“Estou cheio”, “Preciso me esvaziar”, “Só você aguenta minha energia espiritual”. Era com frases como esta, e se referindo às interlocutoras como “menininha”, que o líder religioso e ex-grão mestre da Grande Loja Maçônica da Bahia, Jair Tércio Cunha Costa, de 63 anos, anunciava de forma velada os abusos sexuais que teria cometido com mulheres que o tinham como guru espiritual.
Sob ameaças disfarçadas de atos de bondade para “purificar” as almas das vítimas, Jair Tércio supostamente manteve pelo menos 14 mulheres adultas, jovens e adolescentes sob seu domínio sexual e manipulação mental por anos. O caso foi noticiado pela TV Globo no domingo, 2.
Uma das vítimas, Tatiana Badaro, 33 anos, denunciou o autoproclamado “guru” junto com outras treze vítimas, todas de Salvador, ao local de trabalho do Ministério Público e ao projeto Justiceiras. Jair Tércio é acusado de cometer crimes de abuso sexual e mental. O procedimento de investigação foi iniciado na semana passada no gabinete do ministério público baiano e está tomando uma posição secreta, coordenada pela promotora Sara Gama.
Questionado pelo Estado, o deputado informou que ainda não poderia avançar nos principais pontos do processo, e que estava no processo de coleta de provas e escuta das partes envolvidas. A promotora Sara Gama se recusou a comentar.
Entre as supostas provas já acumuladas está uma gravação telefônica entre Tércio e uma menor em um boletim de ocorrência em Salvador, em que a mulher relata que sua mãe irá levá-la ao ginecologista e que ela “perdeu a virgindade” com ele. Tertius então pede para ele sair. A defesa do guru não secular nega as acusações.
Tatiana conta que após relatar o caso em suas redes sociais, ganhou mais 200 denúncias de mulheres que foram abusadas por Jair Tércio, mas apenas 14 foram procuradas para serem denunciadas ao MP. O ato mais antigo teria tomado posição há 41 anos.
Os abusos, Tatiana e a vítima, que gostavam de não revelar sua identidade, ocorreram em dois apartamentos em Jair Tércio, em Salvador: um no hotel Victoria Marina, no Corredor da Vitia, bairro nobre da capital, e outros no El espacio del Quartier de São Tomé de Paripe, ao contrário da praia de Inema. Outros tomaram posição no município de Piat, na Chapada Diamantina, onde foram feitos retiros não seculares nas montanhas.
Lavagem cerebral
Tatiana tinha apenas 15 anos quando levou o namorado e o ex-marido na época à Organização Científica de Estudos Materiais, Naturais e Espirituais, da Fundação Ocidemnte, onde trouxe Jair Tércio, considerado o líder não secular do chamado Imutabilisme, um movimento dedicado criado através dele.
Tertius disse isso como a reencarnação do profeta Moisés, do filósofo Baruch Spinoza, do artista renascentista Leonardo da Vinci e do líder hindu não-secular Mahavira. Os ensinamentos do “guru” seriam coletados no e-book Arca Sagrada, supostamente escrito através dele.
Até que o ato sexual fosse alcançado, Jair Tércio construiu uma relação de aceitação como verdadeira com as mulheres, por meses ou anos, até informá-las que elas teriam que passar por “tratamento” ou “purificação” para serem perdoadas por um ato supostamente considerado promíscuo ou para conseguir o que procuravam na época. No caso de Tatiana, que engravidou do namorado aos 16 anos, para limpar a sua “conduta promíscua” nessa encarnação e consertar o Karma, tivemos que ceder aos atos sexuais de Jair Tércio. Foi o caso entre 2007 e 2015.
“Estou em um momento de imensa vulnerabilidade. Quando você está procurando por uma atmosfera devota, você passa com o peito aberto. Aterrissou como minha salvação Array… Duvidei da minha própria sanidade. Eu não sabia se ele era louco”, diz ele. . Ele duvidava da correção de Jair Tércio, mas temia retaliação do grupo maior. “Eles passaram a dizer que eu estava mentindo.”
No primeiro ano, Tatiana abusava todas as quartas à noite, lembra ela. Após esse período, pelo menos uma vez por mês. Até que uma vez, quando teve acesso ao celular do líder não-secular, descobriu as mesmas mensagens para muitas das mulheres da Fundação. Ela sabia que estava sendo abusada e terminou. “É emocionante”, diz ele.
Outra vítima, que não precisou de sua identidade revelada na época, disse ter sido abusada duas vezes, em 2006 e 2007. Também levada para a Fundação Ocidemnte, ouviu de Jair Tércio que precisava passar por uma limpeza para engravidar. seu agora ex-marido, também um seguidor do movimento immutablismo. “Ele [Jair Tércio] mandou mensagens de texto dizendo que eu tinha que me masturbar”, lembra. “Ele me chamou de garotinha.”
Até que, cerca de um ano depois, ela disse que era hora do remédio para limpar chakra engravidar do marido. No hotel do apartamento, ela pediu para ir ao banheiro, se despir e deitar na cama com um lençol cobrindo seu corpo. Depois de levantar a mão no ar acima dela, ela tocou sua vagina. “Eu não sabia o que fazer (…), e então ele me penetrou.”
O que diz
A reportagem teve acesso a 3 contatos telefônicos de Jair Tércio Cunha Costa, mas não respondeu às ligações. Procurado pelo Estado, seu advogado de defesa, Fabiano Pimentel, enviou uma nota explicativa negando abusos físicos e mentais e diz que “todas as relações [Jair Tércio] mantiveram sua vida consensual e marcada por afeto e afeto”.
“Apesar de sua carreira no gráfico de estudos de espiritualidade e escritor de diversas obras literárias, pontos que o levaram a escrever nesta pintura, o Sr. Jair Tércio nunca usou sua posição para descarregar falsas vantagens, especialmente no quadro sexual.” O texto diz. Até agora, diz ele, “o Sr. Jair Tércio não foi convocado para interrogatório, porém, ele já se submeteu às escrituras para esclarecê-lo, até porque acha que todos os fatos serão esclarecidos no processo”.
A Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB) também publicou nota à imprensa indicando que Jair Tércio, que ocupava o cargo de Grão-Mestre da entidade, responderá à investigação interna, já estabelecida, “tendo sido excluído cautelosamente das atividades normais da Maçonaria, com seus direitos maçônicos suspensos”. A entidade também declara que as práticas de informação e não conformidade por qualquer indivíduo devem ser investigadas e, se comprovadas, sujeitas a sanções legais.
O GLEB enfatiza que todos os membros da Maçonaria têm direito a julgamento perante o Tribunal Maçônico, “de acordo com a garantia de defesa suficiente e processos adversos”. Por essa razão, o imóvel comentará ou comentará sobre o preço do processo, que é controlado confidencialmente.
A Fundação Ocidemnte, com sede em Salvador, declara em sua página online que projetou por meio do “educador” Jair Tércio Cunha Costa, que desde 2017 “não realiza mais qualquer finalidade ou atividade na instituição, nem em suas unidades de cônjuge”. Ele também afirma que “não é, e nunca foi, uma organização dedicada” e que a progressão humana vem para “ensino-aprendizagem-sentimento, estudos e processos de extensão que vêm com meditação, consciência e autoconhecimento, sem qualquer conotação. fé ou vínculo com estabelecimentos com esse perfil.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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