O Conselho de Ministros prevê condições para a reprivatização de 71,73% do capital da Efacec.
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Na sexta-feira, o grupo Efacec se concentra nas instalações da empresa em Leca do Balio, Matosinhos, não é fácil para o Estado “nacionalizá-la definitivamente” e restabelecer as 21 alvos de uma redundância coletiva em 2018.
“Argumentamos que a nacionalização do Efacec terá que ser real, definitiva, para que o Governo torne público a organização do Efacec e sua integração no Setor Empresarial do Estado. Só assim, os empregos da Efacec serão defendidos a longo prazo”, disse o Sindicato dos Trabalhadores do Norte para Atividades Industriais, Energéticas e Ambientais (Site-Norte) em comunicado.
Além da nacionalização definitiva do Efacec e da revogação da “vergonhosa redundância coletiva” em 2018, os funcionários – que se concentrarão entre 14 horas. e 3 p. m. – Reclamam que o Estado vai acabar com a “política de perseguição e intimidação”, “definir o longo prazo da empresa, dos funcionários e seus empregos” e “acabar com a precariedade existente”.
“A Efacec é uma empresa estratégica, altamente tecnológica e corporativa para Portugal”, conclui Site-Norte.
O Conselho de Ministros aprovou as especificações para a reinseção de 71,73% do capital da Efacec visando a nacionalização, antecipando que o procedimento levaria cerca de seis meses.
“As especificações de venda direta a serem realizadas em relação ao ressarcimento de ações que representam 71,73% do capital da EFACEC Power Solutions, SGPS, S. A. ” disse o Conselho de Ministros.
Presente no mesmo antigo briefing realizado no final do Conselho de Ministros, o Secretário de Estado da Fazenda afirmou que “há um número significativo de investidores interessados” e estabeleceu alguns dos critérios incluídos nas especificações, ou seja, o valor consistente com a participação, a credibilidade da comissão ou o fortalecimento da capacidade econômica e monetária da empresa.
Em 2 de julho, o Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei de nacionalização de 71,73% do capital da Efacec, empresa nacional que “constitui referência externa em setores importantes para a economia portuguesa”.
“A intervenção estatal visa viabilizar a continuidade da empresa, garantindo a estabilidade de seu preço monetário e operacional e permitindo salvaguardar cerca de 2. 500 empregos”, disse certa vez a presidente Mariana Vieira da Silva.
Esse processo é fruto da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, da capital da Efacec, após o envolvimento de sua ligação no caso Luanda Leaks, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo revelou, em 19 de janeiro, mais de 715 mil arquivos detalhando os supostos esquemas monetários da empresária e de seu marido que lhes permitiam retirar dinheiro dos paraísos fiscais do público angolano.
A Efacec é uma empresa portuguesa que atua nos setores de energia, engenharia e mobilidade.