Le Monde o desprezo pela morte do congolês Moïse, “símbolo de agressão racista no Brasil”

A correspondente do jornal na capital fluminense, Anne Vigna, escreve que a garçom de 24 anos se tornou símbolo de agressão racista no Brasil. No país, “três quartos dos mortos são negros”, disse ele.

O Le Monde lembra que as cenas da morte de Moisés dominaram os jornais da televisão e viralizaram nas redes sociais. As imagens das câmeras de segurança do quiosque onde o jovem trabalhava mostram ele sendo espancado até a morte por três homens.

Na época, nenhuma investigação foi aberta pela polícia do Rio, lembra a reportagem. Foi só após as manifestações organizadas através do círculo de familiares e amigos de Moisés que o governo se mobilizou. A opinião pública afetada pelas alegações e milhares de outros foram às ruas. para denunciar a violência, que agora está sendo investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Segundo o jornal, a cor da pele de Moisés explica a natureza do crime: “75,5% das vítimas de homicídio em 2020 eram negras”, disse ele. “Se Moisés fosse branco, ele estaria vivo hoje, tenho certeza. No Brasil, se alguém bate em um negro, todo mundo pensa que ele é um ladrão e ninguém reage”, disse Sammy, irmão mais velho de Moisés, em entrevista ao jornal Le Monde.

O correspondente descreve que hoje, em algumas ruas onde o congolês foi espancado até a morte, o grafite o retrata exibindo a palavra “justiça”. atividades descritas como trabalho duro forçado por pesquisadores. De acordo com as estatísticas mais recentes das autoridades locais, que datam de 2021, outras 1663 pessoas estão em situações semelhantes ao trabalho forçado, 82% das quais são negras.

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