CPI da Petrobras é adiada via MP do PSL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com caminhoneiros, o deputado Nereu Crispim (PSL-RS) apresentou nesta terça-feira (28) um pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o aumento do valor do combustível. No dia em que a Petrobras colocou o valor do diesel em alta de 8,9%.

A partir desta quarta-feira (29), um litro de diesel sairá das refinarias da Petrobras com uma taxa média de R$ 3,06, um aumento de R$ 0,25 para a cobrança existente até o momento. Esta é a primeira vez que o valor do combustível nas refinarias foi excedido. a marca de R$ 3.

O acumulado do diesel nas refinarias é de 66% no governo Bolsonaro, segundo levantamento da FUP (Federação Única dos Trabalhadores em Petróleo). Este ano, o pico acumulado é de 51%.

O valor já está afetando o frete dos caminhoneiros, que se manifestaram contra a política de preços da Petrobras e por meio da decisão de movimentos no STF (Supremo Tribunal Federal) contrários à lei que constrói a política fundiária nacional, uma realização da categoria após a greve de 2018.

“Após esse novo aumento, os preços dos caminhoneiros foram recalculados. Discutimos isso com Dias Toffoli [ministro do Supremo Tribunal Federal], que nos ouviu, e Lira [Arthur Lira, presidente da Câmara] já demonstrou que se opõe ao aumento”, disse Crispim, que preside a Frente Parlamentar da Autonomia e do Caminhoneiro da CLT.

A Petrobras justificou que o aumento, após 85 dias sem reajuste, “reflete em parte os índices externos de custos do petróleo e a taxa de câmbio”. Os custos com combustível são um dos pontos que levaram à escalada da inflação nos últimos meses, que deteriorou a popularidade do governo federal.

“Há uma maneira de equilibrar esses preços, o que falta é uma política pública coerente. Se a Petrobras cobrasse o preço de paridade externa, as refinarias estariam operando com carga total e as importações de diesel e gás seriam muito baixas”, diz o documento. que pede a abertura da CPI.

Desde os atos do golpe de Estado de 7 de setembro, caminhoneiros como a Abrava (Associação Brasileira dos Motoristas de Automóveis), a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) e a CNTRC (Conselho Nacional do Transporte de Mercadorias por Estrada) se organizaram para unificar a categoria em termos de acidentes, fretes e política da Petrobras são prioridades centrais.

O setor, com deputados da frente parlamentar, busca se livrar do símbolo dos caminhoneiros que bloquearam as estradas para proteger o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se opõem ao STF. da Corte porque há 3 movimentos arquivados através de outras pessoas rurais e empresas de transporte que podem limitar a política de frete.

Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018 e ultimamente chefe da Abrava, diz que a categoria está em constante discussão com setores da economia afetados pelos custos emergentes de combustível e que uma greve está excluída.

Segundo ele, Bolsonaro se exonera de seu dever e “tira seu corpo” ao não reunir à mesa todos os outros envolvidos na formação do valor do combustível “para localizar uma solução que pare de sangrar todos os brasileiros”.

Após a primeira assembleia de líderes em Brasília neste mês, foram agendadas assembleias no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. Caminhoneiros pressionaram a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para um novo reajuste de carga (uma emenda foi feita em julho).

Pressionado pelos preços máximos, Bolsonaro disse nesta quarta-feira, em um horário em Roraima, que o presidente da Câmara garantiu que votará um projeto de lei para uma quantidade constante de ICMS sobre combustíveis que será arbitrado pelos governadores.

“Não estamos interferindo no ICMS, afinal, não é minha competência. Mas quando o Estado define um preço, você pode comparar esse preço com o preço do imposto federal, com a margem de lucro do proprietário da estação, bem como com o preço do transporte. . Você vai saber por que o preço do diesel, gás e etanol está no preço atual”, disse o presidente.

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