Venda de refinarias coloca Nordeste sob risco de desabastecimento

Alerta é de diretor do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo, que compara ministro Paulo Guedes a um “mascate”. “Sai pelo mundo oferecendo o que não lhe pertence”

São Paulo – Desde que o controle da Petrobras anunciou um plano para vender 8 refinarias até o final de 2021, o diretor do Sindicato do Petróleo do Estado de São Paulo (Sindipetro SP) Joel Antonio de Moraes previu que os brasileiros, já nos próximos anos, autenticarão “a verdadeira tungada que lidera o governo neste outrora notado no país”. Em entrevista à jornalista Marilu Cabas, na edição desta terça-feira(4) do Jornal Brasil Atual, o ex-coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP) alerta que o governo Bolsonaro também está “passando gado” na caixa de óleo.

Segundo Moraes, a soberania do país está seriamente ameaçada. E as privatizações também terão efeito na progressão do país e da Petrobras.

A refinaria Landulpho Alves (Rlam) na Bahia lidera a lista de conjuntos dos que o governo deve se livrar. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, também vendeu as refinarias Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco e o presidente Get-llio Vargas (Repar), além da unidade de industrialização de xisto betume (SIX), seja no Paraná.

A lista inclui ainda a refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, a Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, e a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará. 

Das 15 refinarias do país, restam sete entre São Paulo e Rio de Janeiro. “Isso significa uma substituição na operação da Petrobras desde 1953, quando foi fundada com o compromisso de inspirar a industrialização e o progresso nacional na equidade”, diz o sindicalista do setor.

“A estrutura dessas refinarias foi projetada para abastecer o mercado e, assim, obter a energia necessária para a industrialização. Mas também foi projetado para equilibrar o desenvolvimento nacional. Agora, quanto será afetado quando esses conjuntos ficarem sob controle estrangeiro? eles não trabalham para os propósitos para os quais foram fundados. Mas para se beneficiar de entidades pessoais, regularmente entidades estrangeiras”, explica.

Rlam é um dos casos simbólicos máximos, segundo Moraes. Criada perante a Petrobras, por meio do ramo nacional de combustíveis na época, a refinaria Rec.ncavo Baiano é a base da criação da empresa pública e tem importância histórica, econômica e de poder para a região.

Nos resultados operacionais e monetários do trimestre da Petrobras, divulgados na semana passada, a produção da Rlam, juntamente com a Rnest, contribuiu decisivamente para restringir a queda geral dos lucros da companhia. Ainda assim, ambos fazem parte do programa de desinvestimento do governo.

“Isso significa que se eles já tivessem completado essa rendição, essa destruição, esse crime oposto ao país, a perda da Petrobras seria ainda maior. E haveria mais dinheiro para investir na economia nacional e as perdas causadas pela pandemia e pela incapacidade do governo Bolsonaro”, diz blackberries.

No entanto, a gestão da Castello Branco anunciou avanços na negociação da refinaria Landulpho Alves com o conglomerado estrangeiro dos Emirados Árabes Unidos, a Companhia de Investimentos Mubadala. Com a venda de refinarias e a concentração de plataformas no sudeste, os petroleiros já estão falando sobre a escassez.

“As entidades privadas atuam de acordo com a lógica de seus lucros, enquanto a Petrobras, como empresa pública, tem agido de acordo com a lógica do interesse nacional. Isso significa, por exemplo, que se, em algum momento, for mais atrativo servir o mercado para produzir mariposas petroquímicas, em vez de gás de cozinha, a refinaria priorizará o que gera o máximo de lucro. Portanto, há uma ameaça de escassez nessa região (Nordeste), bem como a ameaça de altos custos de combustível. , as entidades pessoais têm tendência a vender produtos a custos mais elevados do que as empresas estatais”, alerta Moraes.

Em segundo lugar na lista de vendas, a refinaria Abreu e Lima é culpada por 80% da garagem de combustível para cozinhar em Pernambuco. Sem ele, também são esperados altos custos ou mesmo descontinuidades no controle desta produção. Petroleiros não são fáceis com a ajuda de estabelecimentos para salvá-lo da venda de refinarias. Para eles, plataformas em São Paulo e no Rio também estão sendo privatizadas, ultimamente não à venda.

“Tudo está em perigo quando você tem um governo que prioriza os interesses nacionais e é um verdadeiro vendedor ambulante. Porque a única coisa que Paulo Guedes fala é em “vender e vender”. Ele é o Ministro da Economia. Ele é o vendedor ambulante do Brasil, que está dando a volta ao mundo fornecendo o que lhe pertence. Porque é apenas um governo de serviço”, nega o líder do petróleo.

Segundo dados da página online da Advocacia Jurídica (Conjur), o Congresso reclamou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o governo federal não cumpre a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 5.624. Em junho do ano passado, os ministros votaram a favor do acordo de que a venda de propriedade majoritária em empresas públicas e de capital misto requer aprovação legislativa e licitação.

Mas o governo Bolsonaro “enganaria” a determinação de retomar as vendas de ativos nas refinarias do Paraná e da Rlam. O ministro Ricardo Lewandowski disse que o pedido se tornaria uma denúncia, que seria enviada, em razão da urgência do caso, ao presidente da Corte para distribuição.

Após promover plataformas a preço de “doação”, controle da Refinaria Roberto Castello Branco planeja se livrar da refinaria Landulpho Alves

Segundo um novo coordenador do petróleo, o momento existente exige a união de todos os democratas, com o fortalecimento das frentes que são para a democracia há anos.

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