A onda de calor e a seca que atingiram algumas culturas no Brasil já têm prejuízos de R$ 45,3 bilhões nos estados de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
Válido por 60 dias, o decreto permite ao agricultor acionar o seguro, prorrogar o prazo para o pagamento de dívidas aos estabelecimentos bancários e baixar auxílios estaduais e federais. Segundo a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho), 26% das lavouras, com 970 mil hectares, estão em más condições.
Segundo o site canal rural, soja e milho, os principais cereais da lista de exportações brasileiras, são as culturas mais afetadas pela seca. Os fabricantes rurais não são fáceis de refinanciar e linhas de crédito sem juros.
O produtor João Merlo, 68, estima uma perda de 50% devido à falta de chuvas desde o final do ano passado, em seu plantio de soja na região de Dourados. A soja, plantada entre setembro e outubro, teve um enchimento de grãos muito menor do que o esperado. “Tivemos muitos dias quentes e sem chuva, então parte da produtividade foi reduzida”, disse ele.
O fabricante cultiva 750 hectares e coloca todo o cuidado que considera necessário para alcançar a máxima produtividade. “Eu estou correndo com soja há 35 anos e é uma cultura difícil, pede umidade. Plantamos a zona de inundação em setembro e o cume em outubro, mas a produção não vai cobrir o custo”, disse.
Segundo o engenheiro agrônomo e representante agrícola Haroldo Pradella, na região de Dourados, devido à seca, a soja amadurece 20 dias antes da hora certa. “Uma cultura que tinha 60 ou 70 sacas consistentes por hectare agora produzirá cerca de 30 ou 35. Perda de cerca de 50%”, disse ele.
A estimativa de produtividade da lavoura de soja foi revisada de 56,38 sacas por hectare para 53,69 hectares. A previsão representa uma retração de 14,56% da safra prevista, que equivale a 1,04 milhão de toneladas – uma perda de R$ 1,6 bilhão. O impacto foi maior nas regiões sul, fronteira sul, sudoeste e sudeste, segundo André Dobashi, presidente da Aprosoja/MS.
O secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, disse que a seca é diretamente semelhante ao número de lavouras, já que as chuvas estão bem abaixo da média.
“Nossa estimativa era de sucesso em 12,77 milhões de toneladas, mas a colheita teve o desafio de uma crise hídrica muito forte em dezembro, especialmente na região de fronteira, entre Dourados e Ponta Porã, onde estão localizados os espaços máximos afetados. Com isso, merecemos ter uma produção em torno de 12,16 milhões de toneladas. “
Segundo ele, várias vezes no mesmo município há espaços que tiveram chuvas, enquanto outros sofreram seca. “Hoje já temos pelo menos mil programas de seguro agrícola”, disse ele.
No sul do estado, quem plantou soja um pouco mais tarde ainda pegou as chuvas que caíram nos últimos dias em situações favoráveis para a colheita. “Plantei em novembro e a soja reagiu bem às chuvas desta semana. Vi que as plantas estão carregadas de vagens e aposto que a produção será boa”, disse a agricultora Erica Vilhalba dos Santos, secretária do Sindicato Rural de Antônio João, na fronteira com o Paraguai.