Com a chegada da pandemia, Cenaberta também precisou se reinventar em várias frentes, uma delas foi o teatral, onde era imperativo filmar suas exposições para uma exibição em formato online. No entanto, tradicionalmente, o formato de filmagem das exposições teatrais é feito com uma câmera constante, capturando a peça enquanto ela é transmitida em tempo real e a opção do produtor era fazer um formato – o cineteatro, uma modalidade pioneira no Tocantins.
Neste modo, a câmera segue os movimentos dos personagens e captura a narrativa mais de perto. “É como se a câmera fosse os olhos do público”, diz Bell Gama, atriz e produtora de Cenaberta. Segundo ela, com a adaptação para as exposições online dos programas, produto da pandemia causada pelo Covid-19, é obrigatório ousar nesse formato de gravação do programa.
Cenaberta inaugurou essa modalidade no Tocantins, com a exposição “O Antiquário Frankl” em 2021, que foi criada na Sala Sinhozinho, cinema municipal de Palmas, e que circulou em dez municípios (Palmas, Araguaína, Tocantinópolis, Gurupi, Paraíso do Tocantins, Barrolândia, Miracema do Tocantins, Sítio Novo, Divinópolis e Porto Nacional).
A nova modalidade ganhou com muitos aplausos. Foi até decidido produzir para o Festival de Teatro da Amazônia, onde o Festival foi inaugurado.
Programa
Para o professor Sonielson Luciano de Sousa, mestre em comunicação e sociedade e filósofo, também psicólogo clínico, a exposição Antiquário Frankl é um filme altamente intelectual. “Tem vários conceitos, como a repressão às sombras (conteúdo que está no subconsciente que se manifesta a qualquer momento), tem personagens, paranoia, criação de cenários intelectuais fantasiosos e contágio psíquico, do ponto de vista da psicologia. Uma pintura muito rica para ser capaz de fazer muitos fenômenos intelectuais”, disse ele.
Oficinas
Além das exposições, a comissão também incluiu oficinas de pintura teatral para muitos estudiosos de aldeias que não têm acesso ao teatro, a maioria dos quais nunca teve a oportunidade de assistir a produções artísticas através de artistas tocantinenses. “Gostei da apresentação de hoje, todo mundo está lá parabéns, já estamos procurando mais apresentações. Éramos elétricos na cadeira, falando sobre a história, o suspense. Acho que só existem esses tipos de pinturas em São Paulo e tenho orgulho de saber que nossa regional tem isso”, disse a estudante Gabriela Ribeiro Gomes, que sonha em ser atriz e ultimamente está cursando o 8º ano do Colégio Diaconízio Militar. Bezerra da Silva, de Paraíso do Tocantins.
A partir de agora, a Cenaberta também lança sua nova exposição teatral neste formato de “cineteatro”: “De Caso com a Solidão”, que é apresentada nas escolas públicas de seis municípios do interior do estado: Barrolândia, Gurupi, Miracema, Sítio Novo, Divinópolis e Porto Nacional. “Assim, a geração virtual é um componente das artes cênicas e melhora e se expande para o teatro. Uma vitória naqueles tempos difíceis em que todos os artistas tiveram que se reinventar”, concluiu Bell Gama.
Projetar
Os dois projetos, da exposição “O Antiquário Frankl” e “De Caso com a Solidão” são patrocinados por meio da Lei Aldir Branca, por meio do Governo do Tocantins, com a colaboração do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial de Cultura e Fundo Nacional de Cultura.