Defensora dos direitos humanos vê falta de vagas em creches públicas do Rio

Com a melhoria do epidemiológico do Covid-19 e a retomada das atividades econômicas, um desafio social reaparece no Rio de Janeiro: a falta de vagas em creches públicas.

Uma investigação da Defensoria Pública do Estado (DPRJ) indica que este ano – até abril – o número de recursos no quadro semelhante ao tema já supera em 30,5% o número total de inscrições para 2021.

No ano passado foram 1. 195 inscrições para vagas ou pedidos de transferência para creche e pré-escola, enquanto este ano o número chegou a 1. 559 nos primeiros 4 meses.

A relação com a pandemia também parece ser de anos anteriores. Em 2019, foram oferecidos 5. 334 atendimentos infantis pelo DPRJ e, em 2020, o total caiu para 2. 730.

Durante todo o período analisado pelo DPRJ, desde 2018, o número de atendimentos em busca de vaga em creche pública chega a 12. 360. Do total de defesa de outras pessoas neste caso, 94% são mulheres e 60,7% são negras. As mulheres solteiras representam 62,9% e uma parte são jovens entre 25 e 34 anos.

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Oeste do Rio é a região mais afetada pelo problema. Segundo a Ouvidoria de Direitos Humanos, os centros mais difíceis são Jacarepaguá (3. 610 participantes) e Campo Grande (2. 182).

Na investigação por comunidade onde o vácuo foi solicitado, Campo Grande está na liderança, com 841, seguido por Jacarepaguá (672), Taquara (627), Guaratiba (609), Curicica (594) e Santa Cruz (384), todas na zona oeste.

Segundo o relatório, a falta de moradias desocupadas na Zona Oeste é constante e a população vive lá há muitos anos, com 30,5% dos entrevistados vivendo na mesma frente por até cinco anos e 34% há mais de 20 anos.

“Essa não é uma demanda nova, o que forçaria a cidade do Rio de Janeiro a tomar medidas imprevistas. Pelo contrário, a falta de investimento no domínio é algo que pode ter sido preenchido ao longo dos anos”, diz o documento do DPRJ. fora.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informa a abertura de 11 mil novas vagas em creches desde o ano passado, somando 6 mil no Oeste, à gestão passada que abriu 8 mil vagas em 4 anos. Como resultado, a capacidade de atendimento da rede municipal é de 94 mil crianças.

A secretaria informou que nos próximos meses será apresentado um novo chamamento público, o quarto da gestão existente, para a abertura de vagas, com o registro de instituições de cônjuge.

“Todos os estabelecimentos interessados que atendam às necessidades de oferta de vagas para a rede municipal devem formar uma aliança com a PME. Isso significa que a secretaria e organizações da sociedade civil sem fins lucrativos estão gerando um esforço sem precedentes entre o governo municipal e a sociedade civil concertada”, explicou o secretário municipal de Educação.

O coordenador juvenil do DPRJ, Rodrigo Azambuja, lembra que não é responsabilidade legal do Estado garantir a escolaridade de crianças menores de cinco anos, mas o fator será debatido no Supremo Tribunal Federal (STF), durante a votação em plenário do recurso ordinário 1008166.

“A Defensoria Pública atua como amiga do Tribunal e protegerá a tese de que a escolaridade entre 0 e 3 anos não é obrigatória, cabe ao Poder Público garantir um vácuo em caso de manifestação de interesse no serviço de oferta educacional, constituindo um direito subjetivo de nossas crianças”, disse Azambuja.

Para ele, a falha do Estado em prover acesso universal à creche tem um efeito negativo sobre crianças e mães.

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