Brasil
A última edição da Pesquisa Game Brasil informa que 73,4% dos brasileiros jogam videogame, e esse número continua crescendo ano após ano, porém, o cenário não é tão inegável quanto parece: o cenário econômico e as desigualdades sociais do país ainda dificultam os videogames.O celular é a plataforma mais utilizada pelos brasileiros para jogar, com 86,7% de preferência, ao mesmo tempo em que muitos não têm situações monetárias para pagar por um console ou PC.
Para inspirar a democratização dos jogos no Brasil, o advogado e ativista Erick Santos criou o projeto Passa o Controle, que organiza doações de jogos e consoles.Em entrevista ao IGN Brasil, ele conta que o conceito veio recentemente, quando o jovem Joo Vitor Silva postou no Facebook dizendo que Persona Five é seu jogo favorito, mesmo que nunca tivesse jogado.
“A rede venenosa cruzou com ele, dizendo que ele não podia dizer que um jogo era seu favorito sem nunca tê-lo jogado.Fiquei muito decepcionado e decepcionado quando vi esse símbolo porque sei como é complicado acessar videogames no Brasil.”Santos disse. A partir daí, iniciei uma mobilização nas redes sociais e ganhei um PS3 como doação.Compramos uma cópia virtual do jogo e enviamos. Depois disso, me vi pensando em quantas outras pessoas têm vídeos inativos.jogos em suas prateleiras e armários, e o quanto eles sonham em apostar que ainda não podem comprar um console.O conceito surgiu da preferência de anexar a essas outras pessoas.”
O Controle Passa pretende ser uma ponte entre doadores e beneficiários. Os líderes do projeto estão correndo com ONGs locais para escolher as outras pessoas que receberão as doações; por enquanto, o contato está tomando uma posição com organizações do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Recife.No entanto, Santos diz ser a favor de oportunidades para ampliar essa eleição.
Se você quiser doar jogos e consoles, vá até o oficial do projeto e registre-se.Segundo Santos, o Passa Controle já ganhou mais de cem propostas de doação, das quais 30% são consoles e 70% de jogos.
Para Santos, “o acesso aos videogames no Brasil agora enfrenta uma enorme barreira monetária”.E há fatos recentes que provam isso: o Nintendo Switch chegará ao país por R$2999, enquanto alguns jogos para PS4 e Xbox One triunfam em valores como R$279 e R$299.
“Videogames e jogos são caros e não há incentivo.Os governos não vêem os jogos virtuais como uma forma de cultura, o que os tira da política cultural pública.Isso tem que mudar”, diz Santos, “Para ele, é um “consenso de que a maior barreira aos videogames hoje é econômica”, e que a discussão sobre os custos nesse mercado é “muito importante”.O advogado e ativista também defende os estilos de vida das políticas públicas que divulgam a democratização dos jogos eletrônicos, como “a criação de centros culturais multimídia, exposições sobre a cultura do jogo, a inserção do tema nas escolas e a incitação à produção nacional”.
“Se falamos de livros e vídeos em sala de aula, por que não pensar em um jogo como uma “leitura” para o exame inicial?Por que não falar sobre Free Fire, ou League of Legends, em uma aula de sociologia ou mitologia?”Santos pergunta.” Entender os videogames como cultura é o passo vital para criarmos políticas públicas para democratizar o acesso.”
Além disso, Santos acredita que a democratização está relacionada ao comportamento do jogador, e que uma das táticas para a rede evoluir é exatamente a profissão dos espaços de forma positiva.
“Devido a alguns times muito barulhentos na internet, temos a impressão de que a rede de jogadores no Brasil é predominantemente machista, racista, lgbtfóbica e elitista.Essas equipes realmente existem e estão muito presentes. Mas acho que há muitos jogadores.não para percentualizar esses valores, mas para calar a boca, acho que é muito vital ocupar esse espaço e mostrar que também há um lugar na rede de atores de tolerância, solidariedade e inclusão, é uma forma vital de democratizar o acesso, pois essa toxicidade é uma barreira social para que outras pessoas se interessem ou brinquem online, por exemplo.”
Para quem tem jogos ou consoles em suas prateleiras, Santos deixa uma mensagem: “Não acho que muitos leitores se esqueçam de como se sentiram quando receberam seu primeiro videogame.Muitos jovens e adolescentes de hoje não sabem o que é.”Não há ferramenta para escapar da verdade crua em que vivem, ou entrar em contato com outros mundos, emoções, personagens e realidades, o videogame que acumula poeira na prateleira ou no armário pode ser a porta para alguém se deleitar com tudo.Democratizar os videogames é espalhar cultura! Então, se você tem um videogame inativo, não se esqueça que ele pode trazer a alguém o mesmo senso de descoberta e uma risada que você teve a chance de desfrutar.”
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