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Ao contrário do boom das commodities que ocorreu aproximadamente entre 2003 e 2013, o novo ciclo, que acelerou no ano passado com o início da recuperação da crise causada pela nova pandemia coronavírus, ainda tem efeitos limitados em outros setores da economia brasileira. .
Na opinião de especialistas, mesmo que os dois ciclos favoreçam as exportações brasileiras e tenham o mesmo indutor (a demanda chinesa de construção de alimentos e minério de ferro), a construção de valor está posicionada em outros momentos para o Brasil.
“O agronegócio de hoje é mais do que costumava ser. Em teoria, o ciclo existente teria mais impacto, mas outros setores [como indústria e serviços] estão em uma situação muito pior. O terreno ajuda, mas há muito para resolver. ” em outras áreas”, explica Alexandre Mendonça de Barros, da consultoria MB Agro.
Segundo o CRB (Departamento de Pesquisa de Commodities), índice que acompanha o hábito das commodities (como soja, petróleo e minério de ferro), o valor acumulado desses produtos em 51,5% em um ano até maio. O pico ocorreu em junho de 2008, com um acúmulo de mais de cem consistente com o centavo em relação ao início do acúmulo de valor, pouco mais de cinco anos antes.
O efeito disso tem causado efeito no consumo e na renda em cidades próximas ao interior, que têm experimentado um boom imobiliário, como em Goiânia, onde esse mercado vem se desenvolvendo desde 2016, devido à falta de máquinas agrícolas devido ao topo da demanda. . Mas acaba sendo insuficiente para ter sucesso no resto do país, como no passado.
O ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn está entre aqueles que acreditam que o boom passado e o ciclo existente merecem ter outros efeitos para o país. Se os anos 2000 foram devido ao aumento dos custos devido à forte expansão na China e nos Estados Unidos, o movimento existente é para uma recuperação cíclica, após uma grave crise, e ainda não é imaginável esperar quanto tempo vai durar, explicou.
“Uma década é suficiente para ampliar outros setores, no entanto, o que estamos garantindo é uma recuperação após o Covid-19, que pode durar um ano ou dois. E essa é uma recuperação que está acontecendo de forma desigual em todo o mundo”, diz o economista, que agora é presidente do conselho de administração do Credit Suisse.
Segundo avaliação do professor Felippe Serigati, da EESP/FGV (Faculdade de Economia de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas), o interior e o agronegócio definitivamente influenciaram a economia e, embora o país tenha passado por dificuldades desde a crise de 2015 e 2016, predomina a turbulência menos traumática onde predomina a agricultura.
“No último ciclo tivemos a sensação de um maior transbordamento, mas trabalhamos em outras realidades. A indústria sofre há pelo menos cinco anos e o setor de serviços tem sido duramente atingido pela pandemia. É como se estivéssemos esperando o agronegócio e a mineração resolverem todos os problemas”, diz Serigati.
No passado, o boom das commodities também foi combinado com maiores créditos e renda com ganhos salariais genuínos, o que ajudou a aquecer o mercado de trabalho duro e a difundir os efeitos do campo dinâmico.
Hoje, no entanto, o Brasil passa pela pandemia com registros consecutivos de desemprego, maior desigualdade e um círculo de renda familiar em colapso. Como o agronegócio é mecanizado e a mineração gera poucos empregos diretos, esses setores acabam contribuindo pouco diretamente para a redução do desemprego.
O economista Paulo Morceiro, pesquisador da Universidade de Joanesburgo (África do Sul), lembra que o ciclo dos anos 2000, especialmente de 2004 a 2013, está ligado apenas às matérias-primas, porém, outro encanto das moedas foi o diferencial de taxa de juros no Brasil.
Com a entrada de câmbio, as reservas cambiais aumentaram dez vezes, tornando-se concebível eliminar a fragilidade do país diante das crises externas.
“O crédito dobrou de 25% para mais de 50% do PIB no período, e o salário mínimo real aumentou entre 2000 e 2014. “
Esse aumento dos salários e do emprego mudou a economia, acrescenta o economista. “Grande parte dessa expansão do emprego acabou indo para as importações de bens acabados e insumos industriais. O país pode ter se beneficiado da industrialização no último ciclo, e uma vez que o ciclo passou, a expansão econômica não permaneceu”, diz.
Ao decompor o conhecimento do PIB (Produto Interno Bruto) publicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Morceiro destacou que desde o ano passado há um fenômeno que não ocorre desde a última década de 1950: o peso da agricultura, da mineração e da exploração das pedreiras adicionadas ao PIB tem superado o da indústria manufatureira.
“Hoje passamos por uma cidade do Centro-Oeste e sentimos como se estivéssemos no campo. Tudo é muito novo, e essa progressão veio aqui do agronegócio, mas é algo muito localizado em estados pouco povoados.
Em 2018, o IBGE observou que a região Centro-Oeste foi a região em desenvolvimento mais rápida do PIB em consonância com a capita (uma das táticas de medição dos padrões de vida) da antiga série de pesquisas. estiveram entre os estados onde o indicador foi superior à média nacional.
Morador de Campo Grande (MS), o veterinário João Kintschev Júnior, 32 anos, viu essa melhora na convivência popular em aldeias próximas à fazenda. Nem pense em deixar a região.
“É evidente que os efeitos do ciclo da commodity podem ser sentidos do Mato Grosso do Sul até a região do Matopiba [região na divisa entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia]. A riqueza da cruzada está ajudando outros setores locais, e acabamos tendo que contratar profissionais de outras partes do país.
Da mesma forma, o engenheiro carioca Edson Lima, 33, não consegue emprego na área de infraestrutura há dois anos. “Ganhei um convite de um tio, que mora no Mato Grosso, para ver a vida lá. O Rio não está nos meus planos, mas pode ser a oportunidade que estou procurando”, diz.
Além dos incentivos por meio de créditos e salários, os efeitos dos dois ciclos também são diferentes, já que o primeiro boom de matérias-primas acompanhado de um boom nas exportações manufatureira, e isso não vai acontecer agora, explica o professor da UNB (Universidade de Brasília) José Luis Oreiro.
“O dinheiro gerado através de tecidos crus fica com um número muito pequeno de outras pessoas e se torna um consumo de luxo. É obrigatório introduzir um imposto sobre as exportações de tecidos brutos e usar esse lucro para financiar obras de infraestrutura”, explica o economista.
Segundo Mendonça de Barros, da MB Agro, no entanto, a disseminação dos efeitos positivos do agronegócio continuará a ocorrer. “É apenas uma questão de tempo, porque o valor surpreende recentemente e o efeito leva um pouco mais de tempo, mas os pontos multiplicadores da riqueza das commodities são necessários. “
A crise hídrica só pode ser o PIB do setor agrícola, segundo o Ipea
| De São Paulo Reuters “O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou para cima a previsão do PIB do setor agrícola para 2021, para um aumento de 2,6%, mas disse que a crise hídrica poderia ser um desempenho.
“A ocorrência de choques climáticos adversos na região centro-sul, e a opção de adotar medidas restritivas sobre o uso da água para a agricultura – pelo desejo de poupar o recurso para a produção de energia hidrelétrica – podem negativamente as estimativas de produtos seguros”, diz o relatório de cenários do Ipea.
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