Rede Brasil Atual – Não era incomum na infância chamar uma criança de ‘café com leite’ que era aceita por outras pessoas no jogo, mas sem idade ou habilidade para correr, se esconder ou, finalmente, obedecer às regras do jogo. Sem a capacidade de perceber as estratégias, as sutilezas, as dificuldades dos jogos, sem a capacidade de resolvê-los. Não havia nada de errado nisso. Em vez de. Por meio da brincadeira, mesmo sem ser valorizada, a criança vai crescer, ser informada e profissional até que possa, no futuro, ajudar outras “fitas” a se expandir no mundo da infância.
O Brasil, país do tamanho de um continente e capaz de estar entre as maiores nações do mundo, tem um café com leite como presidente. Incapaz, incompetente, não qualificado, Bolsonaro não tem chance de aprender, crescer ou se desenvolver. Aos 65 anos, 28 deles entraram na política do Rio de Janeiro sem gerar nada de bom com rigor. Mas a elite política e econômica do país permitiu que ele jogasse para presidente.
Qualquer pessoa em dúvida pode passar o primeiro fim de semana de 2021 fazendo pesquisas na internet. Se você localizar uma conquista inteligente do Deputado Estadual do Rio de Janeiro, vai ganhar um doce. Você também pode investir na leitura da República das Milícias – Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonaro (Editora Todavia). No livro, Bruno Paes Manso descreve o ambiente que deu origem à trajetória política do círculo de parentes que floresceu em meio ao crime carioca e hoje governa o país.
Tudo queima
Não é de estranhar o horror que assola o Brasil sob a presidência de Jair Bolsonaro. Em dois anos, são tantos infortúnios que o atual presidente, além do nome de personalidade corrupta do ano, também reivindica o registro de pedidos de impeachment. São 59, dos quais apenas 4 foram adiados, enquanto 55 aguardam manifestação do Conselho de Administração da Câmara dos Deputados.
Mas o Bolsonaro não é estúpido nem louco. O presidente eleito por meio de 54% dos brasileiros, e que hoje tem a burocracia de 30% dos mais chamados Bolsominions, um governo da morte.
Seu plano de destruição, declarado por aqueles que procuraram ouvi-lo em 2018, ainda está em pleno andamento. Políticas públicas de inclusão social, escolaridade e saúde, floresta amazônica, Pantanal, Cerrado. Tudo está queimando sob o governo Bolsonaro. Incluindo empregos decentes, enquanto o governo tenta estrangular a capacidade dos sindicatos de formar e proteger os trabalhadores. Entre os 30% que aplaudem Bolsonaro e o deixam jogar como presidente, há maus marqueteiros satisfeitos com a retirada dos direitos trabalhistas. E também os setores pessoais da economia, Brasil e estrangeiros, que se beneficiam do caos.
Algumas outras pessoas malucas que pensam que podem brincar de rir também. Como aquele típico tio padeiro que não respeita o trabalhador e tenta pegar o saleiro emprestado. A menina que fica linda e doa na igreja, mas tem um encontro com a empregada como uma escrava. Ou jovens acima de inteligentes e malvados, para quem não respeita a velocidade nas vias públicas ou que fazem festas cheias de gente no meio de uma pandemia é um sinal de ousadia.
A imprensa publicitária também é quem mostra que ele não liga para as palhaçadas do presidente “café com leite”. Primeiro, quando passou anos demonizando a política em geral e a esquerda em particular, ao clamar por uma suposta luta contra a corrupção. Então, quando ele tirou do jogo um presidente que ganhou o voto e eles roubaram o tapete, e com ele todos aqueles que acreditavam na democracia e no preço do seu voto. E apesar de tudo quando ele construiu o ambiente de ódio e farsa judicial que abriu caminho para que Jair Bolsonaro e seu círculo de parentes tomassem o poder.
Basta uma olhada nos editoriais dos principais jornais de todo o país, no primeiro dia de 2021 e na nova década. O estado de São Paulo, por exemplo, conta as horas para o final do trimestre. Ou seja, eliminar o “café com leite” do presidente que o próprio jornal colocou em ação. “O Brasil está contando as horas do fim do governo de Jair Bolsonaro. Até o momento, cumprida a primeira parte do mandato, faltarão cerca de 17. 500, uma eternidade, visto que é o pior governo da história nacional ”, diz o texto.
A fofoca beira a demagogia. Em nenhum momento o jornal fala em crimes contrários à Constituição, abuso da força pública para defesa de interesses pessoais e prevaricação. O esquecimento genocida também não enfrenta uma pandemia que já ceifou a vida de cerca de 200. 000 brasileiros. O jornal tem uma crítica de 648 palavras, mas nenhuma delas constitui uma acusação.
O editorial da Folha de S. Paulo também evoca uma longa piada na tentativa de naturalizar a cena política no Brasil. Seria o resultado de uma década (2011-2020) de “avanços institucionais que a era democrática tornou imagináveis na política e na economia”. Sem falar do golpe de 2016, a Folha elogia a lei de restrição de gastos proposta pelos golpistas como fruto de um avanço institucional democrático, e não de um golpe. Para a Folha, o Brasil é um país de predicados, sem sujeitos.
Já em O Globo, colunistas como Merval Pereira e Miriam Leitão são fiéis às suas falas à naturalização do processo político, como se se tratasse apenas de erros, não de crimes. Ele procura manter viva a chama de Sergio Moro para as eleições de 2022. Ele reclamou que Bolsonaro não combateu a corrupção nem liderou as reformas neoliberais pelas quais o mercado apoiou sua candidatura e seu governo “café com leite”.
O fato é que o Brasil não tem tempo para salvar a nova década. Este gigante país, dotado de uma exemplar fórmula de aptidão pública (SUS) para o mundo, invejado pelos “avanços da década” que vai de 2003 a 2013, sob os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, está morrendo sob o governo de Bolsonaro. O Brasil está terminando um ano e começa com projeções alarmantes de contágio e morte por coronavírus. Enquanto isso, está ajudando mais de 40 países a começar a implementar vacinas covid-19. Mas você não sabe quando vai começar a vacinação aqui. Nem mesmo quando você quer seringas.
Jair Bolsonaro conseguiu a façanha de reunir em um único manifesto uma ampla frente de ex-ministros do fitness que clamam por um esforço nacional em torno de um “plano sólido”, abrangente, que inclua todas as vacinas que estão registradas na Anvisa. E isso permite, em 2021, garantir a vacinação de toda a população brasileira.
Mas nada funciona, nada funciona. O governo “café com leite” do presidente não pode criar um plano nacional para proteger funcionários e empresas de modo que possam fazê-lo em um momento em que o isolamento social continuará a ser necessário. Portanto, há esperança para a vacina.
Enquanto isso, o presidente continua a apressar aqueles que o consideram um mito. E o desemprego está aumentando, a inflação está aumentando, a indústria está vazia, a fome está se espalhando, o país está encolhendo, a pandemia está matando pessoas. Em 2021, para o Brasil e os brasileiros sobreviverem, a esperança tem nomes: a vacina contra o covid-19 e o impeachment de Bolsonaro. Para o fim do café com leite do presidente.