Ação policial em Mato Grosso do Sul deixa pelo menos um usuário indígena ferido

A repressão da polícia militar para retomar o território de Guapoy, no município de Amambaí (MS), que tomou posição na última sexta-feira, deixou pelo menos um morto e 10 feridos. É provável que o número seja maior, dependendo da entidade indígena.

A morte de Vito Fernandes, 42 anos, foi registrada através do serviço social do Hospital Regional de Amambaí. Ele morreu de intervenção policial. Ele chegou ao hospital sem vida, com 3 ferimentos de bala através de sua pintura. Sua pintura foi transferida para o Instituto Médico Legal. (IML) de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul.

O Hospital de Amambaí também mostrou que recebeu alta de 3 indígenas feridos e transferiu outros quatro, mais gravemente feridos, para hospitais mais estruturados da região. Três policiais também foram atendidos, mas tiveram alta após seis horas de observação.

Além disso, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) fala de três indígenas desaparecidos, dois e uma criança de sete anos.

Aty Guasu, a maior entidade representativa do Guarani Kaiowá, publicou em nota que dois jovens foram mortos. “Já há dois mortos, e o número pode ser pouco maior (a rede diz pelo menos quatro), e pelo menos 10 feridos. “, dizia o texto.

A organização informou que policiais militares e homens armados contratados através de pastores expulsaram outros indígenas que tinham acabado de assumir o controle do belo território sem uma ordem judicial para recuperação. A organização também informou que policiais tentaram salvar o remédio para dois feridos no Hospital Amambai.

Em nota, a entidade indígena afirma “o direito à vida e que a delimitação seja realizada”.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), quadro ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse temer que o confronto “evolua rapidamente” para um novo banho de sangue contra os Guarani Kaiowá, como o de Caarapó, no Mato Grosso do Sul, em 2016. Naquela época, os camponeses reagiram depois que os índios tomaram a fazenda Yvu. Cem homens armados invadiram o território, matando um indígena e ferindo pelo menos outros seis.

“O CIMI solicita urgentemente a participação dos órgãos federais, bem como do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), para encenar e investigar os episódios”, escreve a instituição indígena. A Polícia Federal (PF) anunciou que enviará policiais ao local.

Na região violenta, as tensões aumentaram após a morte de um indígena guarani de 18 anos em 21 de maio. De acordo com o Cimi, Alex Lopes foi morto enquanto ia buscar lenha às margens do Taquaperi TI, onde morava. Ele teria disparado cinco vezes e seu quadro foi transportado através da fronteira para o Paraguai, a cerca de 10 quilômetros do local de sua morte. Até agora, ninguém foi preso e o caso permanece sem solução.

O Cimi especifica que a Terra Indígena Amambaí (TI) é o momento mais populoso de Mato Grosso do Sul, com 10 mil indígenas. O território de Guapoy, retomado no dia 23, é através do Guarani Kaiowá como terra ancestral deixada ao ar livre a demarcação da TI.

Nascida em Mato Grosso do Sul, a coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Eloy Terena, disse que “o Estado de Direito falhou” em Mato Grosso do Sul. A polícia do exército, em um regime de autodefesa de proprietários de terras, anuncia despejos sem uma ordem judicial. Tem rotina. Um estado onde a pobreza nauça reina responsável pelo sangue indígena”, publicou o advogado em seu perfil no Twitter.

Terena também acusou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e a senadora e candidata à presidência Simone Tebet (MDB), cuja base política está em Mato Grosso do Sul. Atacam os Guarani Kaiowá! Sob o pretexto de cumprir a lei, eles estão agindo com ordem judicial, desafiando a decisão do STF”, disse o líder indígena.

Brasil de Fato foi colocado para o cargo de Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública e da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Até o momento da publicação desta reportagem, no entanto, não houve resposta. Ele está aberto para estágios.

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