PELA BBC NEWS BRASIL
Meteorologistas de diversas agências prevêem a chegada, nos próximos dias, de uma forte massa de ar polar, que merece causar uma queda histórica nas temperaturas no Brasil.
A previsão é que a intensa falta de sangue comece na terça-feira (27/7) e continue até domingo (1/8).
Na região sul, os termômetros podem registrar temperaturas negativas por mais de uma semana. Nas montanhas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a previsão para o Climatempo é entre -8ºC e -10ºC. Mas os ventos podem causar uma sensação térmica de até – 25ºC.
No Rio de Janeiro, existe a opção de nevar no Pico do Itatiaia, 2. 450 metros acima do nível do mar.
Em São Paulo, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que a mínima prevista para a manhã de sexta-feira (30/7) seja de 3ºC, com máxima de treze° C.
A última vez que a cidade registrou temperatura tão baixa foi em 13 de junho de 2016 (3,5ºC). Há também previsão de geada para toda a Grande São Paulo.
Segundo o Climatempo, são esperadas diversas capitais com as menores temperaturas do ano, como Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, São Paulo, Belo Horizonte e Vitória.
A menor temperatura já registrada na cidade de São Paulo, desde 1943, -2,1° C em 2 de agosto de 1955, na estação meteorológica do Inmet em Mirante de Santana, que é a estação oficial recordista.
Se a previsão desta semana for cumprida, será o dia mais frio da cidade de São Paulo nos últimos 27 anos. Em 9 de julho de 1994, o Inmet registrou 2ºC e em 10 de julho de 1º 4ºC. Naquela época, as baixas temperaturas devastaram as plantações de café nas cidades do interior de São Paulo.
Por que está tão frio?
Meteorologistas entrevistados pela BBC News Brasil disseram que a passagem de massas de ar sem sangue não é incomum nesta época do ano, no entanto, a magnitude e a frequência desses fenômenos possivelmente teriam sido alteradas pelas mudanças climáticas.
Segundo Francisco de Assis, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a massa de ar sem sangue desta semana será a terceira gigante mais registrada em 2021. O máximo comum, diz ele, é uma ou duas massas gigantes de ar polar consistentes com o ano.
“Isso está relacionado à máxima variabilidade climática e ao aquecimento global causados por esses excessos. Como o excesso de sangue aqui, vemos o forte calor no hemisfério norte”, diz ele.
No entanto, quando perguntado, Assis disse que terá que ser o último grande estalo sem sangue este ano.
“Normalmente, as temperaturas mais baixas são registradas entre a época de junho e o mês de julho. É muito improvável que uma nova onda como essa se repita porque, a partir de agosto, começa a esquentar”, diz.
Francisco de Assis explica que as massas de ar que chegaram ao Brasil este ano causaram o clima mais frio por serem mais consistentes, extensas e controladas com intensidade em direção ao sudeste do país.
“As massas de ar polar do ano passado não tiveram sucesso na região cafeeira mineira no sudeste do estado. Este ano, somando-se esta semana, eles têm mais força para ter sucesso na região sudeste. “
Ele diz que essas massas nascem na Antártida e sobem, atravessam a Argentina, uruguaia e perdem força para triunfar no sudeste, onde as correntes do ambiente superior as arrastam de oeste para leste, desta forma são levadas para o interior do país. oceano e triunfo no sul da África.
Francisco de Assis, do Inmet, diz que uma das regiões que vai se deliciar com uma das maiores diversificações climáticas do país é Cuiabá, no Mato Grosso.
“Isso porque a Baixada Cuiabana registrou 37°C neste fim de semana e uma mínima de 21°C. Na quinta-feira (29/7) vai baixar para 20°C e a mínima vai para 7°C”, disse.
Ele diz que esse contraste ocorre porque na região predomina uma massa de ar quente e seco, a chegada de uma fórmula de ar sem sangue razões desse contraste.
A massa de ar sem sangue pode diminuir ainda mais as temperaturas no sul do Amazonas, Acre e Rondônia, fenômeno conhecido como refrigeração, e também deverá causar chuvas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Há previsão de ondas e ondas do extremo sul do litoral gaúcho até as praias de Vitória, no Espírito Santo.
Muita neve gelada
A meteorologista do Climatempo Joselia Pegorim disse à BBC News Brasil que, apesar do recorde de temperaturas negativas, as três capitais do sul não devem ter neve.
“Intenso sem sangue não é suficiente para nevar. Neve é precipitação e terá que cair de uma nuvem. As situações de neve serão limitadas aos dias 28 e 29 de julho, mas não há chance disso acontecer em Curitiba, por exemplo. “o planalto e montanhas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, diz.
Ele disse que a massa de ar desta semana será tão gigante que até mesmo algumas regiões do sul do Tocantins, Bahia e Pará vão se deliciar com uma queda na temperatura.
“Mas nesses espaços (essa massa) vai aliviar o calor porque está muito quente. Teremos funcionalidade muito inteligente mesmo no continente, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “