o argumento de que a mensagem gerou informações incorretas e pode causar danos genuínos às pessoas.
Para os pesquisadores de Michigan, no entanto, é muito cedo para dizer se essa tendência de buscar recursos de dados mais confiáveis continua. “Será atraente ver se esse ‘voo para qualidade’ é de curta duração”, diz Resnick.
Segundo o autor, o conhecimento mais recente já revela um acúmulo na taxa de vínculos questionáveis e uma ligeira minimização nas informações dos veículos profissionais de jornalismo.
“É promissor que este último seja maior do que antes de Covid-19.”