MST coleta assinaturas para biodiversidade em Mato Grosso

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apresentou uma série de assinaturas contrárias à exclusão do estado de Mato Grosso da chamada Amazônia Legal.

Para participar da campanha “Mato Grosso na Amazônia”, basta ler o manifesto e preencher um formulário virtual. Clique aqui.

A iniciativa da Bancada Rural pode ser implementada com a aprovação pelo Congresso do Projeto de Lei (PL) 337/2022, que está em tramitação recentemente na Câmara dos Deputados. Com a aprovação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), as atas avançam com agilidade e já foram distribuídas às comissões temáticas, antes da votação em plenário.

O objetivo da iniciativa, segundo pesquisadores e ambientalistas, é aumentar o percentual de desmatamento permitido em residências rurais no estado, maior produtor de grãos e carne do Brasil.

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De acordo com o código florestal, as moradias do bioma Amazônico devem abrigar 80% das plantas preservadas originais, a chamada reserva legal. Se a cessão for aprovada, o percentual de preservação obrigatória em Mato Grosso cairá para 20%.

“Se aprovado, esse projeto de lei colocará em risco o território mato-grossense em todas as dimensões da sustentabilidade, agravando os processos de savanação nos espaços florestais e modificando as plantas do próprio Cerrado”, diz o manifesto da cruzada do MST.

Além de Mato Grosso, que tem parte de seu território no bioma Amazônia, a Amazônia Legal é composta por Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e Maranhão.

:; Impunidade: 1,3% dos alertas de desmatamento foram seguidos pelo Ibama na Amazônia:

Segundo o relator do projeto, deputado federal Neri Geller (PP-MT), a tarefa “ampliará nossa fronteira agrícola para atender ao aumento da demanda interna e externa por alimentos”.

O argumento é refutado por meio do Instituto Centro de Vida (ICV). Na verdade, o que está em jogo, segundo a ONG ambiental, é o da produção de matérias-primas agrícolas.

“Grande parte dos alimentos que são alimentados em Mato Grosso vem de São Paulo. A questão abordada não é a “produção de alimentos”, diz Alice Thuault, diretora-geral do ICV. É um mito, diz ele, de que o agronegócio quer mais terra para construir a produção.

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“A fome é um problema real. Mais de 55% das famílias brasileiras se deliciam com algum grau de insegurança alimentar. Para acabar com isso, queremos começar a trabalhar e investir na produção de alimentos saudáveis, não em commodities”, diz.

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