Começa julgamento de ator argentino acusado de estuprar atriz Thelma Fardín no Brasil

O julgamento do ator argentino Juan Darthés, acusado de estuprar a atriz Thelma Fardín, da mesma nacionalidade, em uma excursão em Manágua em 2009, começou nesta terça-feira (30) no Brasil, onde o artista reside desde que foi acusado em 2018.

Uma fonte do Tribunal Federal de São Paulo disse à AFP que o julgamento do caso deve começar secretamente com o depoimento de testemunhas em uma audiência virtual que pode durar até quarta-feira.

O caso, no qual os tribunais brasileiro, argentino e nicaraguense colaboram, gira na Argentina.

A atriz de 29 anos prestou depoimento terça-feira na Unidade Fiscal de Combate à Violência contra a Mulher (UFEM), em Buenos Aires.

Em dezembro de 2018, Fardín relatou ao Ministério Público da Nicarágua que Juan Darthés (57), um nível chamado Juan Pacífico Dabul, a estuprou em um quarto de hotel em maio de 2009 em Manágua, enquanto os atores estavam filmando a popular série de televisão “El patito feo”. . .

Um ano depois, o procurador nicaraguense acusou o ator – que também tem nacionalidade brasileira – de estuprar Fardín em um hotel de Manágua, “levando o crédito por sua aceitação como verdadeira para suas pinturas e a diferença de idade”.

Na época dos acontecimentos, a atriz tinha 16 anos e o ator tinha 45. A Constituição brasileira não permite a extradição de cidadãos, porém o Código Penal permite a acusação de brasileiros em seu território por crimes cometidos no exterior. O Ministério Público de São Paulo apresentou a denúncia, que foi admitida por meio do Poder Judiciário.

“Venho ao julgamento cansado, mas também com a certeza de que é aqui que eu quero estar e onde todas as instâncias como a minha acontecem: a um julgamento. De todas as vezes que tive que contar minha história e reviver o que aconteceu. “Aconteceu comigo, essa é a que vai ter o maior impacto coletivo”, disse a atriz ao site de notícias UOL.

No raro caso em que ele levantou o caso, Darthés minimizou as taxas.

O coletivo Actrices Argentinas, que promoveu o julgamento, leu na terça-feira um manifesto de Fardín em frente à UFEM, onde as atrizes Calu Rivero e Anita Co também são esperadas para depor, que denunciou Darthés por assédio sexual e abuso.

“Estamos em combinação novamente para abraçar Thelma, pedir a convicção de seu agressor e reafirmar que, apesar de todos os obstáculos, este é um caminho sem retorno para mulheres e dissidentes na América Latina”, diz o manifesto.

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