Presidente do Banco do Brasil deixa o cargo em meio a escândalos do governo

A demissão do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, anunciada nesta sexta-feira (24), abriu a temporada de apostas para as cenas do “mercado” e a maior hipótese sobre os substitutos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, visitou o Planalto na tarde de segunda-feira (27) para discutir o fator com o presidente Jair Bolsonaro, mas ainda não se pronunciou.

O alvoroço entre os correntistas se explica pelo fato de Novaes ser considerado um dos “expoentes liberais” da equipe montada pelo ministro-banqueiro. Entre os “Chicago Boys” de Guedes, pontificam Roberto Campos Neto, no comando do Banco Central, Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, e Pedro Guimarães, da Caixa Econômica Federal, apontado como forte candidato ao comando do BB por sua performance apaixonadamente “bolsonarista” nos últimos meses.

Novaes se junta à demissão do núcleo de Guedes, Mansueto Almeida, que anunciou no final de julho a saída do Ministério da Receita. Os dois se juntam através do diretor do Ministério da Fazenda, Caio Megale, e do secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, eleito Presidente do Banco dos Brics.

Novaes promete que até o final de maio já havia indicado a Guedes sua disposição de deixar o comando do BB. Ele confirmou o cansaço com o regime de Brasília e com o entorno da capital, que ele “é tóxico”. Para ele, “os liberais de Brasília são como um vírus que busca penetrar um organismo hostil com anticorpos resistentes”.

“O liberalismo não está interessado em uma cultura de privilégios, cronismo e interesses ocultos”, disse Novaes em uma live patrocinada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) há dez dias. Em entrevista à CNN Brasil, ele disse que deixou de “não se adaptar à cultura do privilégio, da compaixão e da corrupção em Brasília”.

Novaes não mencionou um fato expresso e disse que se referia ao ambiente político na capital do país como um todo. Na véspera de seu anúncio, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), apresentou um pedido de convite pedindo aos senadores que vendam carteiras de empréstimos a um fundo do PACTual BTG em 1º de julho.

Na quarta-feira, 15, o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), também apresentou um pedido de dados para que o ministro explique todos os principais pontos da operação.

O preço do e-book das carteiras, segundo o Banco do Brasil, é de R$ 2,9 bilhões e o valor monetário da transação será de apenas R$ 371 milhões. Esta foi a primeira vez que o BB fez uma venda de carteira de empréstimos para um estabelecimento fora de seu conglomerado. A operação, embora normal, não foi “muito transparente”, segundo o economista do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos Inter-Comércios (Dieese) C-tiy Uehara.

Desde o primeiro dia de seu acesso ao ministério, Paulo Guedes demonstra seu objetivo de atacar o símbolo do Banco do Brasil. Elija un presidente del banco con indicaciones transparentes de disminución del papel y la importancia del establecimiento para la sociedad, con proyectos de redistribución de distritos destinados a la privatización DEBORAH FONSECA, JUNTA DE ADMINISTRACIÓN DE SALARIOS (CAREF) DE BB

“Queremos explicações. Convidamos o presidente do BB para falar conosco na Comissão de Assuntos Econômicos para explicar a venda sem transparência de ativos para o BTG Pactual. O Brasil não está à venda”, destacou Rogério Carvalho.

A Associação Nacional dos Empregados do Banco do Brasil (ANABB) também surpreendeu a transação e, em carta enviada ao vice-presidente de controle monetário e relações com investidores do banco, solicitou dados sobre a alocação da carteira de empréstimos em massa para uma instituição pessoal. As matrizes suspeitas sobre a transação são agravadas porque o BTG Pactual, afinal, foi fundado em 1983 por meio do próprio Paulo Guedes.

Trata-se de pelo menos uma operação suspeita do Diretor Executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Obras dos Empregados do Banco do Brasil (CEBB). “A venda da carteira de empréstimos ao BTG Pactual”, disse o vanguardista, “é muito suspeita quando beneficia um banco fora do conglomerado e que criou através do ministro Bolsonaro. Como saber se o BB não está sendo usado para os interesses obscuros do Paulo Guedes? Pergunte ao líder.

Os bancos buscam regularmente “limpar” seus balanços, concedendo empréstimos ruins às empresas, a fim de reduzir os preços e a taxa de inadimplência, segundo Uehara. “Essas empresas/fundos então compram essas carteiras e, através de um procedimento chamado securitização, ativos; como cheques, créditos, notas da indústria e outras dívidas notáveis; em um título”, explica o economista dieese.

“Para os compradores, o lucro vem da diferença entre o que eles pagaram ao banco e o que eles vão receber recuperando essas dívidas/dívidas no futuro. No entanto, no caso da transação do BB com o BTG Pactual, não é transparente se o preço da carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões estiver correto, pois o BB não sabe que tipo de carteira é e apenas menciona que está “principalmente em prejuízo”, sem transparência na transação, ressalta C-ti.

Outra suposta operação do BB no governo novaes é gastar 119 milhões de reais em publicidade na Internet em 2019, acrescentando na página online “Jornal da Cidade Online”, acusado de espalhar dados falsos contrários aos partidos políticos em guerra a Bolsonaro e contrários ao Judiciário. . Matriz No dia 27 de maio, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Banco do Brasil adiasse a publicidade em plataformas virtuais, páginas online, blogs, portais e redes sociais.

A resolução foi aprovada pelo ministro Bruno Dantas, que emergiu da investigação do banco de transferência orçamentária do BB sobre sites acusados de espalhar notícias falsas. No total, o banco estatal do país gastou R$ 436 milhões em contratos publicitários em 2019, segundo levantamento de ouvintes do TCU. Uma semana antes, o BB retirou da resolução a retirada de anúncios classificados do “Jornal da Cidade Online” após uma denúncia do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) nas redes sociais.

Como resultado, Novaes tornou-se alvo potencial de investigação de fake news do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Alexandre de Moraes. Você poderia possivelmente ser acusado de irregularidades administrativas, a sanção da qual é a provisão de perda de bens, a responsabilidade legal de compensar os danos, perda do cargo, proibição de contratar com o governo, entre outras sanções decorrentes de qualquer crime semelhante.

A advogada do Crivelli Advogados, Lacia Porto Noronha, disse à Folha de São Paulo que o BB gasta dinheiro público em uma página online que promove notícias falsas vai contra o preceito geral da administração pública, que atua no interesse da comunidade. Matriz que é totalmente incompatível com a disseminação de notícias falsas.

“Na parte mais sensata disso, tem um caráter ideológico, porque é uma página online que ganhou um anúncio do banco e que serve especificamente para atacar os partidos de guerra política de Bolsonaro. O Banco do Brasil pode nunca se emprestar a isso”, diz Noronha, para quem também é imaginável investigar a interferência de Carlos Bolsonaro na publicidade do BB.

“A interferência política para obter vantagens do governo é evidente no controle existente do Banco do Brasil. Manter a publicidade em sites de notícias falsas após a denúncia do filho do presidente é outra alegação que vai até a carreira universitária do filho do banco para o marketing, através da qual grandes somas de publicidade passam dinheiro. Ele avalia Joel Fukunaga, referindo-se à promoção de Antonio Hamilton Rossell Mouro, filho do vice-presidente Hamilton Mouro, ao cargo de Diretor Executivo de Marketing e Comunicações.

O lucro anual dos 4 maiores bancos de capital aberto do país (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) aumentou 38,7% em 2019, passando de 62,7 bilhões de reais para 87 bilhões de reais até 2019. No ano passado, o aumento de 20% impulsionado pelo Banco do Brasil, em detrimento de fechamentos de agências e demissão de funcionários.

Em entrevista ao “O Globo” em 31 de maio, Novaes disse que a privatização do estabelecimento era um “sonho” compartilhado com o presidente. Em entrevista em 5 de julho, Guedes anunciou que a má gestão de Bolsonaro resultaria em 4 privatizações primárias em 90 dias. Sem especificar quais empresas estatais seriam transferidas para o setor pessoal, Guedes acrescentou que “as privatizações até agora não estão no ritmo desejado”.

Na notória assembleia ministerial de 22 de abril, Guedes disse que é obrigatório “vender a porra do BB em breve”. Declaração que não surpreendeu a representante da Diretoria do BB (Caref), Deborah Fonseca.

“Desde o primeiro dia de seu acesso ao ministério, Paulo Guedes demonstra seu objetivo de atacar o símbolo do Banco do Brasil. Ele escolheu um presidente de banco com indicações transparentes de diminuição do papel e importância do estabelecimento para a sociedade, com projetos de redistribuição distrital voltados à privatização”, denuncia o líder sindical do setor.

“A lógica privatizada de Guedes busca dar maior ênfase ao setor monetário pessoal, causando ainda mais concentração de força para esses conglomerados e prejudicando a população com cada vez mais crédito e mais caro”, acrescenta Caref.

O coordenador do CEBB afirma, em artigo publicado no Contraf-CUT, que alguns superintendentes do BB têm realizado reuniões com gerentes gerais para dizer que o banco será privatizado no prazo máximo de 3 anos. “O Banco do Brasil tem forte presença no setor agrícola, que há muitos anos é o responsável por um componente gigante do produto interno bruto do nosso país, mas também pelas micro, pequenas e médias empresas, que são culpadas por aproximadamente 80% dos empregos”, disse Fukunaga.

“Se o Banco do Brasil for privatizado, como sonha Rubem Novaes, quem vai atuar nestes segmentos? Como confidenciou Paulo Guedes, os bancos privados não têm interesse em ‘perder dinheiro’ com os pequenos. Querem somente ganhar com os grandes. E a prova é anunciada pela imprensa todos os dias: os pequenos empresários não conseguem ter acesso ao crédito nos bancos privados, mesmo após a liberação de R$ 1,2 trilhão para os bancos pelo Banco Central”, concluiu o coordenador da CEBB.

A carreira de Paulo Guedes no mercado monetário começou como um dos fundadores e economista líder do Pactual. Em 1983, Guedes aceitou a proposta de Luiz Cezar Fernandes de criar o banco, após Fernandes obrigar a empresa a deixar a empresa com Jorge Paulo Lemann no Banco Garantia. Revoltado com a partida, ele abriu o concurso com Guedes e André Jakurski.

Como principal estrato do banco, Guedes escreveu relatórios econômicos que lhe renderam o desafeto de ex-colegas da PUC, como Pérsio Arida, André Lara Resfinishe, Edmar Bacha e Luiz Carlos Mfinishonca de Barros, que o apelidaram de “Beato Salu”, em referência ao personagem da telenovela “Roque Santeiro” que anunciou o fim do mundo.

À frente do banco, Guedes fez uma fortuna estimada em US$ 150 milhões, mas ainda não saiu porque discordou da direção que o banco estava tomando para se aventurar no negócio de varejo. Deixou o banco com André Jakurski e, em combinação, a dupla formou a JGP Asset Management, uma das primeiras gestoras independentes no Brasil, com a mistura dos sobrenomes Jakurski e Guedes, seguida por sócios.

Sem Guedes e Jakurski, Luiz César Fernandes concordou em deixar o Pactual e abrir caminho para a nova geração de parceiros liderada por André Esteves, Eduardo Plass, Gilberto Sayo, Luiz Clonino García e Marcelo Serfaty. Depois de vendido e comprado no UBS, o Pactual tornou-se o BTG Pactual, um dos principais bancos de investimento do país.

Guedes deu direção econômica ao banco e direcionou os espaços cambiais, fonte constante de renda e juros. Foi dele que o compromisso com a valorização do genuíno veio à tona após o plano de Fernando Henrique Cardoso, com empréstimos em dólares para investir em papéis que se acumulassem com a valorização da nova moeda brasileira.

Após deixar o Pactual, Guedes foi convidado a integrar a diretoria do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), por meio do vice-presidente da instituição, Roberto Castello Branco. Décadas depois, Castello Branco foi nomeado pelo próprio Guedes como presidente da Petrobras, onde o conceito constante de privatização de todas as empresas estatais rendeu alguns resultados. Até agora, a BR Distribuidora foi vendida e avançou a privatização de gasodutos, campos e refinarias da Petrobras.

Guedes criou o JGP no final da década de 1990, junto com André Jakurski. Mas a empresa não teve sucesso. Ele disse que continuaria a operar no comércio diário, como fez durante o dia do Pactual. Mas acumulou perdas de mais de 20 milhões de reais em operações. Os sócios pediram que ele evitasse as operações e Guedes finalmente deixou o diretor em 2004.

Além do JGP, Guedes criou uma consultoria com seu irmão Gustavo, o GPG – Gustavo e Paulo Guedes -, mantendo forte participação no mercado futuro da Bolsa de Valores de São Paulo.

Segundo a empresa, a taxa ficou sendo beneficiada em R$ 596 mil após uma fraude por meio da corretora Dimarco, que substituiu a ordem das transações vencidas de vários clientes. Guedes não é réu no julgamento, que julco em 2018 em julgamento, com a condenação da empresa de troca de estoques que causou um prejuízo de 12,8 milhões de reais à base do controle de aposentadoria de funcionários do BNDES, a Fapes.

Quando a crise econômica eclodiu em 2008, Guedes avançou para a BR Investimentos. Fundada dois anos antes, a empresa fundiu-se em 2013 com a Mercatto Asset, administradora voltada para ações, créditos e fundos multimercados, e a Trapezus, que direcionou suas operações para estratégias quantitativas. Assim criou a Bozano Investimentos, dirigida por Guedes e Sergio Eraldo De Salles Pinto.

Durante esse período, uma investigação por meio da Operação Greenfield ainda paira sobre Guedes para determinar se ele cometeu um crime de controle fraudulento ou imprudente com o controle de um investimento feito com contribuições orçamentárias previdenciárias como Previ, Petros, Funcef, Postalis e BNDESPar.

Na época da BR Investimentos, Guedes levantou mais de um bilhão de reais para aplicações educacionais. Um fundo de investimento liderado pelo hoje ministro adquiriu 20% da Abril Educacao por R$ 226,2 milhões, o que corresponde a um cônjuge da Civitas, círculo de parentes controlados pela Editora Abril. O MPF e a Polícia Federal estão avaliando se houve acordo sem a devida análise.

O acordo com a Civitas só foi alcançado após o fundo Guedes concordar em vender a HSM, empresa administrada na ocasião e mercado de educação corporativa, para o Grupo RBS e a Globo Participações, de propriedade da família Marinho, que controla a Rede Globo. Os contatos que ele fez na época ajudaram a aproximar o candidato da era Bagnaro da grande imprensa.

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