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Liberdade financeira
O atual chefe da Caixa está no cargo desde janeiro de 2019 e chegou ao cargo por recomendação de Guedes.
BRASÍLIA (Reuters) – O governo deve nomear a atual secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, para chefiar a Caixa Econômica Federal, após uma crise por alegações de assédio contra o atual presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do caso.
Guimarães está sob investigação do Ministério Público Federal após denúncias de assédio sexual contra trabalhadores da instituição, publicou a Metropoles nesta terça-feira. Segundo Array, a investigação do MPF é confidencial.
Considerada a mão direita do ministro da Economia Paulo Guedes, Daniella é assessora especial do ministério desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro e assumiu a secretaria especial de produtividade em fevereiro deste ano.
Entre as medidas seguidas sob sua liderança na secretaria está um programa de empreendedorismo e créditos para mulheres.
Formada em administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e MBA em finanças pelo IBMEC/RJ, Daniella atua no mercado monetário há 20 anos. Antes das posições do governo, ela era esposa e diretora de fundos de investimento.
Fontes do assunto disseram à Reuters que Guimarães se aposentaria na quarta-feira.
O atual chefe da Caixa está no cargo desde janeiro de 2019 e chegou ao cargo por recomendação de Guedes.
Segundo reportagem da Metropoles, que entrevistou anonimamente os trabalhadores que supostamente sofreram os abusos, Guimarães, um dos funcionários do governo mais próximo do presidente Jair Bolsonaro, se comportou de forma inadequada. Eles citaram toques íntimos não autorizados, convites para jantares e outros encontros.
Quando contatada, a Caixa e o braço de comunicação da Presidência não responderam ao pedido de comentário da Reuters.
Segundo uma das fontes, uma das considerações dos aliados de Bolsonaro é que o caso será explorado na cruzada com o eleitorado feminino, na qual o presidente já tem lutado para ganhar votos, segundo pesquisas de intenção de voto.
Entidades que representam bancários e a Caixa organizaram um protesto esta tarde na porta da sede do banco, não sendo fácil a “demissão imediata” do presidente da entidade.
“Trata-se de uma conduta repugnante, que, se demonstrada por meio do Ministério Público Federal, exige que o governo competente imponha uma sanção exemplar – como a demissão – para que isso não aconteça novamente, independentemente do agente de plantão, não só no banco, mas em todos os demais órgãos da administração pública federal”, disse o Sindicato dos Trabalhadores do Banco de Brasília em nota.
A reclamação contrária a Guimarães vem em um momento em que a categoria está negociando negociações sociais com o setor bancário, não é fácil terminar com demissões, contratações e alívio da jornada de trabalho.
Durante a manifestação, trabalhadores da Caixa se vestiram de preto e entregaram flores aos seus companheiros.
“É muito chocante ver nossos colegas, que entraram comigo na Caixa em concurso público para pinturas para o progresso do país, estarem sujeitos a problemas tão graves”, disse Rachel Weber, pintora do banco estatal e diretora. a Federação Nacional das Associações de Funcionários da Caixa Econômica Federal (Fenae).
“Não podemos acreditar na dor que essas mulheres possivelmente sentiriam. Eu não tinha ideia de que condições tão graves também podem existir. É um dia muito complicado, mas ao mesmo tempo é ter orgulho dessas mulheres, de sua coragem e saber que juntas as mulheres podem derrubar (um presidente da Caixa)”, acrescentou.
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