O Paraná está prestes a se tornar um marco da viticultura, esse foi o tema discutido por representantes do setor em uma convenção na internet que foi acompanhada pelo Cepas
Nesse novo ciclo, a Revitis inicia a formação de técnicos e fabricantes, que também envolve parcerias com Senar e universidades, e vai anunciar uma série de eventos online. O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, disse que a mudança de domínio e produção de uvas vem preocupando nos últimos anos e que o governo buscou o contrário . a situação. “O programa representa a criação de oportunidades na área, para devolver ao Paraná sua competência neste domínio, para elevar novamente essa curva. Precisamos que os fabricantes saibam que o Estado está com eles neste momento de recuperação ”, prometeu. Ele também espera que a Paraná Turismo lance este ano um programa de caminhadas comerciais, no qual estão inseridas vinícolas. “O caminhante que faz escala em Curitiba pode fazê-lo em indústrias que apresentam essa condição, como algumas que possuem passarelas que passam sobre a linha de produção. Pretendemos vir com vinícolas nessa excursão também, desde que tenham capacidade para acomodar essas pessoas ”, disse. Durante a conferência na Internet, o Vale dos Vinhedos, como Ortigara no ano passado, foi citado como referência tanto para a produção de vinho quanto para excursões.
De acordo com o coordenador estadual da Revitis, Ronei Luiz Andretta, além dos 43 conjuntos de referência a serem instalados, até 2021 estão previstos 40 projetos de progressão, por isso já está disponível uma área de cadastro para fabricantes e outros profissionais do setor. para estar na página online da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). “O objetivo é formar uma rede de comunicação e disseminar treinamentos, eventos, dias de caixa, estudos de efeitos e modelagem de mercado”, disse Andretta.
2020 é um ano decisivo para os fabricantes. Durante a nova pandemia de coronavírus, que paralisou os setores de eventos, bares e restaurantes, o Brasil registrou recuperação no consumo de vinho: 313,3 milhões de litros foram vendidos de janeiro a agosto, 37% a mais que na mesma época do ano passado. de acordo com pesquisa da Ideal Consulting. Devido à alta do dólar, espera-se uma valorização do produto nacional em detrimento do vinho de países como Chile, Argentina e Portugal. “O desafio dos técnicos, fabricantes e controle público é reter esse novo consumidor, que tem um sabor sutil e não vai começar com facilidade, mais qualidade”, diz Paulo Andrade, agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral).
No Paraná, a produção de uvas é generalizada em domínios máximos, porém, o domínio e o volume têm diminuído nos últimos anos. Atualmente, o estado possui 3. 584 hectares dedicados ao cultivo, o que representa uma produção de 53,1 mil toneladas, segundo conhecimento do Deral. O município de Marialva, que alcançava 1,6 mil hectares, está hoje no nível mais alto da classificação estadual com um domínio de 473 hectares (13% do total) e uma produção de 11,7 mil toneladas. Outros destaques são Rosário do Ivaí, Mallet, Cerro Azul e Bandeirantes. A base técnica do Revitis é composta por estudos recentes da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), que incluiu o Paraná como um sítio climático adequado para a viticultura. Pela classificação climática, as características dos planaltos Curitiba e Guarapuava seriam semelhantes às da Serra Gaúcha e da Serra do Sudeste, também no Rio Grande do Sul, onde a produção já se consolidou e recebeu reconhecimento externo. Essas regiões do Paraná com características de climas úmidos, temperados quentes e noites quentes têm semelhanças com as regiões geradoras do Uruguai, Espanha (Galiza) e Itália (regiões de Módena e Vêneto).
O produtor José Zanchetta, da Cantina Zanchetta, a São José dos Pinhais, espera que o Paraná seja referência no setor. “Nós, que pintamos com o turismo, buscamos essa oportunidade para que os pequenos fabricantes consigam ajuda”, disse ele. Vanderlei Marcos Reina, dos jesuítas, passou do cultivo de oliva para a fruticultura em busca de maior rentabilidade. “Pretendo diminuir o domínio dos pomares e aumentar o domínio da uva para que meu filho, que é engenheiro agrônomo, possa ficar no ativo e na produção”, diz.
José Luiz Marcon Filho, enólogo da região metropolitana de Curitiba, argumentou que os enólogos podem garantir preços mais altos. “A cessão não quer garantir o preço, apenas para fornecer subsídios. Conheço um agricultor inteligente, com muita experiência em trading, que controlava vender a R$3, R$3,50, mas alguns outros não ultrapassavam R$1,60. Por isso, uma rede de cadastro como a que teremos com a Revitis será excelente”, disse o engenheiro agrônomo que nasceu em Santa Catarina, mas seguiu o Paraná para a prática. O programa do governo prevê a criação de uma câmara de mediação técnica onde a indústria terá contato direto com os fabricantes para analisar transtornos como esses.
Giorgeo Zanlorenzi, presidente da Associação dos Enólogos do Paraná (Vinopar), fez um balanço do setor: “Vivemos a situação mais produtiva em nossos 23 anos de existência. O vinho foi seguido pelos consumidores pandêmicos e há um vinhedo que reduziu o estoque para 0 por conta dessa demanda. Alguns vão até ter dificuldade de atender o mercado no final do ano ”, revelou. O empresário acredita que o mercado existente vai ficar no futuro, graças aos outros jovens que começaram a apimentar a bebida. Segundo ele, a Famiglia Zanlorenzi já tem um vinhedo cônjuge em Bituruna e também visita outras casas no Paraná para aproveitar a produção. “Algumas uvas já foram entregues para Santa Catarina e trazemos muitas do Rio Grande do Sul, porém, precisamos cada vez mais dos estoques paranaenses. Em alguns anos, o estado será apontado como o de maior desenvolvimento de produção do Brasil”, afirmou. projetou o presidente da Vinopar, entidade fundada em 2017 e com a participação de doze vinícolas afins.