As chuvas acima da média que afetaram o estado do Amazonas desde o início do ano devem causar inundações primárias nas bacias dos rios Negro e Solimões, segundo boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil. A capital, Manaus, e os municípios de Manacapuru e Itacoatiara estão em alerta para enchentes entre junho e julho. Segundo o boletim, Río Negro poderá atingir, este ano, a cota máxima de 29,45 metros (m) no porto de Manaus. “A probabilidade de que uma enchente tão vital como a de 2012, ano do máximo antigo, esteja em curso, mas está em torno de 17%, informou o levantamento geológico. Em Manacapuru, a ponta do rio Solimões já está acima das expectativas para o época existente – próxima à observada em 2015, quando era observada no município a cota máxima para toda a série antiga (dados de 1902), a previsão é que o rio triunfe em média 20,27 m, ultrapassando os 21,20 m. na região de Itacoatiara, as medições indicam que o rio está acima da média desde fevereiro e pode chegar a 15,60 m. O limite de inundação na cidade é de apenas 14 m. A maior registrada no município foi de 16,04 m, em 2009. O evento, segundo o boletim, tem 10% de chance de ser recadastrado em 2021. Blindagem civil segundo o Ministério de Resposta a Desastres e Auxílio à Defesa Civil do Amazonas, todos os municípios do canal do Juruá já estão em um situação de ency emergir. No Canal do Purús, cinco dos sete municípios estão em situação de emergência. Para responder e proteger a população, grupos estaduais de proteção civil apresentaram kits celulares de remédios para água aos cidadãos da região. Os dados La Niña do Sistema de Proteção da Amazônia indicam que no final de 2020 havia um déficit de chuvas em grande parte da bacia amazônica ocidental. No início de 2021, essa tendência foi revertida e já em fevereiro de 2021 as chuvas foram bem mais altas do que o esperado em toda a bacia, causando até transbordamentos no Acre. “Como o fenômeno de resfriamento de água La Niña está em andamento, a formação de nuvens sobre o oceano está mudando e eles estão começando a se concentrar na Oceania. O resultado foram chuvas mais concentradas e generalizadas na Amazônia, que acabam se agravando ”, destacou o levantamento geológico. * Sob a direção de Paula Laboissière.