Alimentos podem ser mais caros com a seca no sul

Os custos com alimentos e bebidas aumentaram em janeiro pelo 18º mês consecutivo no Brasil, segundo dados do HICP-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor 15) nesta quarta-feira (26) por meio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Além da série de aumentos, o que preocupa é a situação de ameaça que pesa sobre o componente agrícola no início do ano.

Segundo analistas, a seca que está castigando as lavouras no Sul ameaça aumentar a alimentação no Brasil no início de 2022.

É provável que ocorram pressões inflacionárias nos próximos meses devido às perdas de culturas como milho, soja, conclusão e hortaliças. A falta de chuva também tem efeitos negativos na produção de leite e carne.

A seca continua no sul, enquanto estados como Minas Gerais e Bahia estão experimentando os efeitos das fortes chuvas no início do ano.

“O fator alimentação está preocupado com a seca no Sul, região culpada por um componente gigante das mudas de cereais”, diz o economista André Braz, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Em janeiro, a previsão de inflação para a organização de alimentos e bebidas acelerou para 0,97% no Canadá, após um aumento de 0,35% em dezembro. Segundo o IBGE, a organização aumentou o acumulado de 0,58% registrado através do HICP-15 no primeiro mês de 2022.

Segundo Braz, o maior consumo de alimentos e bebidas deste mês está relacionado, em parte, aos efeitos sazonais. No entanto, o efeito da seca pode levar à fome nos próximos meses, acredita o pesquisador.

O conhecimento do HICP-15 mostra que a queda mais recente nos custos com alimentos e bebidas ocorreu em julho de 2020 (-0,13%). Pouco depois, em agosto daquele ano, a organização iniciou a série de 18 avanços. Ou seja, a série de aumentos já vem acontecendo há um ano e meio.

De agosto de 2020 a janeiro de 2022, a organização de alimentos e bebidas acumulou um acumulado de 19,05%, segundo o IBGE. No mesmo período, o acumulado no CAPI-15 foi de 14,99%.

“Ainda não é imaginável condenar o ano do agronegócio no brasil, mas, às vezes, o primeiro trimestre tende a ser complicado. A expectativa de queda dos preços, devido a um início inteligente da primeira safra, não existirá mais. “explica o especialista em agroalimentar César Castro, do Itaú BBA.

Segundo ele, as perdas de milho e soja na região Sul pressionam os preços de produção do setor de carnes, uma vez que os cereais são usados como insumos para alimentação animal. Os consumidores tendem a sentir reflexos nos supermercados.

“Isso cria tensão para os setores intensivos em ração”, relata Castro.

O dólar e o aumento dos custos de alimentos durante a pandemia, dizem analistas, refletem uma mistura de fatores.

Isso vai desde o teto do dólar e o apetite estrangeiro por mercadorias, o que estimulou as exportações, à seca e à geada que cortaram as colheitas no ano passado.

O alimento mais caro principalmente nos bolsos dos mais pobres, desde a compra de necessidades básicas pesa mais no orçamento desse segmento da população.

Os produtores não são exceção ao cenário e lamentam o acúmulo de custos de produção. Na verdade, os insumos agrícolas também desencadearam a pandemia.

“Essa carga superior no chão se reflete no consumidor final, que está do outro lado da corda”, diz Roberto Bernardy, 35 anos, do município de Mondaí, no oeste de Santa Catarina, a cerca de 650 quilômetros de Florianópolis. . .

Ele diz que o mau tempo tem maiores dificuldades no início de 2022. Produtor de milho, soja e leite, Bernardy diz que as culturas da região já estão sofrendo perdas de cerca de 50% devido à seca. “O fator seca é muito complicado.

No Rio Grande do Sul, as perdas para os fabricantes já somam R$ 36,14 bilhões somente em soja e milho, calcula FecoAgro-RS (Federação das

cooperativas agrícolas do Estado do Rio Grande do Sul). Há dificuldades abundantes na produção de hortaliças, frutas, leite e carne, diz Tarcísio Minetto, economista da entidade.

“A tensão climática está reduzindo a fonte dos produtos e a tendência de valor é para cima”, disse ele.

No Paraná, o Deral (Ministério da Economia Rural), vinculado ao governo estadual, estimou prejuízo prévio de R$ 25,6 bilhões na safra de cereais 2021/2022. A previsão é que o valor seja atualizado esta semana.

A previsão oficial de inflação do Brasil chegou a desacelerar para 0,58% em janeiro, mas permanece em dois dígitos no período de 12 meses, segundo o HICP-15. Em dezembro de 2021, o acumulado aumentou 0,78%.

Mesmo com a desaceleração, a taxa de janeiro superou as expectativas do mercado monetário. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam um acúmulo mais fraco no período, em 0,44%.

Em 12 meses, as expectativas de inflação acumularam um teto de 10,20%. Nesta queda, os analistas também esperavam uma queda de 10,04%. Até dezembro, o acumulado era de 10,42%.

O índice oficial de inflação no Brasil é o HICP (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE.

O HICP-15, como publicado anteriormente, indica uma tendência valiosa. Portanto, é conhecido como uma visão geral.

Em 12 meses, o HICP-15 é a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para o HICP, cuja média é de 3,50% em 2022. O teto foi fixado em 5%. Analistas de mercado já estão prevendo um impulso adicional da meta, o momento consecutivo.

Em janeiro, 8 das nove equipes de produtos e serviços estudadas pelo IBGE apresentaram aumento de valor, segundo o HICP-15.

Na opinião da economista Julia Passabom, do Itaú Unibanco, os efeitos da inflação continuam “com má cara”.

“Os dados ainda mostram choques aplicáveis, com tensão na margem”, disse ele.

Segundo o economista André Braz, da FGV Ibre, a inflação dos alimentos é um dos pontos preocupantes no início de 2022.

“O HICP-15 superou as expectativas em janeiro. Alimentos frescos tiveram uma parcela significativa. É um efeito sazonal, agravado pela onda de calor no sul e pelas chuvas no sudeste”, disse.

“Se houver uma safra significativa e ruim em milho, soja e trigo, isso complicará a inflação dos alimentos, com um efeito mais persistente sobre a carne, já que o milho e a soja sustentam a maioria dos animais”, acrescenta.

O transporte foi na direção oposta e registrou a única queda de valor entre os grupos HICP-15. A queda foi de 0,41% em janeiro, após um forte aumento de 2,31% em dezembro.

O resultado dos armadores influenciou na queda nos custos da gasolina (-1,78%) e das passagens aéreas (-18,21%).

Segundo Braz, a inflação brasileira, medida pelo HICP, pode chegar a apenas 6% em 2022, dependendo do cenário de ameaça. Hoje, a estimativa do pesquisador é de alta de 5,5%.

Após a publicação do HICP-15, o Itaú Unibanco revisou para cima a previsão do HICP para 2022. O acumulado esperado aumentou de 5% para 5,3%.

“O balanço de perigos é de alta”, diz a economista do banco Julia Passabom.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *