Refugiado da guerra, Moïse Kabamgabe foi supostamente espancado até a morte por americanos com pedaços de madeira e um taco de beisebol. Entre eles estaria o gerente do quiosque onde trabalhava. O caso está gerando um rebuliço nas redes sociais. Agentes da Divisão de Homicídios do Rio devem ouvir nesta terça-feira (02/01) o proprietário de um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde o congolês Moïse Kabamgabe trabalhava como assistente.
A pintura do jovem de 24 anos foi encontrada amarrada a uma escada no quiosque na segunda-feira da semana passada.
De acordo com os parentes do jovem, cinco homens o espancaram até a morte após sofrerem contas no quiosque, localizado próximo ao posto 8. O círculo de parentes não foi informado do incidente até a manhã seguinte, mais de 12 horas depois. morte.
Também na terça-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, classificou a morte do rapaz como inaceitável. O corredor da cidade está acompanhando o caso”, escreveu ele no Twitter.
Laudo do IML
A experiência na condição de Kabamgabe indica que a causa da morte foi um trauma torácico, com contusão pulmonar, causado por golpe contundente, segundo dados do portal G1.
O laudo do IML afirma que os pulmões de Kabamgabe apresentaram espaços de hematomas, bem como linhas de broncoaspiração de sangue.
Parentes e amigos do jovem organizaram uma manifestação no último sábado na Barra da Tijuca em frente ao quiosque Tropicália, onde trabalhava, denunciando o caso e distorcendo a punição dos culpados pelo crime.
A Polícia Civil informou que estava investigando o caso, que foram realizadas buscas no local e busca por imagens de câmeras de segurança para investigar o crime e identificar os responsáveis.
refugiado de guerra
Kabagambe chegou ao Brasil com sua mãe e irmãos em 2014 como refugiado político, fugindo da guerra no Congo.
A rede congolesa no Brasil emitiu uma carta de repúdio na qual afirma que o menino havia sido espancado por cinco pessoas, acrescentando que o gerente do quiosque usava pedaços de madeira e um taco de beisebol.
“Esse ato brutal só manifesta o racismo estrutural da sociedade brasileira, mas, obviamente, demonstra xenofobia em sua burocracia em relação aos estrangeiros”, diz o repúdio e, que destaca que o Brasil é signatário das convenções sobre a cobertura dos direitos humanos.
“Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é uma pena. Ele foi morto. A justiça só deve ser feita”, disse Ivana Lay, mãe do jovem, ao programa Bom Dia Rio, da TV Globo. .
A morte do jovem causou comoção nas redes sociais. “Esse ato brutal demonstra não só o racismo estrutural na sociedade brasileira, mas também a xenofobia no seu pior. Pedimos justiça para Moise, seu círculo de família e amigos”, disse Marielle. O Instituto Franco escreveu nas redes sociais.
O advogado e professor de Direito e Direitos Humanos da Fundação Getúlio Vargas Thiago Amparo, figura importante no debate público sobre diversidade e inclusão no Brasil, se manifestou sobre o caso, pedindo justiça.
“O desprezo pela vida negra neste país é aterrorizante. O governo do Rio de Janeiro terá que dar respostas sobre esse crime bárbaro”, escreveu a filósofa negra e feminista Djamila Ribeiro.
md/lf (ots)