O mercado de produtos relacionados ao sexo, cuja diversidade, desde roupas íntimas e lubrificantes até brinquedos sexuais, já estava crescendo quando, em 2020, o contexto de confinamento imposto pela pandemia Covid-19 deu ainda mais força à indústria nesses itens. O tipo de negócio cresceu 4%, deslocando mais de 78 bilhões de dólares, e espera-se que essa curva de expansão permaneça firme e firme, com um acúmulo de 5% consistente com o ano até 2027.
Os dados, que podem ser impressionantes, estão contidos em um relatório da consultoria norte-americana Allied Market Research, mas esses números podem ser ainda maiores. De fato, o documento só considera o mercado formal, ignorando transações casuais, que também foram fortalecidas, especialmente graças à popularização das redes sociais e sites de compras e promoções.
É o caso da venda de roupas íntimas usadas, como roupas íntimas, calcinhas, meias e até máscaras, é um tipo de empresa que gera dinheiro adicional, principalmente para outras pessoas que já pintam na produção de conteúdo erótico, como o independente Ste, que tem 28 anos e mora em Florianópolis, Santa Catarina.
“Eu já me inseri no universo do fetiche há alguns anos, quando ele se aproximou de mim através de um consumidor e no início, como todo mundo, fiquei surpreso. No entanto, eu estava interessado. E, assim que fiz a primeira venda, outros vieram, e eu finalmente descobri que este seria outro nicho a ser explorado”, diz ele, comemorando que ele tinha “entrado no negócio com entusiasmo e tinha renda adicional”.
Segundo ela, a venda de calcinhas usadas é tão comum, mas é, sim, algo muito importante. “Sua maior exigência é o tempo de uso e que seja o mais verdadeiro possível”, observa. cobram pela gama de peças de acordo com o tempo de uso, modelos e cores. O produto mais barato vendido através dele cobra ao cliente R$ 90. O custo máximo, R$ 200.
Foi também por opção que o publicitário Rafael, 31, e o gerente corporativo Rodrigo, 42, ficaram sabendo da opção de promover a roupa íntima que estavam usando. “Criamos uma conta no Twitter para adultos, focada na geração de conteúdo homoerótico e exibicionismo. Depois de 3 meses, começamos a receber mensagens de outras pessoas pedindo nossa cueca. Como temos mais de 300 peças, criamos uma loja virtual em sites de vendas populares, como OLX, Mercado Livre e Enjoei, e anunciamos alguns relatórios.
O casal, que mora na cidade de São Paulo, tem os valores mensais recebidos através dessas transações variam muito. Eles dizem que nos dois primeiros meses, eles controlaram para arrecadar cerca de R$ 1. 200. “Mas para isso, foi preciso muita determinação em termos de anúncios”, admitem.
Mas, mesmo que a venda de roupas íntimas usadas represente apenas uma pequena fonte de renda para Rafael e Rodrigo, eles reconhecem que a demanda por peças no ambiente fetichista é forte. “Ficamos surpresos com o impacto. Temos até consumidores para fazer compras recorrentes”, dizem.
Os valores cobrados variam dependendo do logotipo e até mesmo da boa sorte do anúncio. Quanto mais perspectivas e interações houver, mais a sala é valorizada. “Também levamos em conta a condição geral da cueca”, dizem, acrescentando que o item mais barato que venderam custa R$ 18 e o máximo caro, R$ 60 de frete, “detalham.
Condições
Algumas outras pessoas pensam que promover roupas íntimas é uma maneira de ganhar dinheiro sem esforço, o que não é verdade. Além da determinação de criar anúncios atraentes, existem outras situações exigentes até o fechamento da venda.
“A maior dificuldade é quando alguém que não conhece o ambiente fetiche se depara com você ‘por acaso’, faz perguntas e, logo depois, bombardeia você com insultos. Também há tentativas de golpes de pagamento falsos”, diz Ste. tipo de saia justa, prefere circular em ambientes mais seguros, como equipes e fóruns virtuais comprometidos com outras pessoas já iniciadas no mundo do fetiche.
Rafael e Rodrigo garantem que terão que cumprir uma série de necessidades para finalizar a transação. Para começar, eles querem ter certeza de que a embalagem é discreta, já que os consumidores não vivem sozinhos. Além disso, “cuecas terão que fazer isso. ” esteja preparado, seja usado por pelo menos um dia. Alguns pedem para ejacular na sala, outros perguntam sobre sintomas de uso, como cabelo visual”, disse. Pedidos de fotografias e vídeos que empregam o objeto em um ato sexual também são comuns”, diz ele. Às vezes há pedidos que não nos interessam, como ‘experimentar’ nossa cueca em casa, em uma estação de metrô ou em um carro”, acrescenta.
O casal promete ter ciúmes em realizar os desejos de seus clientes. “Nós não precisamos ser apenas charlatães. Eles consomem um produto, de muito interesse expresso, mas ainda é um produto”, comentam, especificando que compradores felizes retornam regularmente. “Alguns têm outras pessoas com quem até falamos sobre questões não públicas”, dizem.
A Internet trouxe fetichistas combinados
A psicóloga e sexóloga Enylda Motta ressalta que a rede de fetiches se tornou mais coesa e conectada graças à web e às redes sociais, que tornaram imagináveis uma “combinação” de desejos não incomuns, mas incomuns que possivelmente seriam. ele aproximou outras pessoas da oportunidade de expandir seus conhecimentos, quebrando tabus baseados em debates mais abertos sobre sexualidade. E, claro, por causa disso, mais pessoas estavam abertas a novas experiências”, diz.
Também sexóloga, Lelah Monteiro acrescenta que a internet não só permitiu que essa mistura de desejos fosse realizada com mais facilidade, como também permitiu que essas transações comerciais ocorressem. Ela diz que mesmo outras pessoas que gostam de interagir com roupas íntimas usadas não admitem que têm esse tipo de desejo. “É muito novo, e há muito julgamento, o que intimida esses caras”, diz ele.
Para Enylda, “o fetichismo da roupa íntima é outro que assusta ao máximo as pessoas, uma vez que esse hábito está relacionado ao ‘errado’ e ‘imoral'”, observa, afirmando que o fetichismo nada mais é do que um hábito sexual em que certas partes do quadro ou elementos inanimados causam excitação. “Esse é o caminho pelo qual o usuário se excita sexualmente e atinge o orgasmo”, diz ele.
E esse hábito pode ser problemático? Sim, pode ser um problema, mas não porque é um fetiche. Isso ocorrerá se o contato com roupas íntimas usadas for a única forma de prazer, e essa prática começa a gerar sofrimento, angústia, afetando a datação do casal, que pode ser deixada de lado, ou mesmo a pró-vida do sujeito”, diz a psicóloga. Em alguns casos, satisfazer essa preferência pode levar o indivíduo a situações difíceis, como no caso do roubo dessas peças. .
Lelah diz que o contato com essas peças pode representar riscos para o condicionamento físico, já que roupas íntimas, em vez de cheiros, podem ser bactérias, por exemplo.