Para os comediantes brasileiros, participar do festival “Netflix é uma Piada” é um passo vital em suas carreiras.

Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles

A programação inclui mais de 280 eventos em 30 locais da cidade, desde os maiores estádios como Dodger Stadium, Forum, Crypto. com Arena e Hollywood Bowl até o Major Los Angeles Theaters. De acordo com a Netflix, “é a maior comédia do planeta, provavelmente”.

Entre os dez brasileiros, com estilo próprio, estão alguns dos nomes máximos cancelados e discutíveis da comédia (se não redundantes); bem como uma combinação de artistas que vivem no Brasil e nos Estados Unidos. Bruna Louise, Carol Zoccoli, Diogo Portugal, Fabiano Cambota, Léo Lins, Rafinha Bastos, Manu Maciel, Maurício Meirelles, Murilo Couto e Rodrigo Marques assumiram o nível da conhecida Fábrica da Risada, um clássico show runner onde artistas como Jerry Seinfeld, Chris Rock, Ellen DeGeneres, Eddie Murphy, Jay Leno, David Letterman, entre muitas outras lendas da comédia passaram.

“Acho que é um passo vital para a comédia brasileira poder entrar em um festival desse tamanho pela primeira vez, com essa importância”, disse Fabiano Cambota à RFI. “Prefiro pensar que é um passo vital porque estou participando”, explicou. “Se eu fosse outra pessoa, diria que não é tanto, mas como sou eu, preciso colocar um preço em tudo o que está acontecendo, porque eu gosto de estar aqui”, disse Cambota, em um tom delicioso.

Ocupação em risco

Nesses momentos em que os atores são agredidos no exercício de sua profissão, os brasileiros não se sentem intimidados quando se expressam no palco. No show, tudo pode ser uma piada em seus lábios, adicionando as exigências que muitos comediantes trazem para suas costas. Na verdade, eles até citam casos judiciais como uma espécie de certificação. Aqueles que não precisam divulgar isso, como dizem os comediantes, fariam melhor não pagar a cédula.

“O julgamento da tira de quadrinhos é uma espécie de OAB, se você não tem um julgamento, você não é aceito na organização dos quadrinhos”, brinca Cambota, que já foi denunciado.

“Que eles nos informem para que levemos um pouco mais ao valor facial, porque na grande maioria dos casos ganhamos (os julgamentos)”, diz ele. “As pessoas entenderam que não se tratava apenas de liberdade de expressão, . . . é uma piada muito menos dolorosa do que um comentário sério, do que uma exposição de fatos existentes”, disse o goiense. . “

Mas nem todos aceitam ironia. Em pouco mais de um mês, dois casos abalaram Hollywood. O soco de Will Smith para Chris Rock na parte de trás do Oscar levantou a questão de se a piada tem um limite. Maurício Meirelles e Léo Lins, outros dois atores que se reúnem, estiveram no Hollywood Bowl na última terça-feira (3) e testemunharam o momento em que um cara subiu ao nível e derrubou o astro dave Chappelle.

“Se não fosse um trabalho arriscado, até se tornou, talvez, pior do que no MMA, porque então você sabe que vai até lá para vencê-lo, e não no show de comédia”, diz Lins. “As pessoas criticam piadas, dizendo que o gibi é um animal e eu acho que você vai ter que ser tratado como um animal, você vai ter que colocar uma grade na frente do nível para isolar o gibi”, diz ele.

Para Meirelles, os ataques aos comediantes são uma consequência do que é transmitido atualmente nas redes sociais. “É uma multidão que não se conforma com o contraditório e quer deixar pra lá”, disse o brasileiro. “A pior coisa para mim não é o cara que está negligenciando, baseado em um impulso ruim”, ele pensa. “O que mais me incomoda são as outras pessoas que estão em casa, que estão lá para pensar sobre isso e continuar a corroborar isso”, diz ele. Então eles vêm para criticar os políticos x e y, e eles fazem o mesmo”, diz ele. “Para mim, o desafio é corroborar a violência”, diz Meirelles.

Mulheres no auge e o público brasileiro

As mulheres ainda são uma minoria nesse ambiente, mas são as maiores cenas de comédia e fazem isso bem. Três brasileiros fazem parte do time de comédia da “Netflix é uma piada”: Bruna Louise, Manu Maciel e Carol Zoccoli. Manu e Carol moram nos Estados Unidos.

“Acontece que temos que nos transformar que podemos estar lá”, diz Carol Zoccoli. Ela lembra que quando começou no Brasil, era uma das únicas mulheres no nível e tinha que ser informada sobre como lidar com aqueles que interrompiam, “o cara na plateia que gritava”. “Passei pela exposição e disse ‘boa noite’, e o cara gritou, chateado”, lembra Zoccoli. Situações

Tanto a verdade brasileira quanto as comparações com a vida nos Estados Unidos foram nas piadas dos comediantes, que adaptaram seus shows para um público que vive no exterior, mas tem as mesmas referências. Pessoas que podem ter perdido laços com o Brasil, mas que reagem às piadas. É muito difícil ver um show americano tão animado. Com cerca de trezentos espectadores em sessão, os aplausos engrossaram e, sem dúvida, animaram a noite de Hollywood.

“Eu vi Dave Chappelle, Chris Rock lá também naquele momento fatídico. Havia 18 mil pessoas”, diz Meirelles, que considera Chappelle “o maior cara do mundo”. “O ponto de comédia do cara é mil vezes melhor. “no entanto, o público, o poder do brasileiro, é outra parada”, diz com admiração. “Temos uma parada muito especial”, conclui Meirelles.

estrelas internacionais

Além de comédias e monólogos, o festival também trouxe conversas, gravações de podcasts, leituras de roteiro e performances. Entre as estrelas da ocasião estão Kevin Hart, Larry David, John Mulaney, Tina Fey e Amy Poehler, David Letterman, Pete Davidson, Amy Schumer, Jane Fonda e Lily Tomlin, Wanda Sykes, Patton Oswalt, Conan O’Brien, Margaret Cho, Bill Burr, entre outros.

Algumas dessas demonstrações serão gravadas para streaming na Netflix, e a performance de Gabriel “Fluffy” Iglesias que fez história com o primeiro comediante stand-up a ser apresentado no Dodger Stadium será adicionada.

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