O que você levaria se tivesse que sair do seu espaço em 1 minuto?

Graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo (EACH-USP) e Articulador Nacional pela Organização Engajamundo →

Jovem ativista e ultimamente articulador nacional do Engajamundo. →

Articulador nacional no Engajamundo →

O que você tomaria se tivesse que sair de casa em 1 minuto porque está a caminho de um furacão ou um rio que transbordou e não há mais nada para fazer e evacuar a barraca com pressa?Essa é uma consulta que quem não vive em espaços de alto risco prefere não pensar, mas deve: Ocasiões extremas são características da crise climática e serão cada vez mais frequentes, como observa a população da Bahia, Tocantins e Minas Gerais neste primeiro mês do ano, atingida por chuvas torrenciais que causaram perdas humanas e de tecidos e forçaram muitas outras pessoas a deixarem suas casas.

A migração por fatores climáticos, como enchentes, pode ser classificada como migração forçada transitória ou permanente e os demais envolvidos são chamados de refugiados ambientais ou refugiados climáticos. Embora todos sintam as consequências das mudanças climáticas, a intensidade com que todos são afetados é diferente. , sendo o outro deficiente o mais afetado e o menos capaz devido às perdas de cortina. De fato, a vulnerabilidade ambiental está ligada à vulnerabilidade social, o que nos leva a apontar que quem menos contribui para a crise climática são os que sofrem com ela. o máximo.

Joana Gabriela Coutinho Soares, arquiteta da organização Engajamundo e moradora do domínio periférico de Salvador, contou no início de 2021 como as mudanças climáticas estão afetando sua realidade. Na época, Joana relatou que a rua de seu espaço estava completa durante o período chuvoso. . No entanto, com o passar dos anos, as enchentes pioraram: “Não me esqueço que nos meus anos de formação fui acordado várias vezes gritando porque o espaço estava enchendo e tivemos que instalar as coisas para que não se molhasse, também tivemos que encontrar um “abrigo” onde pudéssemos ficar até a água baixar.

Joana diz que apesar da progressão dos mecanismos para evitar que a chuva entre em seu espaço, a cada ano ela se torna mais poderosa e acaba não sendo suficiente, “como 3 anos depois choveu tanto que a placa transbordou e o espaço estava muito cheio, perdemos muitas coisas, o sofá, a mesa, as cadeiras, o fogão, a geladeira, tudo e tudo estava flutuando. Eu a pia da cozinha completamente coberta de esgoto, eu vi todos os tipos de insetos flutuando nos esgotos. Minha avó não gostava de espaço e foi morar com minha tia, ela nunca faltou passar por isso novamente. Minha irmã e meu tio desenvolveram uma doença de pele”, diz ela.

Além da tapeçaria, há o efeito social na perda da memória simbólica dos atingidos pelo local. Valdianne Dias Teixeira, moradora de Ubaíra e funcionária pública, conta que a cidade está localizada no Vale do Jiquiriça, razão pela qual se formou essencialmente no leito do rio onde estão localizadas casas e comércios. Valdianne conta que em 25 de dezembro de 2021 chegou a notícia de que havia famílias afetadas pelas chuvas. Ela, junto com o padre Natalel, organizou uma organização de outras pessoas para vir ao local receber os atingidos. “A paisagem era desesperadora, as árvores se partindo em duas, o som da água bem perto de nós. Não andamos, corremos na chuva. eles estavam ficando sem energia. Postes tombados, árvores arrancadas e a tristeza de ver nossa história ser lavada pela força da água”, diz ele. “Foi só quando fomos entregues à Matrix Parish que soubemos o que realmente estava acontecendo. Ouvimos gritos, gritos de tristeza e depressão do barulho das casas. Uma dor que se espalhou para todos que estavam lá. Abraços solidários, desorientando outras pessoas apenas com suas roupas nas costas, que estavam cheias de lama fedorenta. Até hoje acho que foi um pesadelo, algo inexplicável”, diz Array Valdianne. Apesar da assistência de entidades, estados e municípios, que já arcam com perdas residenciais e comerciais, algumas das perdas não podem ser reparadas.

No final de novembro e início de dezembro de 2021, o Engajamundo realizou um ciclo de educação para outros jovens como parte do projeto “Clima com Outros Olhos”. Lá, os participantes discutiram com especialistas questões pouco debatidas da crise climática que têm efeitos em nossas vidas cotidianas e uma delas focada no fator migração climática e deslocamento humano. No início da palestra, ministrada pelo Prof. Dr. Carolina Claro, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, realizou um pequeno, mas árduo exercício, que repetimos no início deste texto. No exercício, enquanto um cronômetro na tela contava um minuto, os participantes tinham que pensar sobre o que levariam se tivessem que sair de suas casas naquele momento de um desastre. Muitas respostas foram dadas, desde “celular”, “computador”, “fotos”, até “comida”, “documentos e “família”. Este último foi lembrado por poucos e, de acordo com os relatos do professor de experiências do além, é absolutamente esquecido; outros elementos essenciais, como a água, nem sequer foram esquecidos.

O objetivo dessa atividade era obter uma compreensão mínima da dificuldade que muitas outras pessoas enfrentam quando têm que sair de suas casas de repente e sem qualquer preparação. Com o aumento da instabilidade climática, cenas como essa provavelmente se tornarão mais comuns e mais pessoas. , regularmente os mais vulneráveis e menos capazes de se recuperar de tal evento, serão afetados. Somente em 2021, o Observatório de Deslocamento Interno (IMDC) registrou 350 mil deslocamentos internos no Brasil devido a desastres. Nessa edição, também merece ser lembrado que há equipes mais vulneráveis a tais eventos, idosos, jovens e outras pessoas com deficiência que possivelmente teriam mais dificuldade em sair de suas casas em condições de emergência e enfrentar as próximas dificuldades. Outro ponto vital a ser destacado é o de gênero, uma vez que as mulheres são, em geral, culpadas pelo cuidado de membros vulneráveis do círculo de parentes e pela manutenção da casa em geral.

Toda a mobilização que está sendo realizada para reparar os danos sofridos pelas famílias do sul da Bahia, Minas Gerais, Tocantins e outros estados atingidos pelas chuvas de verão é importante, mas também é obrigatório fazer planos preventivos que possam evitar ou minimizar essas perdas. Nesse sentido, podemos falar sobre o fortalecimento de organizações como a proteção civil, o mapeamento dos espaços de ameaça e a progressão dos planos de resiliência climática em outros graus da esfera pública. Um exemplo positivo pode ser visto na cidade de Santos, São Paulo, na semana passada, onde foi lançado o “Dia Santista de Adaptação e Resiliência Urbana”. A prefeitura, em parceria com a empresa de cooperação alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), apresentou o Plano de Ação Climática de Santos (PACS), com 50 metas a serem cumpridas entre 2025 e 2050; e o estudo de caso de Adaptação Baseada em Ecossistemas de Monte Serrat (EBA), no qual foram desenvolvidos planos de reflorestamento de espécies da Mata Atlântica para diminuir os deslizamentos de terra na região, com o auxílio de cidadãos locais em seus esforços. A migração nunca é uma seleção, mas um ato de sobrevivência. A crise ambiental é um fator atual que precisa ser abordado com urgência. Sentimos as consequências e as sentiremos cada vez mais. É obrigatório dar a este fator a importância e a importância que merece, para vir com mais gente à luta para diminuir a crise climática, que não é outra coisa, para também lutar pelas suas vidasArray

As revisões e dados publicados nas colunas e sessões de pesquisa são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não constituem necessariamente a opinião do ((o)eco site. Buscamos nesses espaços um debate variado e frutífero sobre a preservação do meio ambiente.

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