Ressaca desliza a ponte até a praia de Tramandaí; dois outros estão danificados

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diário gaúcho

Costa Norte 13/06/2022 | 22:15Updado em 13/06/2022 | 22:15

Uma retroescavadeira que se movia de um lado para o outro na tarde de segunda-feira (13) às margens da praia de Tramandaí, cortando os escombros deixados após o complexo marinho entrar nas dunas neste fim de semana, causando danos.

Os habitantes de Tramandaí estão até acostumados com a ressaca do mar, um fenômeno não incomum no inverno, mas não vêem um episódio com tantos danos.

“Todo inverno há uma ressaca muito grande, mas não tenho esse tipo de dano há muito tempo”, diz Rafael Ruschel, 30 anos, dono de um quiosque construído no calçadão da Tramandaí.

Felizmente, o dano foi limitado à borda do mar. Três passarelas de acesso à faixa de areia foram danificadas, enquanto uma estava se afastando, as outras duas ainda estão de pé, embora vacilantes, além de serem movidas do domínio onde foram erguidas.

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Além disso, buracos e rachaduras são visualizados no calçadão construído há cerca de 4 anos pelo gabinete do prefeito, ao lado do letreiro colorido, comprometendo o cartão postal da cidade.

Mas o maior dano está escondido pelas cercas erguidas no final da Avenida da Igreja, principal acesso que liga a cidade à praia. Havia um muro de contenção, entre as dunas e a faixa de areia, cuja função era justamente prevenir o mar. Parte dela foi destruída, com cerca de 40 metros de comprimento, reduzida a blocos de concreto. Eram aquelas ruínas que a retroescavadeira estava coletando.

A destruição surpreendeu a aposentada Iloí da Rosa, 57 anos, que mora em Tramandaí há 14 anos. Acostumada a caminhar pela praia, ela se devastou quando viu que os becos haviam sido danificados.

— Eles não consertavam as passarelas há um ano. Eu vim e vim aqui cruzando essa destruição”, lamentou.

Ela aproveita para coletar conchas que, segundo ela, parecem maiores quando as ondas são mais intensas.

“Durante a ressaca que você teve em 2020, as conchas eram muito maiores do que esta”, disse ele.

Com o mar mais calmo na segunda-feira, Dennys Vieira, 43 anos, estava passeando com seu cachorro Boris pela Avenida Beira-Mar para apreciar o cenário. Um morador do quinto andar de uma construção voltada para o mar contou o pior momento na madrugada de domingo (12), quando acordou ao som do vento. Quando a madrugada quebrou e abriu a janela, ele se viu em frente a ondas gigantes – segundo a Marinha do Brasil, eles ultrapassaram 3 metros de altura no litoral sul do Brasil.

Em alguns trechos da avenida, garante Dennys, as ondas chegaram à calçada.

“São cenas, estamos espantados”, diz ele.

Funcionária imobiliária também em Beira-Mar, Pabiola Silva Walter, 35 anos, ouviu que o que vai acontecer nos próximos dias pode ser pior. Mas o discurso não está confirmado. De acordo com o Climatempo, o ciclone extratropical não deverá mais causar ressaca, pois já está no mar.

Esse Deus nós. Os mares superiores são normais, mas sem essa violência”, disse Pabiola.

O prejuízo a Tramandaí foi estimado em 300. 000 reais. As passarelas serão reformadas pelo próprio corredor da cidade. Para reconstruir o calçadão e o muro de contenção, será obrigatória a licitação do aluguel de empresas especializadas, que tomarão uma posição nos próximos dias.

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