No ano passado, Mato Grosso registrou 85 mortes violentas na Matriz, das quais 43 foram classificadas como feminicídios, 31% a menos do que no ano passado, quando 62 morreram exclusivamente por violência doméstica ou no estado feminino.
O número total de mortes de mulheres também apresentou redução, com 18% menos óbitos até 2020, quando 104 foram mortos no estado.
O levantamento faz parte de um estudo realizado desde 2020 pela Diretoria de Inteligência Estratégica, da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, e também traz informações sobre o local e ambiente utilizado nos crimes de homicídio de mulheres vítimas, o pedido de medidas de proteção, a perfis das vítimas, o namoro entre as vítimas e os agressores, o índice de esclarecimento dos assassinatos e os efeitos da violência contra a mulher. Dos assassinatos e feminicídios cometidos contra mulheres no ano passado, 80% foram resolvidos, do total de crimes ocorridos, 66 foram indiciados de acordo com os autores e 24 das ocorrências ainda estão sob investigação.
Instrumentos
Segundo o estudo, com base nas evidências acumuladas durante as investigações policiais, a pesquisa é que a fórmula da segurança e da justiça corrupta avançou no enfrentamento da violência contra a mulher, o que leva ao feminicídio.
Entre os canais criados para facilitar o acesso a equipamentos públicos para mulheres vítimas de violência está o projeto SOS Mulher MT, que combina a medida de cobertura online e o botão de pânico virtual desenvolvido através da polícia civil, com a ajuda do Judiciário e da Secretaria. de Segurança Pública. La aplicativo fornece acesso a outras funcionalidades, como telefones de emergência, reclamações e a delegacia virtual.
“Este estudo realizado pela Polícia Civil nos permite saber quem é essa mulher vítima de assassinato e como esse evento ocorreu, além de explorar e evoluir as metodologias em curso do estabelecimento para investigar esse tipo de crime. Números que vão muito além das estatísticas, que mostram onde e como os estabelecimentos da fórmula de segurança e justiça podem trabalhar para avançar ainda mais na cobertura das mulheres e na prestação desse público”, disse o delegado Juliano Carvalho, Diretor de Inteligência da Polícia Civil de Mato Grosso.
Feminicídios surpreendem a população
Entre os casos de feminicídio que surpreenderam a sociedade mato-grossense, um crime foi registrado no início de dezembro do ano passado em Várzea Grande. É um domingo quando o ex-marido da técnica de enfermagem, Franciele Robert da Silva, 33 anos, invadiu o apartamento em busca da vítima. Ele lutou com o pai de Francieli, de 67 anos, para entrar no espaço e feriu gravemente o velho. Ela então foi para o quarto onde a vítima estava procurando se esconder, acompanhada de sua filha de 12 anos, quebrou a porta e bateu na técnica de enfermagem várias vezes, resultando em sua morte. O pai de Francieli foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.
Franciele se separou e forneceu cobertura por causa das ameaças que o culpado já havia feito contra ela e o casal. Após cometer os crimes, o investigador se feriu e disse à polícia que havia tentado suicídio. Ele foi socorrido pelo Samu e, após ser atendido, encaminhado ao DHPP, onde foi autuado em flagrante delito por homicídio qualificado.
Coordenadora da Sala Temática de Defesa da Mulher, do Ministério da Segurança Pública, delegada Mariell Antonini Dias Viana, destaca que o estudo está auxiliando estabelecimentos que atuam na cobertura e acolhimento das vítimas, a orientar as atividades e perceber como atender esse público.
Adriana Pereira Gomes, 46 anos, foi baleada nas costas em agosto do ano passado. O marido dela foi preso em flagrante delito por homicídio qualificado e posse indevida de arma de fogo. Em sua casa, uma propriedade rural a 42 quilômetros de Brasnorte, a polícia apreendeu 3 armas de fogo e munições.
A delegacia de Brasnorte ligou para o hospital da cidade na madrugada de 15 de agosto sobre uma mulher que entrou no local com um ferimento de bala. Ela foi levada pelo marido, que disse que eles estavam voltando de uma festa, quando Adriana reclamou de dor no abdômen. No hospital, os investigadores questionaram o marido da vítima sobre o que havia acontecido, que ele disse ter demitido, mas alegou que foi acidental porque só assustou a mulher. Ele disse que inventou a história de que a vítima tinha dor no abdômen, para verificar se livrar dela.
Onde os crimes ocorreram?
Os 42 crimes de feminicídio investigados pela Polícia Civil no ano passado foram registrados em 26 em Mato Grosso. Cinco deles foram localizados em Cuiabá e dois em Várzea Grande. No interior, os municípios com maior registro foram Lucas do Rio Verde, Sinop, Sorriso e Rondonópolis. .
Sete feminicídios ocorreram em agosto, mês com maior número de registros. Considerando o dia da semana em ocorrências registradas no ano, domingo é o dia com o número máximo de óbitos e a faixa de 6 p. m. às 23:00 mostra predomínio de ocorrências.
O estudo da Diretoria de Inteligência também mostra que 57% dos crimes ocorreram nas casas das vítimas e em 32% dos casos, o motivo foi a violência doméstica. O principal meio utilizado pelos autores dos crimes foi a faca, em 40%. das mortes de mulheres. É marcante na investigação o uso desse tipo de arma, por ser um tipo de objeto fornecido em todas as casas, além das reflexões semelhantes à pandemia, na qual era necessário isolamento social, as vítimas permaneceram mais tempo no ambiente doméstico, outro dos meios utilizados nos últimos anos, quando a arma de fogo era a principal ferramenta utilizada nos homicídios de vítimas femininas.
Raquel Teixeira | PJC-MT