O Brasil na imprensa alemã (29/12)

Enchentes na Bahia, a fome que voltou a assolar parcela cada vez maior da população menos favorecida e a destruição contínua da Amazônia sob o governo de Jair Bolsonaro estiveram entre os destaques na mídia alemã.Tagessschau.de – Sai coronavírus, chega a fome, a segunda pandemia do Brasil (25/12)

Valeria Sabina abre sua geladeira. Está quase vazio para uma garrafa de água, um pote de feijão cozido, um tomate verde e um pouco de sal. Ele não tem dinheiro, ele conclui que o que ele ganha não é mais suficiente para nada. Antes, ela e seu círculo de parentes trabalhavam e se apoiavam, agora eles têm doações de alimentos. E ele diz que outras pessoas têm que vender seus pertences porque eles não têm o suficiente para comer.

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Uma segunda epidemia está se espalhando no Brasil – a fome. Para mais de 100 milhões de brasileiros, metade da população, a segurança alimentar não está garantida. Isso significa que certos alimentos como carne, laticínios ou vegetais não estão mais na mesa, a qualidade dos alimentos diminui, e isso leva a desnutrição.

Vinte milhões de pessoas sofrem diretamente de fome. Daniel Souza, presidente da ONG Ação da Cidadania, sabe que o Brasil tinha um problema de fome ainda antes da pandemia, depois que toda uma série de programas com os quais o Brasil combatia fome com sucesso foram desmantelados nos últimos anos. Dados de 2018 e 2019 mostraram que a fome já tinha chegado – “a pandemia agora a piorou enormemente”.

Na década de 1990, o Brasil começou a desenvolver programas de combate à fome e, no governo do ex-presidente Lula da Silva, eles foram ampliados, também financiados pelo boom das commodities dos anos 2000. Graças a salários mínimos mais altos, transferências de pagamentos para famílias pobres e à expansão da merenda escolar, a fome foi vencida. Em 2014, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas retirou o Brasil de seu mapa.

Agora a fome está de volta. Valéria Sabina se revolta sobretudo com o governo de Jair Bolsonaro. Ela diz que depois que ele assumiu o cargo as coisas pioraram, especialmente para os pobres. E que ela sempre conseguia se sustentar, mas que agora a situação está “crítica”.

Frankfurter Allgemeine Zeitung – Cheias no Brasil: “Aqui o mundo acaba, e ninguém vê” (28/12)

O Brasil vive a pior inundação em mais de 30 anos, afetando o nordeste baiano. Até agora, pelo menos outras 20 pessoas foram mortas e 358 feridas, e 30. 000 brasileiros ficaram desabrigados durante a noite. passando pela maior crise que já aconteceu na história da Bahia, mas tenho uma fé maravilhosa em Deus e no poder dos outros povos da Bahia. Vamos reconstruir esses lugares e triunfar nesse período muito complicado”, disse Rui Costa. , governador do estado.

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Costa prometeu mobilizar o máximo possível. João Roma, ministro do presidente nacionalista de direita Jair Bolsonaro, sobrevoou a área de crise. Ele escreveu no Twitter que agora se trata de salvar vidas e separar diferenças políticas. Em um momento como este, qualquer divergência política terá que ser estabelecida. Além disso, porque o grande objetivo é ter sucesso na população que pede ajuda. O cenário é urgente e o projeto é ajudar aqueles que o amam ao máximo e salvar vidas. “Bolsonaro também havia voado sobre o sul da Bahia há algum tempo e dinheiro prometido para a reconstrução. .

Foco – Amazônia: eleições brasileiras são uma esperança para a Amazônia (27/12)

A eleição presidencial de 2022 dá ao Brasil a oportunidade de mudar o rumo da política climática. O país abriga 60% do domínio da floresta amazônica, que tem sido um reservatório vital de CO2 no planeta.

Mas, como mostra um estudo preocupante na revista Nature, a floresta tropical teve uma fonte de CO2 na última década. Isso se deve aos incêndios florestais e ao desmatamento, que aumentou mais de 40% desde que Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2019.

Sob a liderança do presidente populista, as regulamentações ambientais existentes foram administradas de forma mais frouxa do que nunca. Ativistas que declaram indiferença encorajaram madeireiros, garimpeiros, fazendeiros e grileiros. Em junho de 2021, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, renunciou após a polícia federal abrir uma para ele. Ele está supostamente envolvido na indústria madeireira explorada ilegalmente, o que ele nega.

Outro presidente reprimiria tais crimes. Pesquisas recomendam que Bolsonaro possa perder a eleição. Um sucessor “mais verde” poderia convencer a Alemanha e a Noruega a liberar o fundo para a Amazônia, que os doadores congelaram em 2019 devido a considerações sobre a trajetória de Bolsonaro. Um novo presidente também poderia conversar com o presidente dos EUA Joe Biden, que propôs um fundo de US$ 20 bilhões para a floresta amazônica assim que o Brasil avançar.

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