O círculo de parentes do ex-advogado Deltan Dallagnol não é o único na mídia política nacional que acompanha os avanços na região da Gleba e o projeto de acordo de japuranã, nos municípios de Juara e Nova Bandeirantes, noroeste do Mato Grosso. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a intervir perante o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para a defesa dos ocupantes da terra.
O filho do presidente atuou em nome de um círculo de parentes aliados, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL-MT). O motivo da ação foi uma ação da Polícia Federal contra os proprietários de terras que ocupam parte do assentamento, cujo domínio se estende aos dois lados das terras pertencentes ao pai, tios e primos do ex-coordenador da Operação Lava-Jato, que coordenou as acusações contra o ex-presidente Lula. Deltan deixou a carreira de advogado e agora concorre como pré-candidato ao Podemos do Paraná.
Cattani deixou a União Brasil em março para se inscrever no PL, partido do presidente, uma semana após a reunião com Eduardo Bolsonaro e o diretor do INCRA, Giuseppe Serra Seca Vieira. Ele mora em um acampamento em Nova Mutum (MT), município a 193 quilômetros de Cuiabá. Em abril, Cattani apresentou Jair Bolsonaro à Comenda Filinto Müller, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, e se referiu à emissão de títulos do patrimônio rural. Alguns dias antes, Eduardo havia defendido a candidatura de Cattani para deputado federal.
De Olho nos Ruralistas publica, desde o dia 19, uma nova série sobre a face agrária do clã Dallagnol. Em 2019, o observatório revelou os modos de vida da terra na Amazônia. Agora ele relata investigações instauradas pelo próprio Incra, que envolvem um valor de 147 milhões de reais nas desapropriações de terras do pai de Deltan, tios e primos, agora acusados na Justiça. Jair Bolsonaro demitiu o presidente do município que decidiu as investigações: “O presidente do Incra que abriu investigações contra Dallagnol O círculo de parentes foi demitido por Bolsonaro”.
Segundo Waldomiro de Oliveira, um dos líderes dos colonos, a moção de Cattani buscava proteger os interesses dos camponeses que ocupavam irregularmente as terras da colônia. “São outras pessoas que compraram terras de ex-colonos”, diz ele. mais de vinte espaços dentro da terra destinada à reforma agrária. Ele diz que o acesso dos camponeses torna a agricultura praticada através de camponeses inviáveis, pois além de colocar a terra no mercado, cria polos de monocultura.
Essa ação conjunta entre o criador do Paraná, Gilberto Cattani e Eduardo Bolsonaro, foi mostrada pela primeira vez em reportagem através do jornalista Rubens Valente, no UOL. Na época, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizavam uma operação contrária à profissão anormal de terra em projetos do InCRA.
“Há uma falha no componente do município para a ocupação anormal”, diz Waldomiro ao De Olho nos Ruralistas. Diz-se que o filho do presidente fez história pelo seu namoro não público com Cattani. Os dois homens chegaram a se reunir com os líderes do INCRA em março, nove dias antes da associação do deputado estadual com o PL. Além da minuta do acordo de Japuranã, o notável fator também considera os PAs de Itanhangá e Itapurah.
Para justificar seu alinhamento, Cattani afirma que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) busca tirar terras dos produtores. Para reforçar a acusação, o deputado, que se apresenta como colono, mostrou uma foto de uma organização chamada FLN. Valente se a atribuição ao MST não é falsa, o deputado mato-grossense reagiu: “Bem, aí eu retiro o que eu disse, não é o MST, é a FLN, tá?Se você acha que é maior assim, se parece maior assim, então eu retiro o que eu disse, não é o MST, é a FLN. “
No tribunal eleitoral, Cattani se declarou um criador de animais de fazenda. Em 2018, ele disse ser dono de uma fazenda avaliada em 1 milhão de reais em Nova Mutum, 50 cabeças de animais de fazenda avaliados em 114 mil reais e um Fiat Uno avaliado em 28 mil reais. Ele não precisava chegar ao fundo dos canhões que se opõem aos camponeses que ocupam ilegalmente a terra. “Eu localizaria irregularidades em praticamente todas as muitas colônias, somando a minha, eu vivo em uma colônia”, disse ele.
Segundo Oliveira, há uma moção desses proprietários para que o INCRA não avance na regularização dos assentamentos: “Muitos deles estão convencidos de que é menos difícil para os antigos proprietários pedir a apreensão de terras e negociar com eles para ganhar isso”.
O parlamentar de Bolsonaro chegou a realizar uma audiência pública no dia 20, na Assembleia Legislativa, um dia após o início desta série de reportagens, para enfrentar o cenário do PA Japuranã. Durante a audiência, a presidente do arranjo da Serra Verde, Edna Santana, disse que as famílias sedentárias têm medo da família Dallagnol. O acordo é uma das muitas organizações que representam os cidadãos da área.
“Nós realmente não aceitamos com eles, precisamos que eles resolvam o desafio porque achamos que eles estão atrás de nós procurando nos usar como eles nos usaram milhões de vezes”, disse Edna, conforme relatado pelo jornalista Lázaro Thor ao site MidiaJur. . Ela diz que muitos membros são forçados a associar-se com a família do ex-procurador.
Durante a última semana, o De Olho nos Ruralistas publicou os principais pontos dos processos em que o INCRA exige a devolução das quantias pagas ao pai, tios e primos de Dallagnol por irregularidades na desapropriação de bens. No total, tentativas de autarky, em quatorze casos, para se opor à desapropriação de 17 haciendas. Segundo estimativas da agência, dos R$ 159 milhões pagos, R$ 147 milhões seriam supervalorizados, devido ao descumprimento de critérios de depreciação, como o tempo de profissão do domínio e seu desmatamento.
O Incra também considera que a divisão das propriedades, com várias sobreposições, não corresponde à verdade do arranjo: “Especialistas mostram ‘triplos’ de terras rurais pertencentes ao círculo de parentes de Dallagnol em Mato Grosso”. No caso do único pai de Deltan, o procurador aposentado do estado do Paraná, Agenor Dallagnol, o município busca o reembolso de 8 milhões de reais.
A série também mostra a extensão do desmatamento na Amazônia Legal, com mais detalhes do que o que publicamos em 2019, e a suspeita de que a família estendida se beneficiou de um esquema de corrupção existente no Interior do Incra.
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