O ator Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira (30/05), no Rio de Janeiro. Aos 88 anos, ele está se recuperando de um derrame, sofrido em 2020. Milton deu vida a muitos personagens e também se destacou na defesa da categoria artística e pelo movimento negro.
Nascido em 9 de janeiro de 1934, na pequena cidade de Monte Santo, em Minas Gerais, filho de camponeses, estabeleceu-se com seu círculo de parentes em São Paulo, onde foi aprendiz como sapateiro, alfaiate e impressor. teatro para jovens e amadores e estreou profissionalmente em 1957, no mítico Teatro de Arena, na peça Ratos e Homens. Depois de uma turnê nacional, ele foi morar no Rio.
“Eu suportei todas as desventuras compreensivas, mas não aceitando, preconceito racial, que tem sido um trauma na minha vida. Então, o teatro é a grande salvação para mim”, revelou, em entrevista ao site Memória Globo.
Milton participou do primeiro casting de atores da Globo. Chegou à emissora a convite do ator e diretor Otávio Graça Mello, cujo parceiro fez nas filmagens do filme Grande Sertão (1965), os irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira. Dirigida por Graça Mello, participou das primeiras experiências dramatúrgicas da Globo: a série Rua da Matriz, com Lygia Nunes, Hélio Tys e Moysés Weltman, e a novela Rosinha do Sobrado, passando por Moysés Weltman.
Estreou como diretor de televisão na telenovela Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair. A partir daí, participou de diversas produções do spa: Professor Leão, da Vila Sésamo para jovens (1972); Dr. Percival, de Pecado Capital (1975); Filé, de Gabriela (1975), de Walter George Durst; dirigiu os primeiros capítulos de Selva de Pedra (1972), de Janete Clair; e, em Roque Santeiro (1985), através de Dias Gomes, interpretou o promotor Lourival Prata.
Milton também esteve em extensa produção cinematográfica. Foram mais de 50 títulos como Cinco Vezes Favela (1962), Gimba, presidente dos Braves (1963), A Rainha Diaba (1974), O Beijo da Mulher Aranha (1985), O que é, Compañero?(1997), Carandirú (2003).
Em 2011, trabalhou na telenovela Insensato Coração, através de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, no papel de Gregorio Gurgel. No ano seguinte, ele voltaria a estrelar uma trama de época, apostando em Afonso Nascimento, em Lado a Lado, novela de João Ximenes Braga e Claudia Lage, que ganhou o Prêmio Emmy Internacional. Participou também do Pega Pega (2017), como Cristovão, e O Tempo Não Para (2018), como Eliseu.
Milton atuou na política, concorrendo ao governo do Rio em 1994. Também foi superintendente da Rádio Nacional na década de 1980. “Rádio Nacional é a rádio da minha infância. Eu ouvia suas novelas, com minha mãe passando roupas, com este ferro quente. É uma estação de rádio que chegou a todo o Brasil.
A morte do ator ressoou nas redes, vários artistas se despediram dele e lembraram de seu legado à cultura brasileira.
“Sinto-me privilegiado por ter notado você em um nível, por ter testemunhado todo o seu nível de inteligência e ter me encontrado assim no trabalho. Obrigado por ser uma inspiração e por seu espírito pioneiro. Aplausos calorosos, Milton Gonçalves!”escreveu Lázaro Ramos
“Quando alguém de tamanha importância se despede de nós, estou sem palavras, como agora. Milton Gonçalves foi um dos jogadores mais importantes que este país já teve. Milton faz parte da história da televisão brasileira. . Um gigante da nossa cultura. Um profissional de gênio, sublime e brilhante. Eram muitos cenários juntos, muitas histórias, muitas famílias. Descanse em paz, meu precioso colega. Muito obrigado por tanto, você é eterno”, disse Zezé Motta.
“Um gigante está nos deixando! Saia em paz e com massas de luz, Milton Gonçalves. Um dos maiores atores da televisão brasileira!Milton morreu hoje, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Minhas condolências ao círculo de familiares e amigos”, disse o dramaturgo e Walcyr Carrasco.
“Milton. seu legado é eterno. Tantas portas que você abriu com seu talento, sua perseverança, suas veias que saltam. Sinto-me reverenciado por ter seu olhar para se banhar. Ele era meu pai dentro e fora do palco. Seu pioneiro celebrará o espírito. Muito amor por você”, escreveu Camila Pitanga.
O velório acontecerá nesta terça-feira (31), aberto ao público, a partir das 9h30, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
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