Jaguar morto e chaminé “subterrânea”: chaminés continuam ameaçando o Pantanal

Novas chaminés foram registradas em porções do Pantanal nos últimos dias, após a chaminé diminuir no bioma

Na última terça-feira (3), duas onças-pintadas foram resgatadas após sofrerem um incêndio na região da Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul, uma das quais morreu poucas horas depois, também resgatou animais de outras espécies do domínio, que é um domínio vital para a preservação da fauna pantaneira.

“A Serra do Amolar conecta várias áreas preservadas, então isso é para animais”, explica o veterinário Diego Viana, pesquisador do Instituto Homem Pantaneiro (IHP).

O episódio ilustra as dificuldades ainda encontradas no Pantanal devido aos incêndios. Cientistas, que com chuvas recentes, passaram a pior época do ano, mas alguns incêndios ainda estão em chamas.

De janeiro a outubro, os incêndios atingiram cerca de 4,1 milhões de hectares de bioma, até o Laboratório de Aplicações Ambientais por Satélite (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que corresponde a 28% do Pantanal brasileiro, ao Instituto. SOS Pantanal.

2020, ano com maior número de chaminés no Pantanal desde a última década de 1990, quando começou a vigilância do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro a sexta-feira (6), foram 21. 451 focos de calor (geralmente chaminés). , por exemplo, foram 10025.

As primeiras chuvas no Pantanal no final de setembro trouxeram alívio, mas especialistas dizem que as chuvas fortes, que são essenciais para o fogo, só começaram em meados de outubro, e que ainda há incêndios preocupantes.

Quais são os incêndios existentes?

Nos últimos dias, incêndios eclodiram na Serra do Amolar, no Parque Nacional Matogrossense do Pantanal e na terra indígena guato, próximo à fronteira com a Bolívia.

Análises iniciais sugerem que os focos começaram naturalmente, devido a raios, que foram intensos com chuvas recentes, e especialistas também apontam que alguns dos incêndios existentes podem ter sido causados por chamas que foram acesas em espaços que já haviam sido queimados, especialmente em espaços onde chove menos.

Os incêndios são re-iluminados em espaços com muita vegetação acumulada, devido ao fogo de turfa, também chamado de “fogo subterrâneo”, que queima sem que ninguém perceba.

A chaminé de turfa ocorre devido a sucessivos períodos de seca e inundações nas estações da região, que criam camadas de matéria biológica no solo. Os brigadistas às vezes dizem que é como um sanduíche: uma camada de terra, outra camada de vegetação, alguma outra camada de terra e assim por diante.

Com o passar dos anos, essa cortina se torna altamente inflamável, quando esta planta é afetada pela chaminé, a chaminé pode triunfar em uma dessas camadas mais profundas, em matéria biológica e altamente inflamável.

Embora controlada à primeira vista, esta chaminé pode se estender sob a camada mais sensível da terra até que rachaduras sejam desenterradas e plantas mais secas surjam.

“Os focos quentes de hoje são condições de ervas no Pantanal, por causa das condições climáticas adversas, com pouca chuva em alguns campos e muito calor. É um absurdo que ainda haja pólvora”, disse o tenente-coronel Dércio Santos, vice-diretor do Departamento de Chaminés de Mato Grosso.

Mas Santos diz que “é vital aguardar a verificação clínica legal, após uma análise minuciosa” para verificar se essas chaminés foram causadas por raios ou pela chaminé que novamente.

Investigações sobre o domínio indicaram que as chaminés no Pantanal entre julho e outubro foram feitas pelo homem, não há indícios de raios que justifiquem uma chaminé de ervas no bioma, pois não houve chuva entre junho e setembro.

Pesquisadores dizem que o local da chaminé se espalhou basicamente devido à seca excessiva na região este ano, a pior em quase cinco décadas, e a demora do governo em responder ao controle das chaminés.

Em setembro, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar a origem das chamas no Pantanal; pesquisas têm mostrado que pelo menos os agricultores são responsáveis; investigações continuam.

Como o combate ao fogo está indo

O Pantanal passou por incêndios severos até meados de outubro, e as investigações sugerem que foram causados por agricultores.

As áreas que ainda sofrem com incêndios tiveram pouca chuva, segundo especialistas. “Esta é uma situação preocupante. Temos que estar atentos. Há muita matéria seca que pode queimar nesses lugares. Teremos que estar”. vigilantes até que mais chuvas fortes cheguem a esses lugares”, explica o biólogo André Luiz Siqueira, diretor da ONG Ecoa.

Com o alívio das chaminés no bioma, em outubro o grupo de trabalho criado para combater as chaminés – que tinham o Departamento de Defesa e o ramo de chaminés de outros estados – foi desmobilizado.

A guerra foi realizada por meio dos bombeiros de Mato Grosso do Sul, com aeronaves militares brasileiras e membros da brigada do Centro Nacional de Prevenção e Controle de Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Santos diz que a chaminé mato-grossense chegou até a ser vista no estado vizinho. “Mas eles disseram que não seria necessário. No último contato, fomos informados de que havia 21 servidores do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) na região. Eles disseram que havia muitos lugares inacessíveis para iluminar a chaminé, mas eles estavam lutando. “

O secretário de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, diz que a equipe estadual, assim como os funcionários do ICMBIO, são suficientes para combater os incêndios existentes. “Além disso, temos outros grupos de bombeiros de Mato Grosso do Sul que estarão pintando lá se necessário”, disse Verruck à BBC News Brasil.

No mês passado, houve considerações sobre um movimento. Em 21 de outubro, uma circular do PrevFogo ordenou aos estados que reunissem todos os grupos de brigadas a partir do dia seguinte, já que não haveria mais dinheiro para continuar trabalhando.

No entanto, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, onde está localizado o Pantanal brasileiro, afirmam que ainda existem brigadas do governo federal no Pantanal, mas em menor número do que a intensa era dos incêndios.

A BBC News Brasil questionou o Ministério do Meio Ambiente sobre as medidas que estão sendo tomadas ultimamente no Pantanal, mas não se reagiu à publicação da reportagem.

Incêndio mata vida selvagem

Para os animais que vivem na Serra do Amolar, a tranquilidade durou pouco. Especialistas dizem que houve apenas cerca de duas semanas com poucos incêndios em outubro. “Logo os raios chegaram, o que, segundo os servidores do ICMBio, ampliou o fogo”, explica o pesquisador. Diego Viana, que monitora a área.

Até o final de outubro, segundo Lasa, 216 mil hectares dos 276 mil hectares de diversidade montanhosa foram afetados pelos incêndios, mas os cientistas afirmam que os números existentes são maiores, com as chamas que tiveram nos últimos dias.

Entre os que sofreram o incêndio estão as duas onças que viviam na Serra do Amolar, os dois homens resgatados perto do Rio Paraguai?Pantanal ?, obteve os primeiros socorros e foram transferidos pela Força Aérea Brasileira (FAB) para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) em Campo Grande.

Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, os animais foram sedados, medicados, analisados e colocados em locais separados para recuperação, porém, uma das onças não resistiu e passou por exame da causa da morte, que ainda não foi concluída. .

Um dos veterinários que acompanhavam os animais argumentou, em entrevista à imprensa da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, que o maior desafio enfrentado pelos animais é a gigantesca quantidade de fumaça que inalam ao tentar escapar do fogo.

A onça que sobreviveu está debilitada, com queimaduras nas patas e ainda sob observação, o animal terá que passar por novos procedimentos para sair de suas feridas, ainda não se sabe se conseguirá retornar à natureza.

Vários projetos por meio de ONGs e governos dos estados do Pantanal estão em busca de animais na região, no entanto, especialistas dizem que o governo demorou muito para tomar essas medidas.

Animais como antas, tanques de peixes e agutíes foram resgatados. ” Esses conjuntos de conservação da Serra do Amolar são muito típicos da região. Mas, infelizmente, muitos espaços da região foram engolidos pelo fogo”, diz Viana.

O palco é esperado apenas com chuvas fortes

O cenário nos espaços afetados deverá ser apenas com chuvas fortes. “O vento na região pode dificultar muito o combate ao fogo. Temos que estar atentos. Ainda há muita matéria seca que pode ajudar a espalhar fogo. “explica o biólogo André Siqueira.

A previsão é de chuva para o próximo week. As resultado, o governo disse que a etapa vai melhorar mais cedo e que os incêndios existentes não devem ser substituídos em proporção ao observado entre julho e outubro.

Mas a preocupação é um efeito imaginável sobre o fenômeno climático Los Angeles Nino, que está se aproximando no Oceano Pacífico e que, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), deverá ser “moderado a forte” e anjos até o primeiro trimestre de 2021.

A Nia faz com que o clima seja substituído em outras partes do mundo e, no Centro-Oeste, pode tornar o clima mais seco. “Alguns dizem que as previsões são horríveis devido aos efeitos de La Niña que podem vir em 2021. Vai ter um cenário muito desastroso (porque a estação chuvosa pode ser comprometida no bioma) “, explica Siqueira.

Por isso, os pesquisadores afirmam que se trata de criar brigadas constantes para outros espaços do Pantanal. “Chegamos a esse ponto, porque a luta passada, no início do fogo, é fundamental. A situação mais produtiva seria as brigadas constantes embutidas. “com os bombeiros, para que haja uma resposta rápida, e que haja cortinas para isso”, explica o biólogo Gustavo Figueirca.

Governos dos estados do Pantanal dizem que terão que tomar medidas para evitar que a chaminé se espalhe como há meses.

O Ministério do Meio Ambiente de Mato Grosso afirma em nota que vai acentuar a fiscalização: “As equipes (brigadas) continuarão distribuídas de forma descentralizada e voando sobre a cabeça, operando em locais onde a vigilância por satélite de alta resolução detecta alguma degradação ambiental”.

Em Mato Grosso do Sul, o secretário Jaime Verruck disse que também intensificará as medidas para prevenir incêndios no Pantanal: “A partir de março, estaremos desgastando as inspeções, com patrulhas terrestres, marítimas e aéreas”.

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