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Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) amazonense constatou que a carga viral de pacientes inflamados com a cepa P. 1 do novo coronavírus (SARS-CoV-2), variante mais provável evoluída na Amazônia, é muito maior do que em pacientes com outras cepas circulantes na Amazônia. SARS-CoV-2 é o vírus que causa covid-19.
O artigo que divulga conhecimento da pesquisa, realizada entre março de 2020 e janeiro deste ano, assinado por 29 especialistas, ainda não foi publicado oficialmente. O texto está disponível na plataforma Research Square, permitindo que especialistas falem sobre artigos antes de serem publicados em uma revista clínica.
De acordo com o estudo, um usuário inflamado com P. 1 possivelmente teria até dez vezes mais vírus em sua estrutura do que aqueles inflamados com outras variantes, e possivelmente é por isso que a cepa de Manaus se espalhou tanto pela Amazônia.
A carga viral de P. 1 não varia entre homens mais velhos e adultos de outras idades, nem há diferença na carga viral de homens e mulheres, por isso pode ser transmitida de forma semelhante através de qualquer pessoa com mais de 18 anos. outro do que acontece com outras cepas, em que os homens mais velhos têm uma carga viral maior.
Segundo o pesquisador Felipe Naveca, a expansão da quantidade de vírus no nariz e na garganta aumenta a opção de transmissão, porém, ter uma carga viral maior necessariamente piora o cenário do covid-19 no paciente.
Acredita-se que o P. 1 tenha evoluído de alguma outra cepa que circulou na Amazônia, a chamada B. 1. 1. 28, em novembro de 2020 e foi detectada pela primeira vez em Manaus em 4 de dezembro. A nova cepa levou menos de dois meses, variante para a causa das instâncias máximas de covid-19.
“O desafio da circulação do vírus por muito tempo, ao mesmo tempo em que minimiza a distância social, favoreceu o surgimento de P. 1”, explicou Naveca.
Quanto mais o vírus circula, maior a probabilidade de passar por novas mutações que possivelmente até seriam resistentes a vacinas produzidas tardiamente. Para Naveca, ainda estão em andamento estudos sobre a eficácia da vacina P. 1, mas ela ainda existe sem conclusão.
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