Investigador da Lava Jato alertou sobre ‘semanas preciosas’ antes de sua prisão

RIO DE JANEIRO – Investigando a suposta influência do comércio da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho alertou o ex-secretário de Saúde Sérgio Cértes para uma “semana preciosa” cinco dias antes de sua segunda prisão.

A mensagem de celular à qual a reportagem teve acesso, enviada através de sugestão ao ex-secretário, faz parte da investigação sobre a suposta prática de tráfico de influência e exploração de prestígio por meio do advogado.

Segundo depoimento, ele procurou clientes dizendo que tinha uma relação próxima com o juiz Marcelo Bretas e os advogados da Lava Jato, mas o juiz de paz e membros do Ministério Público Federal ainda não são alvo da investigação.

A mensagem de Nythalmar ao ex-secretário Cértes enviada às 19h15. m. 26 de agosto de 2018, em um domingo. Nessa data, o ex-secretário levantou a opção de entregar sua defesa. No texto, o advogado avisou que estava “perdendo uma semana valiosa”.

“Embora eu não esteja acostumado com perspectivas, especialmente em consonância com as defesas existentes, no seu caso eu sinto o dever de dizer que você está perdendo uma semana valiosa, porque a atitude de sexta-feira, no entanto, é o roubo de um cenário do qual você [você] faz parte”, diz a mensagem.

Na última sexta-feira, 24, o empresário Jacob Barata, dono de empresas de ônibus, admitiu em seu depoimento a Bretas o pagamento de propinas a políticos e confisco de valores a serem transferidos à Justiça, com o objetivo de evitar prisões extras e descarregar um relé. Oração.

Cértes já havia seguido essa estratégia um ano antes, em agosto de 2017, sob a liderança de seus advogados, mas, apesar disso, objeto de uma ordem de captura momentânea do Ministério Público Federal em julho de 2018, como componente da Operação Ressonância, que Bretas demitiu. .

“É por isso que é imperativo que você ‘receba’ o compromisso com o seu caso. No entanto, a equipe (sic) é crítica”, escreveu o advogado em 26 de agosto de 2018, talvez referindo-se ao “momento” da resposta.

O ex-secretário não conseguiu chegar a um acordo com o advogado, cinco dias depois foi preso como componente da Operação SOS, que investigou fraudes na contratação de uma organização social por meio da Secretaria estadual de Saúde, na época do Tribunal de Justiça de Cértes, que também havia sido alvo da Operação Nota Fiscal Exposta, em abril de 2017.

O novo pedido do Ministério Público Federal para a prisão do ex-secretário apresentado em 21 de agosto, cinco dias antes da troca de mensagens. Bretas resolução aprovando a medida cautelar na segunda-feira, 27, um dia após a troca de mensagens. A Operação SOSeu toma posição na 31.

Nythalmar foi registrado e apreendido em outubro deste ano como parte de uma investigação que começou após o advogado Carlos Lucchione representar o Grupo de Trabalho da Lava Jato no qual ele relatou suposta influência de tráfico por meio do advogado.

O caso está sob a supervisão da juíza Ros-lia Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal.

Pelo menos cinco advogados disseram que seus clientes foram abordados com presentes através de Nythalmar, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista, segundo a investigação.

Entre as provas acumuladas também está uma nota feita em um caderno através do almirante Othon Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear condenado por meio de Bretas, apreendido em uma operação em junho deste ano. Neste documento, Nythalmar é chamado de “advogado milagroso”.

Duas semanas após a operação, Fernando Pombal, diretor da 7ª Vara Federal Criminal de Bretas, testemunhou perante a PF alegando ter ganho mensagens ameaçadoras à Justiça da Paz da Lava Jato, atribuindo a medida a Nythalmar.

O depoimento foi revelado através da página online do assessor jurídico e foi exibido através do relatório.

Segundo Pombal, em 6 de novembro ele ganhou uma mensagem de uma questão não identificada indicando que um PC apreendido na ação contrária a Nythalmar continha gravações que poderiam comprometer “a opinião sobre a Lava Jato”.

Os mesmos dados foram dados horas depois através de uma mulher que ligou enquanto repetia o texto. Segundo ela, o áudio continha uma gravação de uma reunião entre o advogado, o parecer e o MPF “sobre uma alegação vencedora”, prática que, se confirmada, é ilegal.

“A mulher por telefone insistiu que o requerente tomasse alguma ação de mediação e mediação com a polícia federal em relação à investigação em curso”, disse Pombal à PF, de acordo com a transcrição do depoimento.

No dia 10, uma nova mensagem de origem não identificada enviada ao celular de Pombal com uma foto de uma carta sem assinatura, mas que o servidor pensou ter sido escrita através de Nythalmar.

O texto, diz ele, “faz uma série de ameaças ao Dr. Bretas, especificamente dizendo que acabaria com sua vida e carreira não públicas, como a do Dr. Eduardo [El Hage, coordenador do Grupo de Trabalho da Lava Jato no Rio de Janeiro]. “

Na mesma data, Pombal relatou o fato a Bretas e o magistrado, segundo o garçom, ordenou que ele testemunhasse perante a PF.

Além da investigação da PF, Nythalmar é alvo de um procedimento do Conselho de Ética da OAB-RJ por supostas irregularidades na captação de clientes.

Em maio de 2018, a Folha de S. Paulo revelou a ascensão metódica do advogado, enquanto já concorria aos empresários Fernando Cavendish e Marco Anténio de Luca, grandes nomes do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral.

Até 2016, Nythalmar era um advogado comunitário indiscutível que cuidava dos criminosos de seus vizinhos, com um local de trabalho montado ao pé de uma papelaria em Campo Grande, na zona oeste, bairro mais pobre do Rio de Janeiro.

Um de seus clientes antes da Lava Jato era bombeiro, primo da esposa do ex-guyager da Eletronuclear Edno Negrini. Assim que o marido foi preso, ela recorreu ao jovem para primeiros socorros antes de alugar um local de trabalho em Brasília.

Nythalmar viajava diariamente para Bangu 8 para atender às necessidades de emergência do novo cliente, enquanto a estratégia de defesa chegou aos advogados da capital federal.

Aos poucos, ele ganhou aceitação dos réus e conheceu outros réus. Tornou-se uma espécie de “porta de prisão” para a Lava Jato. Ele desistiu das instâncias no tribunal estadual e começou a apostar a longo prazo sobre os réus na operação.

Negrini é o ator principal do canal. Seu companheiro de cela Cavendish chegou a hora de entregar seus pertences ao recruta, disse De Luca o antigo dono da Delta, que desde então tem se preocupado com causas importantes como o empresário Arthur Soares e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O relatório pode não ter sucesso no celular de Nythalmar. Bretas não comentou o caso.

A Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro informou que havia solicitado a prisão preventiva de Cértes três vezes, tendo sido ignorada em um caso.

Ele também alegou que havia encaminhado Lucchione para o ministério público anticorrupção, bem como compartilhando provas com o promotor na taxa do caso.

A defesa de Cértes disse que ela poderia simplesmente comentar o caso.

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