Pesquisadores refutam argumentos do agronegócio sobre estudo clínico

Uma organização de cientistas brasileiros se reuniu para escrever uma carta de proteção aos liderados pelo pesquisador Raoni Rajo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada em julho na revista Science. A matriz intitulada “As maçãs podres do agronegócio”, na tradução em português, constatou que pelo menos 17% da carne e 20% da soja produzida na Amazônia e nos biomas fechados e exportadas para a União Europeia estariam “potencialmente contaminadas” por meio do desmatamento ilegal.

A investigação tem causado intensa controvérsia, que tem sido questionada por segmentos do agronegócio, entre fabricantes, funcionários públicos e consultores. No entanto, essa reação é “contraproducente”, segundo a carta assinada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, além da Fundação Florestal do Estado. São Paulo (SMA-FF) e também através do climatologista Carlos Afonso Nobre, que trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e colaborou com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Para eles, “não há como esconder a gravidade do desmatamento ilegal, particular o descumprimento do código florestal, invasões do público e da terra, apropriação de recursos à base de plantas, incêndios criminosos, entre outros transtornos semelhantes ao uso indevido da terra sob a visão de erro do desenvolvimento e da contínua expansão das fronteiras da produção agrícola. Esses transtornos exigem respostas para as quais a ciência pode mais uma vez ser uma vital melhor amiga dos produtores rurais.”

Segundo os cientistas que assinaram o documento, a reação do agronegócio à revisão “não leva em conta mais e fornece contribuições clínicas para a efetividade e sustentabilidade da agricultura”. Além disso, temem que “seja lembrado que o Brasil agora é apenas uma potência agrícola, graças a um componente gigante aos avanços clínicos e tecnológicos”. Segundo o documento, todos os avanços no setor agrícola, somados aos semelhantes à sustentabilidade, foram feitos com “ciência sólida e enraizada em pesquisas sérias e verificadas”.

Por isso, reafirmamos que os estudos realizados através do professor Rajo e publicados na Science seguiram os mesmos preceitos graves. “Como é prática nesta revisão, o assunto tem sido objeto de rigoroso escrutínio por vários editores e críticos”, lembram os cientistas, que continuam: “Auditaram o método utilizado, os efeitos recebidos e avaliaram se as declarações contidas no artigo foram apoiadas pela ciência, na caixa da verdade e nas análises realizadas através de estudiosos.”

Segundo a carta, os achados do exame publicados na Science “convergem com os de muitos artigos clínicos e pesquisas oficiais normais de conhecimento realizadas no Brasil”. E permanecem “conservadores” em comparação com o domínio ilegalmente desmatado no país para a expansão do agronegócio. De acordo com os cientistas, a revisão do professor Rajo examina o desmatamento “ilegalmente comprovado” e “provavelmente classifica menos famílias ilegais do que indicaria pesquisas mais específicas”.

Nesta fase, os pesquisadores discordam das críticas de consultores do agronegócio, que argumentaram, ao recusar a revisão, que a ilegalidade dos espaços desmatados é “superestimada” por não incluir nas instalações seguras de análise “, como compensação concedida pelas licenças estaduais”. “É vital notar que os números mostrados neste teste científico são conservadores”, diz a carta. “Por exemplo, dada a falta de conhecimento sobre a desmontagem de plantas para todos os estados, a revisão considera que qualquer desmatamento de acordo com as normas de reserva legal é “potencialmente legal”.

Nesse sentido, a carta menciona que o exame estima que, em Mato Grosso, um dos poucos estados com conhecimento, por exemplo, apenas 3% das casas possuíam licença de desmatamento, o que legalizaria a extração da floresta. ou seja, grande parte do desmatamento que o teste considera “potencialmente legal” tende a ser ilegal porque não é permitido, como mostra este exemplo de Mato Grosso”, afirmam os pesquisadores.

Outro argumento usado por especialistas do agronegócio que não é viável, segundo a carta agora publicada pelos cientistas, é que as famílias classificadas no exame do professor Rajo como “ilegais” podem compensar o trabalho cotidiano em suas casas em outras áreas da floresta. mesmo bioma “De acordo com o código florestal, a compensação não pode ser usada para permitir o desmatamento adicional em domicílios que já possuem responsabilidades”, disseram os pesquisadores.

O Broadcast Agro, um dos signatários da carta, o pesquisador de sustentabilidade das cadeias produtivas da Universidade Católica de Leuven, Tiago NP Dos Reis, também emite que o mecanismo de reembolso ambiental pode ser feito em domicílios desmatados antes do prazo estabelecido pelo Código Florestal, julho de 2008.

“Após essa data, o Código não permite o uso do mecanismo de reembolso”, diz. O argumento dos consultores é, portanto, infundado, diz ele, reforçando o “conservadorismo” do exame do Professor Rajo. “A revisão publicada na Science foi conservadora porque na verdade só considerava os fabricantes que já tinham empregos ambientais no dia-a-dia ilegais (antes de julho de 2008) e ainda continuavam florestas transparentes, ou seja, continuavam a agir ilegalmente”, explica Reis. “Quanto àqueles com ativos florestais e excedente de reservas legais e desmatadas após julho de 2008, a revisão não considerou ‘ilegal’, embora pudessem fazê-lo ilegalmente se tivessem feito isso sem autorização, o que é muito provável, no entanto, a revisão não levou em conta.

Portanto, na carta, os pesquisadores são categóricos (embora repitam que o número de domicílios ilegais no exame de Rajo é subestimado): “Como resultado, as famílias que o testemunho classifica como ‘ilegais’ são, sem dúvida, ilegais, e muitos desmatamentos que o teste considera ‘legais’ são potencialmente ilegais. O argumento da superestimação é falso.”

A carta adicional argumenta que uma crítica justa ao exame “é essencial para o avanço do conhecimento clínico” e que Raoni e sua equipe têm utilizado “conhecimento público, uma metodologia aberta, transparente e reprodutível”. “Todos os efeitos do artigo devem ser levados em conta e avaliados na Science mag e no site do Centro de Detecção Remota da UFMG”, dizem. “Dessa forma, é imaginável verificar as premissas e auditar os conhecimentos e cálculos feitos.”

Além disso, os cientistas observam que “as críticas à ciência inteligente através do componente minoritário do agronegócio, sem argumentos e fundamentos forjados, constituem uma tentativa de usar a sabedoria clínica apenas quando se encaixa ou quando essa sabedoria confirma suas percepções e visões do mundo”, dizem. “No entanto, deve ser transparente que a ciência não pinte quadros como este.” Eles acrescentam: “Enfrentar descobertas clínicas com hipóteses e falsidades pode parecer uma resposta simples, mas isso só nos afasta de soluções genuínas e obrigatórias.”

Por fim, afirmam que “não há caminho viável” para o agronegócio brasileiro se seus erros e inconsistências legais, ambientais e sociais forem corrigidos.” E também dizem que “um componente gigante do agronegócio busca se adaptar de forma responsável às exigências de sustentabilidade da empresa. Esse componente será suportado através de conhecimento clínico inteligente.”

Os pesquisadores que apontam o documento são a professora de Ecologia do Ecossistema da UnB, Mercedes Bustamante; pesquisador sobre a sustentabilidade das cadeias na Universidade Católica de Leuven, Bélgica, Tiago N. P. Dos Reis; pesquisador Gerd Sparovek, coordenador do Laboratório de Geotação e Inteligência Estratégica e Espacial da USP e presidente da Fundação Florestal do Estado de São Paulo; Professor Esalq/USP de Sistemática e Ecologia, Ricardo Ribeiro Rodrigues; pesquisador e climatologista Carlos Afonso Nobre, que já trabalhou no Inpe e no IPCC;

O cartão completo pode estar em https://cienciasociedade.org/o-agronegocio-brasileiro-continua-precisando-do-conhecimento-cientifico/

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