Originalmente em Ponte:
Por Franco Ada-lo
A morte do policial militar Wesley Soares na noite de domingo (28/03), horas após vários tiros em frente ao Farol da Barra, em Salvador, provocou uma série de protestos em massa no dia na capital baiana.
Apesar das interrupções na hora do rush pela manhã, o congestionamento no domínio central da cidade, além de rumores sobre a opção de parada policial militar, o regime de transporte, indústria e pessoal permaneceram inalterados na capital baiana na segunda-feira (29/3).
A moção de uma organização policial do exército baiano resultou em caravanas nas primeiras horas do dia em Salvador, um ato em frente ao governador, no Farol da Barra e, finalmente, uma marcha no funeral de Wesley na cidade de Itabuna. sul da Bahia.
Wesley foi morto a tiros após atirar em policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) na Bahia, que tentaram negociar sua rendição, antes de ser espancado, o soldado estava lá há cerca de 4 horas, onde proferiu slogans misturados. com tiros aleatórios. Conduzida pelo deputado estadual Marco Prisco (PSC-BA), a polícia questionou que o cerco de Wesley durou mais tempo, “para tirá-lo do cansaço”. Wesley não fez reféns, depois de falar e foi executado “, disse o PM.
O trágico fim de Wesley usado como capital político para parlamentares ligados à chamada “Bancada da Bala” em Brasília, que incentivou tumultos em todo o país – o que é proibido pela Constituição – através das redes sociais.
Especialistas em proteção pública ouvidos por Ponte foram unânimes em alertar que os estabelecimentos terão que abrir os olhos para a politização policial, movimento que vem se desenrolando desde a década de 1990, sob o pretexto de demandas sindicais.
Em um dos vídeos postados nas redes sociais, Wesley grita “comunidade, venha e testemunhe a honra ou a desgraça da Polícia Militar do Estado da Bahia”. Eu irei, permitirei que violem a dignidade e a honra do trabalhador. . “
O discurso foi interpretado através da ala bolsonarista do Congresso como um ato heroico de um soldado que se recusou a cumprir as ordens de repressão dos trabalhadores no contexto da pandemia, como decidiu através do governo de Rui Costa (PT) achatar a curva de disseminação na mais sensível de Covid.
Investigando a investigação sobre notícias falsas, a presidente da Comissão Constitucional de Justiça da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL-DF) chegou a publicar um artigo incentivando uma insurreição do primeiro-ministro, mas apagou a mensagem e defendeu o episódio. Ao longo do dia, parlamentares da oposição como Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Ivan Valente (PSOL-SP), Orlando Silva (PCdoB-SP) argumentaram que o parlamentar será libertado da presidência da comissão da Câmara. .
O deputado eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente 03, também falou nas redes sociais: “Para quem está comprometido com o combate à criminalidade, prender pessoal é a maior punição. Esta fórmula ditatorial vai acabar. Protestos estão ocorrendo em todo o mundo e a imprensa não se trata mais de suprimi-lo. Eles jogam democracia pensando que os outros são, escreve.
Em um vídeo postado nas redes sociais, o governador Rui Costa lamentou a morte de Wesley. “Ao mesmo tempo, gostaria de mostrar minhas emoções e solidariedade com o círculo de parentes do policial envolvido. Todos os policiais envolvidos nesta operação também. colocar suas vidas em risco”, disse ele.
Cenário preocupante
Autor da tese de doutorado “O policial que mata: um exame da letalidade praticado através da polícia militar no estado de São Paulo”, o tenente-coronel da reserva da PM de São Paulo Adilson Paes de Souza alerta para a ameaça que o ato de Wesley possivelmente inspiraria pelo Brasil.
Souza acredita que houve uma abordagem no ato de Wesley, que dirigia a cerca de 250 km de Itacaré, onde havia muitas pessoas, até Salvador, escolheu o Farol da Barra, uma das atrações turísticas mais conhecidas do Brasil, então pintou o rosto nas cores da bandeira do Brasil e começou a atirar aleatoriamente.
“É lamentável a morte e o sofrimento deste jovem e seu círculo de parentes, mas se olharmos para a estética dele se preparando para o ato, para pintar seu rosto com as cores da bandeira, há uma simetria que nos permite deduzir que ele possivelmente estaria seguindo os ideais do bolonarismo”, diz.
“Provavelmente estaríamos diante de um cenário muito perturbador, com pessoas, exército ou não, armas de fogo em público, como lobos solitários na Europa e nos Estados Unidos”, disse Souza, reiterando que o governo federal tomou medidas para facilitar o acesso público. Armas.
O tenente-coronel está envolvido na exploração política no sentido de incentivar insurreições policiais contrárias aos governadores dos estados, acrescentando um para que o Congresso aprove um projeto de lei que supra a independência da polícia militar.
“Criamos um ambiente onde tudo pode acontecer e não é o caso hoje. Essas outras pessoas não estão envolvidas com a polícia, mas com a projeção em si. Os policiais terão que ter muito cuidado para não serem usados, sob o pretexto. “de ter alguém para inventá-los”, adverte.
Para o tenente-coronel, é examinar em intensidade o ambiente virtual frequentado por Wesley para identificar as motivações genuínas do policial. “O argumento oficial a favor de uma epidemia psicótica, para mim, não é bem-vindo porque, até lá, não há avaliação profissional”, enfatiza.
Souza acredita que é vital investigar as conexões do soldado, investigar o computador, no celular, porque seus reais motivos são desconhecidos. “Descobrir se ele agiu sozinho, se ele encorajou através de alguém, porque ele não fez isso em nenhuma posição ou em qualquer momento”, diz.
De acordo com informações do Secretário de Segurança Pública da Baía, Wesley estava de plantão no domingo, assinou com as armas que havia levado um rifle calibre 556 com 50 munições e uma pistola de 40 pontas com 33 munições, enganou a patrulha e a deixou. em seu próprio carro de Salvador.
Desmilitarização
Como diz o tenente-coronel, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Luiz Loureno, é difícil esperar uma insurgência policial do exército no país, mas para isso não acontecer, há mais armas e armas. Necessário.
“Estamos indo contra a maré, com menos difícil acesso a armas. Se a polícia começar a servir como instrumento político, são milícias. A polícia não pode e não terá que tomar partido. É um estabelecimento que vai ter que constituir todo mundo, não um partido, porque é o braço armado do Estado”, diz.
Tanto para Loureno quanto para Souza, a tensão é inerente à função policial, mesmo em um contexto ideal de condições raciais, porém, a hierarquia do exército é a principal tensão mental em um ambiente onde não há lugar para o diálogo.
A solução é a desmilitarização da polícia, fator que tem sido relegado ao fundo em detrimento da politização das tropas. “Muitos desses transtornos mentais se devem ao tipo de ordem que temos e, no caso dos militares, é muito estressante”, diz ele.
Ele ressalta que se a polícia militar precisa ter o direito de greve, protesto, luta por melhores salários e condições de funcionamento, é direcionar seu poder para substituir a lei de desmilitarização, mas também se submeter ao mandato da lei.
“Hoje, da forma como se manifestam, é a sociedade que perde. Se o policial precisa ser tratado como qualquer outra categoria, ele terá que respeitar a ordem, como todas as outras categorias, mas não há necessidade de impulsionar o corporativismo. Seria mais produtivo ter uma única força policial: a polícia civil”, conclui.
Coletiva
Na manhã de segunda-feira (29/03), o comandante-geral do primeiro-ministro da Bahia, coronel Paulo Coutinho, disse que a segurança estava seguindo protocolos estrangeiros na condução das negociações com Wesley, mas que ele teve que retaliar após atirar em seus colegas.
“Apesar de todos os recursos que usamos para isolamento e confinamento, ele apontou essa arma para as tropas e disparou tiros que talvez só mataram policiais do exército, mas também a comunidade”, disse o comandante.
Segundo o coronel, Wesley treinou na elegância de 2008 e esteve na corporação por treze anos, época em que nunca havia demonstrado desvio de conduta. “Ele era um policial que não tinha problemas. Esta ocasião terminou como nós. “não como “, disse ele.
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