A escassez de semicondutores tem afetado os mercados em todo o mundo, independentemente do setor. E o Brasil, é claro, não ficou de fora: as corporações brasileiras têm encontrado dificuldades para obter peças eletrônicas em outros países. E as reflexões são perceptíveis nos preços, como tem acontecido na indústria de celulares, que tem notado vários aumentos no preço de smartphones e telefones multifuncionais nos últimos trimestres.
Em relação aos celulares, a analista sênior para América Latina da Counterpoint Research, Tina Lu, disse ao Tecnoblog que a escassez de chips e outras peças tem afetado o mercado brasileiro do bloco latino-americano, as motivações estão concentradas na demanda pela produção local. e por que o país está fora dos portões dos principais centros de produção de smartphones, como China e Vietnã.
“No momento e terceiro trimestre de 2021, o Brasil é o país mais afetado na América Latina”, disse.
Os efeitos da crise são amplamente divulgados na indústria brasileira. A pesquisa de outubro sobre o setor elétrico e eletrônico realizada por meio da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) destaca que 67% das empresas pesquisadas relataram dificuldades na obtenção de peças de reposição. torna-se ainda mais agudo se levarmos em conta a chegada de componentes eletrônicos de outros países.
Segundo a pesquisa, 59% das empresas pesquisadas tiveram dificuldade em comprar peças eletrônicas na Ásia. O acumulado é de cinco percentuais desde setembro (54%). Em termos de contribuições de outras regiões, 39% dos entrevistados relataram algum tipo de obstáculo.
A pesquisa também mostra que sete em cada dez corporações disseram usar chips em sua produção. “28% dos entrevistados disseram que seus fornecedores não tinham passado nenhuma previsão de normalidade na fonte de componentes de semicondutores”, diz o estudo. até apenas depois de meados de 2022.
Enquanto isso, a crise está afetando a produção das empresas brasileiras: por um lado, 78% das corporações dizem entender as pressões mais altas do que as pressões gerais sobre os preços das matérias-primas e dos materiais; por outro lado, 41% dos entrevistados se deleitam com dificuldades de produção e entrega e atrasos na produção e entrega.
No entanto, nenhum fabricante relatou uma cessação geral da produção devido à falta de peças desde fevereiro, quando o fator foi incluído na investigação.
Algumas dessas dificuldades de origem surgiram em 2020, quando a pandemia COVID-19 começou. Em troca verbal com o Tecnoblog, a analista de pesquisa e consultoria de clientes da IDC Brasil, Juliana Arouca, lembrou que os portos foram fechados devido à crise de fitness causada pelo novo coronavírus. Como resultado, as entregas de semicondutores têm sido lentas para ter sucesso em seus destinatários.
O analista diz que houve um atraso geral porque, atualmente, essas peças vêm de opções de colocação na China. “O mercado brasileiro, como outros mercados, carecia de oferta”, disse. Como resultado, as corporações fizeram mudanças nos últimos meses para os estoques, adicionando o envio de mercadorias do Brasil para outras regiões, como os Estados Unidos.
“Essas marcas, sim, estão se deslocando entre regiões, por exemplo, Estados Unidos, Brasil e México, para seu mercado de precedência agora”, disse.
Além disso, o offshoring está ligado a outras demandas que surgiram em 2020. O ano passado foi caracterizado pela expansão do mercado de PC e pílula, com a população global adotando homeschooling e home office. Como resultado, as corporações começaram a se concentrar em outros produtos. categorias às custas do setor celular, já que quase tudo tem sido feito em casa nos últimos meses.
“Na verdade, vemos marcas fazendo adaptações porque a falta de conectores é uma realidade”, disse Arouca. “Isso é para o mercado de smartphones e para outros mercados onde essas peças são suportadas, como o mercado automotivo. . “
A imagem espelhada de tudo isso ainda é sentida na carteira, e não apenas no bolso dos clientes: as corporações também estão se acomodando com valores crescentes para comprar insumos, como relata a pesquisa da Abinee. problemas com o mesmo impacto.
“Um resultado disso é o acúmulo de preços, que se deve apenas à emissão de semicondutores, mas também a um cenário de inflação global”, disse ao Tecnoblog. “É um problema global, mas também há transtornos com a desvalorização do verdadeiro oposto do dólar. “
Juliana Arouca seguiu o raciocínio: “[é] essa velha regra do mercado fonte e chamou a que prevalece”, acrescentou. “Porque temos notado aqui uma queda nas vendas de celulares e um aumento na média” E os efeitos são visuais em números: no primeiro trimestre, o valor médio dos celulares foi estimado em R$ 1. 290 (smartphones e telefones multifuncionais). Então, no trimestre, há um aumento de 8% na estimativa.
“E agora, para o terceiro trimestre, além desse número no momento do trimestre, já aumentamos as expectativas em 5%”, disse ele. “Enquanto isso, nosso volume de gestão só diminuiu de 2% a 3% nesses quartéis. “
No entanto, isso significa que o resultado é precisamente negativo para as empresas, nesse sentido o analista levantou dois pontos: por um lado, pode-se dizer que o segmento gera ainda mais preço devido à escassez, mas por outro, em termos de volume, ele vê um mínimo no número de unidades.
“A escassez faz isso”, explicou. Então é baseado no ponto de vista. Se você acha que uma unidade menor custa menos, mesmo para o fabricante, a situação é tão ruim em termos de EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização].
No entanto, os reflexos dessa crise são proporcionais (e muito claros). Veja o exemplo da Apple: de acordo com a Nikkei Asia, a produção dos treze iPhone e outros produtos foi interrompida pela primeira vez no feriado chinês de Ano Novo, em vez de gastar horas extras. Não à toa, ao comprar um iPad Mini de 64GB nesta quinta-feira (16), em São Paulo (SP) e através do site da Apple do Brasil, a entrega está marcada de 24 a 31 de janeiro de 2022.
Tina Lu também fala sobre as dificuldades de outros fabricantes. “As pequenas empresas podem esperar obter chipsets através de leilões abertos”, disse ele. “Como resultado, sua posição é significativamente maior. “
O aumento da ingestão de eletrônicos durante a pandemia está levando à escassez de suprimentos de semicondutores. Os fabricantes não estavam preparados para cumprir esta chamada e espera-se que esse atraso afete os custos do produto nos próximos meses.
No bloco, falamos sobre o 5G no Brasil com Juliana Zoia, especialista em produtos da Motorola. Jogue e venha com a gente!
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