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diário gaúcho
Popularidade nacional 28/02/2022 | 20:35Updado em 28/02/2022 | 20:35
Dois professores gaúchos estão na lista de vencedores da 24ª edição do Prêmio Educador Nota 10, que premia profissionais de escolas públicas e privadas brasileiras. Para isso, desenvolveram projetos nos estabelecimentos de ensino onde atuam: a Escola Municipal de Educação Básica (EMEF) de Porto Alegre, na capital, e a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Joaninha, em Novo Hamburgo. Os 10 trabalhos educativos identificados foram anunciados nesta quinta-feira (24), nas premiações e redes sociais.
Embora o avanço da escolaridade seja um objetivo comum, as atribuições de Cristiele Borges dos Santos e Daniela Cardoso da Silva evoluíram em muitos outros cenários. Enquanto um trabalhava com crianças de dois anos, o outro deu origem a uma tarefa com o estabelecimento que atende particularmente jovens e adultos em situações de rua ou em extrema vulnerabilidade social. Como prêmio, ganhou um cartão de presente no valor de R$ 15 mil.
A tarefa A Voz das Crianças: Conexões que Une foi criada através de educadores da EMEI Joaninha, novo Hamburgo, com o objetivo de impedir que os bolsistas do jardim de infância abandonem a escola devido à pandemia. Nascido em Sombrio, Santa Catarina, e morador do domínio metropolitano desde a infância Cristiele, um instrutor de 26 anos, diz que o conceito nasceu em abril de 2020, quando os profissionais souberam que as categorias presenciais não voltariam tão cedo.
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Em colaboração com o Observatório da Cultura Infantil (Obeci), coordenado pelo professor Paulo Fochi, e incentivado por meio da fórmula da escola municipal de Novo Hamburgo, o estabelecimento passou a pensar em propostas pedagógicas que possam continuar, mesmo com crianças de dois anos. e distância. Em seguida, foi alcançado o cultivo de batata doce, o que permitiu um maior acompanhamento e investigação de seus avanços. Em casa, os escolares e seus pais tiveram que colocar comida na água e praticar sua evolução.
Através de um grupo de Whatsapp, os jovens enviaram fotos, vídeos e áudios sobre o desenvolvimento da batata. O principal objetivo, segundo o professor, era praticar o procedimento de compreensão e localização das crianças.
“Lá eles começaram a se comunicar, enviando áudios um para o outro, conversando uns com os outros. Nessa faixa etária, os jovens ampliam a língua e isso os incentivava a falar, pois estavam curiosos para saber o que estava acontecendo com o pai, diz Cristiele, que compartilhou a experiência da elegância com seu colega Joandre Rafael Mathias.
O maior desafio da tarefa foi a disponibilidade dos pais, já que qualquer toque passou por sua ajuda. Por isso, o instrutor diz que é obrigatório motivar os adultos a motivar apenas as crianças. Também é obrigatório ter horários flexíveis, já que muitos só podem fazer as atividades propostas somente à noite.
Como incentivo, o estabelecimento criou uma página no Instagram para publicar o chamado “diário da batata”, aparecendo na evolução do projeto da criança.
— Um círculo de parentes encorajou o outro. Quando um comandava o grupo, o outro o viu e procurou fazê-lo também. No final, Maximus fez, mas não era obrigatório. Buscamos mostrar que estávamos lá e não ser um fardo no momento”, diz.
Para o professor, que está no quadro escolar há 11 anos, as maiores conquistas foram a progressão do vocabulário e a compreensão de que a geração pode definitivamente ser usada para aprender. Ele comenta que o preço do prêmio será utilizado para inovações e aquisição de tecidos seguros para a escola, e para investimento em seus estudos.
Manual de Sobrevivência da EPA
Instrutora há duas décadas, Daniela Cardoso da Silva, 48 anos, gaúcha, é formada em história e atua como coordenadora pedagógica na EMEF Porto Alegre, também conhecida como EPA. O post atende, em especial, a jovens e adultos. em condições de rua ou em excessiva precariedade social.
Ela diz que a ideia da tarefa que está entre os vencedores veio após a pior fase da pandemia, em 2021, da música Manual de Sobrevivência, do compositor Bruno Amaral. fome e o fechamento de serviços de socorro vital, como a escola: o manual de sobrevivência da EPA foi lançado.
“Nosso maior medo era como a pandemia iria acontecer com eles e como isso seria resolvido quando eles voltassem para a escola, de modo que isso só gera aprendizado”, diz ele. “Com esse trabalho buscamos atendê-los, localizá-los para saber como são, como é a vida na rua e quais são suas ansiedades e medos”, acrescenta.
Com base na proposta, foi desenvolvida uma tarefa artística interdisciplinar, envolvendo acadêmicos e professores de outras disciplinas. Em sala de aula, cada educador desenvolveu uma atividade semelhante ao livro didático. A turma de alfabetização, por exemplo, criou o Memorial da Rua, no qual, por meio de fotografias, gerou uma exposição, os acadêmicos mostraram onde moram, como vivem e como comem. Outro participante trabalhou com fotografias do e-book Êxodos de Sebastião Salgado para fazer aquarelas e falar sobre migração interna.
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Uma terceira organização produziu letras com reportagens baseadas na música de Bruno Amaral. No quadro de matemática, um dos professores pintou sobre os transtornos da educação monetária e da economia solidária, bem como muitas imagens sobre reciclagem ou promoção de chocolates e outros alimentos. Foram estudados temas de história e geografia, os transtornos locais do meio histórico e Arroio Dilúvio, enquanto em português foi realizada uma leitura coletiva do livro eletrônico A Filha do Dilúvio, de Miguel da Costa Franco.
“Então criamos uma equipe de aprendizado e acabou gerando dois curtas-metragens e um longa-metragem, que é uma adaptação do e-book A Filha do Dilúvio, onde os bolsistas escreveram o roteiro e atuaram, e foi exibido na Cinemateca Capitólio — explica Daniela, que trabalhou para a EPA por 3 anos.
De acordo com o coordenador, o prêmio em dinheiro será usado para editar o livro, também conhecido como Manual de Sobrevivência da EPA, que incluirá todo o conteúdo produzido através de relatórios de alunos e instrutores sobre a progressão do projeto, e para realizar as inovações obrigatórias para a escola. Ele ressalta que o estabelecimento é um dos únicos no Brasil que trata em especial com a falta de moradia e a vulnerabilidade excessiva, o que dá ainda mais importância à popularidade obtida, o que pode até servir de inspiração para outras escolas com esse perfil. para aparecer. .
A população sem-teto está crescendo, mas essas outras pessoas acabam sendo invisíveis para todos nós. Então, tentamos melhorar a nós mesmos e permanecer ativos para que eles possam ter esse serviço de qualidade, pois eles também são cidadãos e seres humanos, que merecem ter esse espaço para ouvir e acolher – conclui.
sobre o prêmio
O Prêmio Educador Nota 10 foi criado em 1998 pela Fundação Victor Civita. Nesta edição, seus vencedores foram selecionados através da Academia de Seletores, entre cerca de 2. 500 inscrições. Além do Rio Grande do Sul, as obras vencedoras constituem outros seis estados brasileiros: Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo. Os 10 decidiram continuar concorrendo ao prêmio educador do ano, o calendário ainda não está definido.
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