Metade das cidades brasileiras não mapeia áreas de risco de inundação

Em 2020, apenas 1.332 dos 4.107 municípios brasileiros cujas prefeituras forneceram ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) dados sobre os serviços locais de drenagem e manejo das águas das chuvas contavam com mapeamento das áreas de risco de inundação em zonas urbanas. A informação consta no diagnóstico que o Ministério do Desenvolvimento Regional apresentou hoje (17).

Atualizado anualmente, o levantamento reúne informações sobre a prestação de serviços de água e esgoto; gestão de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. As 4.107 prefeituras que disponibilizaram dados ao SNIS sobre esse último eixo temático representam uma amostra de 73,7% das 5.570 cidades existentes no Brasil, abrangendo cerca de 182,8 milhões de pessoas – 160,1 milhões delas que vivem em áreas urbanas.

“Ao menos 2.775 [cidades brasileiras] não possuem mapeamento das suas áreas de risco de inundações. E fica muito difícil promovermos políticas públicas, melhorias, quando não há planejamento, quando não conhecemos a realidade dos municípios”, enfatizou o diretor substituto do Departamento de Cooperação Técnica da Secretaria Nacional de Saneamento, do Ministério do Desenvolvimento Regional, Paulo Rogério dos Santos e Silva, ao apresentar os dados gerais do SNIS.

A plataforma também aponta que apenas 1.184 dos 4.107 municípios abrangidos na pesquisa anual realizavam o monitoramento de dados hidrológicos (enxurradas, alagamentos e inundações), considerado um importante instrumento da gestão de riscos. Além disso, apenas 620 das cidades do universo amostral contavam com sistemas de alerta de riscos hidrológicos capazes de antecipar a ocorrência de eventos.

“[Com isso] Ficamos mais suscetíveis a situações como as que estão ocorrendo na Bahia”, acrescentou Silva, referindo-se aos danos causados pelas chuvas intensas que atingiram o estado nordestino, provocando, além de ao menos 12 mortes, enchentes, alagamentos, deslizamentos, danos à infraestrutura rodoviária e a interrupção do fornecimento de energia elétrica e de água, principalmente na região sul do estado. Além da Bahia, Minas Gerais também foi fortemente afetada por recentes tempestades.

“É claro que há outros pontos em jogo, mas essas são facetas que querem ser avaliadas rio acima para, pelo menos, minimizar os riscos”, continuou o vice-diretor. “Alguns desses efeitos [registrados em todo o país] se devem à falta de drenagem, à falta de infraestrutura que as aldeias têm para atender às suas necessidades. “

Na publicação, na qual elabora um diagnóstico parcial dos serviços de saneamento urbano e controle da água da chuva, o Ministério do Desenvolvimento Regional lembra, sem citar quais, que em 2020, apenas 23 das 26 capitais e o Distrito Federal tinham seus mapas. zonas de inundação mapeadas. As 4 capitais que fizeram o levantamento estão na Região Norte, e entre elas está Porto Velho (RO), que fez informações percentuais.

O texto também observa que a lei brasileira define que as instalações públicas de saneamento básico devem ter “uma sustentabilidade econômica e monetária segura, sempre que possível, por meio da remuneração das instalações de preços”, prática ainda incipiente em relação ao saneamento urbano e controle de águas pluviais. Segundo dados do SNIS, apenas 24 municípios (0,6% dos 4. 107 participantes) pontuam por instalações, destes, apenas 12 possuem despesas urgentes de drenagem.

Das 4. 083 localidades gratuitas, 1. 996 (48,9%) utilizam recursos do orçamento geral; 184 (4,5%) utilizam outros recursos, 148 (3,6%) utilizam outros recursos relacionados ao orçamento geral do município e 1. 755 (43,0%) não têm fonte de investimento para a prestação do serviço.

“Esta é uma faceta que quer ser discutida. Teremos que avançar nessa faceta da arrecadação, porque [o valor investido] é muito para dossel com os escassos recursos das cidades. Especialmente quando nos comunicamos de cidades pequenas, com populações inferiores a 20 mil habitantes”, concluiu Silva.

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