Manuela D’Ávila usou suas redes sociais para se solidarizar com o círculo de familiares e amigos da escritora. O poeta Fabrício Carpinejar diz que, para os gaúchos, o sentimento equivale a consumir Erico Veríssimo novamente.
A morte de Lya Luft, 83 anos, na quinta-feira 30/12 causou sensação no mundo literário e, em especial, no Rio Grande do Sul. O autor, exibido nacionalmente em 1980 com o romance “Os Parceiros” e que ganhou ainda mais notoriedade com o best-seller “Perdas e Ganhos”, de 2003, enfrentou nos últimos sete meses um melanoma, um câncer descoberto quando já estava em metástase . . Como a filha, Suzana, contou ao G1, Lya morreu em sua casa em Porto Alegre enquanto dormia.
Ela era casada com Vicente de Britto Pereira, seu terceiro marido. De seu casamento com Celsus Peter Luft ela teve 3 filhos. Além de Suzana, de 1965; tinha André em 1966; e Eduardo, em 1969, nascida em Santa Cruz do Sul e filha de ascendência alemã, após frequentar a escola número um e clínica em sua cidade, Lya passou um ano em Porto Alegre, em 1955, frequentando a Escola Normal no Colégio Americano, retornou a Santa Cruz do Sul para completar a Escola Normal e retornou à capital para seguir os estudos universitários em 1959.
Concluiu o curso de Literatura anglo-alemã em 1963 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). É tradutora de livros em inglês e alemão. Entre os autores que ele trouxe para o português estão Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Doris Lessing e Thomas Mann. Publicou o primeiro de seus 31 livros, “Canções de Limiar”, em 1964. Entre 1969 e 1982, foi professora de linguística na Faculdade Porto-Alegrense (FAPA).
A Academia de Letras do Rio-Grandense publicou uma nota na qual lamenta profundamente a morte da editora. “Há algumas semanas, durante a entrega do prêmio literário da nossa entidade, tivemos a oportunidade de dar a Lya o nome de editora do ano de 2021, por toda sua obra. Nossa homenagem chegou no tempo e abrilhantou seus últimos dias, servindo como um lembrete inegável de uma contribuição prodigiosa para a literatura brasileira, estabelecida ao longo de seis décadas da mais pura devoção à escrita, nos gêneros mais variados. Sua poesia e a acuidade com que ele soube capturar a essência humana nunca serão esquecidas”, disse a ARL.
A escritora Martha Medeiros usou suas redes para lamentar a morte de sua amiga, em uma mensagem na qual ela menciona um comentário através de Lya na vigília de seu filho André, que sofreu uma parada cardíaca enquanto navegava: “Desde As Parceiros, seu primeiro romance, eu tenho sido um fã. Assim que nos conhecemos pessoalmente, ele me apresentou ao ebook “Mulheres Correndo com Lobos”, como se fosse meu passaporte para uma irmandade de escritores pensadores. Desde então, trocamos mensagens, e-mails, WhatsApp, escutando uns aos outros. Estive com ela algumas vezes e nunca deixei nossas conversas de mãos vazias, ela teve uma palavra positiva e irreverência para oferecer. Quando seu filho André morreu, fui vê-la. o caixão, ela olhou para mim e disse, sem pelos na língua: “Martha, a morte é chata”. Isso mesmo, Lya. TEAR.
De acordo com a do poeta Fabrício Carpinejar em suas redes, Lya Luft sustentou a vida sem se submeter, aceitando a vida sem se humilhar, entregando-se à vida sem se renunciar. “Para quem não percebe a gravidade daqueles sinos tocando em Porto Alegre na manhã desta quinta-feira (30/12), é como desperdiçar Erico Veríssimo novamente. É dizer adeus a uma joia da literatura íntima. É um vazio insubstituível”, descreve o poeta em artigo no portal Zero Hora.
Manuela D’Ávila usou suas redes sociais para se solidarizar com o círculo de familiares e amigos da escritora.
“O maravilhoso legado de Lya Luft é exatamente deixar uma literatura muito profunda para gerações a longo prazo sem os caprichos regionais que a posicionam em um ponto de universalidade. Justamente para lidar com esses problemas maravilhosos, como a morte, o amor, o círculo das relações familiares, o trauma São personagens muito profundos e difíceis. A partir dos anos 2000, percebemos que outra Lya Luft perde um pouco de seu vigor em suas pinturas ficcionais. Títulos como Perda e Ganhos, por exemplo, não têm mais a mesma força de antes. Romances. Ele também toma uma posição muito conservadora sobre a política. Isso não apaga sua importância como uma matriz que deixa um legado muito vital não só para o Rio Grande do Sul, mas também para a literatura nacional”, disse Jeferson Tenório ao Zero Hora.
Em entrevista à Folha de S. Paulo em 2020, o editor lamentou ter votado em Jair Bolsonaro para a presidência da República. “Acontece que vivemos em uma ditadura branca, uma coisa, onde ele [Bolsonaro] decreta e que vai ter que ser o que ele quer. Mesmo em uma questão que ele não percebe [o novo coronavírus], enquanto milhares de outras pessoas estão morrendo. Essas distrações de líderes em sua própria ganância, distraindo do sofrimento de outras pessoas, me deixam muito, muito triste, outras pessoas querem ser cuidadas”, lamentou.
Com Zero Hora, G1 e Folha de S. Paulo.
“É uma comédia que transforma o escravo na denúncia do absurdo. A trama em torno da descoberta de um cometa que destruirá a Terra termina com a relação entre cientistas desesperados, um governo negligente e uma imprensa frívola.
“Não olhe e o risco apocalíptico seja apenas uma farsa, mas o perigo que grandes tecnologias não regulamentadas representam para a sociedade é a enorme realidade do filme. “
A VI edição do SALÃO DO LIVRO POLITICO começa nesta sexta-feira (24/9) e segue até 3 de outubro. Tradicionalmente é realizada nas instalações do TUCA na PUC-SP, desta vez a ocasião acontece inteiramente online.
Marcos Valadão Rodolfo, ou Nasi, como é mais conhecido, é um dos grandes nomes da geração que, nos anos 80, levou o rock brasileiro do amador “underground” ao sucesso popular. Como vocalista da banda Ira!, ele faz sucesso.