Indigenista da ligação entre a pesca predatória no Vale do Javari e a prefeitura de Atalaia do Norte

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Indigenista Bruno Pereira – morto em 5 de junho de 2022 com o jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari (AM) – mapeando as ramificações na prefeitura de Atalaia do Norte (AM) da organização envolvida na caça ilegal e pesca predatória na Terra Indígena (TI) do Vale do Javari. A pesquisa foi realizada há pelo menos dois meses em parceria com ativistas ambientais e a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

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A morte de Dom Phillips foi a quinta incluída no programa Tim Lopes, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que investiga a morte de cães em sua prática profissional. Dom acompanhou o indigenista em uma expedição ao Vale do Javari, enquanto escrevia um ebook sobre como salvar a Amazônia, no qual se referia a violações dos direitos humanos na região.

Embora não seja um projeto do indigenista, Bruno costumava realizar pesquisas paralelas enquanto trabalhava coordenando a Fundação Nacional do Índio (Funai) na região. Em 2013, mapeou uma organização de comerciantes do município preocupados com a retenção de cartões para outros povos indígenas que se beneficiam de programas assistenciais, somando o Bolsa Família.

O levantamento detalhado lista uma rede de comerciantes, com suas respectivas instituições conhecidas por meio de georreferenciamento. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, resultando em uma operação policial primária. Entre os apontados na investigação, Dénis Linder Rojas de Paiva, dono da única loteria da cidade. Atualmente, Paiva (União Brasil) é o prefeito de Atalaia do Norte.

Durante a operação, cem cartões foram apreendidos com o chamado de povos indígenas de outros povos de cinco etnias para o status quo de Paiva e outros comerciantes locais. Equipes étnicas Matis e Mayorona. Eles foram forçados a entregar os cartões como garantia para obter as somas a que tinham direito.

Alguns investidores cobravam royalties aos nativos, cortando assim o valor a ser arrecadado e, consequentemente, o poder aquisitivo das vítimas. A representante da Univaja em Manaus, Yura Ní-Nawavo Marubo lembra que, na época, os investidores disseram que a medida para evitar inadimplência. Alguns índios levaram comida ao crédito e pagaram quando os lucros foram liberados através do governo. A edição é disputada por meio dos indígenas. Apesar da repercussão, nenhum comerciante foi condenado no tribunal.

Na investigação em curso, também iniciada a partir de processos judiciais indígenas, Bruno Pereira teria conhecido a participação de um secretário municipal e pelo menos 3 funcionários nomeados através do prefeito na invasão de TI para pesca predatória e caça. Um deles é parente de Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, preso como suspeito dos assassinatos do indígena e jornalista Dom Phillips.

Bruno obteve dados de povos indígenas sobre o movimento de invasores na TI do Vale do Javari. Eram apenas apelidos, como Caboclo, Sirinho e Guedão. A partir daí, a organização conseguiu identificar alguns dos servidores suspeitos, acrescentando um secretário. da administração municipal. Ao contrário das investigações que realizou nos mapas do Bolsa Família, desta vez o indigenista não foi investido com a cobertura do posto de coordenação da Funai. Ele estava mais exposto.

Sob condição de anonimato, o colaborador indigenista, em entrevista exclusiva à Abraji, deu os principais pontos dos movimentos dos envolvidos na invasão da Terra Indígena para caça e pesca predatória. Pirarucus e tracajás são as espécies mais valorizadas neste mercado subterrâneo, mas a organização também coleta ovos dessa espécie de tartaruga e caça mamíferos de médio porte, como a anta e o peccary, chamados de porcão pelos nativos.

Líder de Grupo

Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, é citado como líder local da maior organização de invasores na Terra Indígena. Ele pertence a um círculo de parentes ribeirinhos que vivem às margens do Rio Itacoaí, nas aldeias são Rafael e São Gabriel, localizadas a cerca de 26 quilômetros da frente do Vale do Javari. Um território de 85 mil quilômetros quadrados, onde vivem outros 26 grupos étnicos, somando 19 isolados. Pessoas não indígenas estão proibidas de acessar doleading, bem como qualquer pesca, caça, exploração madeireira ou mineração.

Embora tenha um espaço na Vila de São Gabriel, Pelado também tem um em Benjamin Constant, um lugar próximo à cidade de onde os barcos partem para Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Fica na margem peruana do rio Javari, em frente a Benjamin Constant, que é a Islândia, onde mora Rubens Villar Coelho, na Colômbia. Ligado ao tráfico de drogas, financia a pesca e a caça predatória.

Pelado, segundo a fonte ouvida pela Abraji, atuou como um elo nessa cadeia de economia ilícita, cooptando pescadores das comunidades vizinhas das duas cidades para expedições que passaram até 15 dias nela. Consistindo em mercadorias para o traficante, que os enviou para as cidades de Letícia, Colômbia, e Santa Rosa de Yavari, Peru. Nos países vizinhos, um quilo de arapaima pode ser resgatado até R$ 29 (US$ 6). Um tracajá não sai por menos de R$ 100. Uma dúzia de ovos deste quelonium são vendidos por até R$ 30 (6 $US).

Expedições de pesca e caça na TI são realizadas em lanchas capazes de encaixar até duas toneladas. O financista pagará pelo combustível, gelo e sal usados para embalar os animais mortos e até mesmo a compra de motores. Grupos de até seis pescadores tendem a esconder os barcos maiores nos igapós, próximos à terra local, de onde saem em canoas de madeira para não atrair a atenção dos inspetores, especialmente o momento em que o indigenista Bruno Pereira coordenou o trabalho.

Estritamente de acordo com a lei, prejudicou esta cadeia econômica ilícita. Segundo a ativista entrevistada pela Abraji, o financiamento de uma expedição gigante pode custar em média R$ 10. 000 (US$ 2. 000) a R$ 20. 000 (US$ 4. 000), garantindo um Benefício 4 vezes maior. No entanto, além de apreender peixes e tartarugas, Bruno também quebrou navios e seus motores, aumentando ainda mais as perdas da organização dos ladrões e a fúria dos predadores.

Para a fonte ouvida pela Abraji, não há dúvida de que o assassinato do indigenista está ligado à ação inflexível do ex-coordenador da Funai diante das atividades predatórias do grupo de criminosos. Ele cita como exemplo a execução de Maxciel. Pereira dos Santos em 6 de setembro de 2019. Ex-funcionário da Funai, onde também trabalhava com o índio, Santos atirou duas vezes na nuca enquanto pilotava sua motocicleta na Avenida da Amizade, estrada que liga a cidade brasileira de Tabatinga a Letícia, na Colômbia. O assassinato ocorreu duas semanas depois que Maxciel apreendeu um carregamento carregado com produtos de caça e pesca, avaliados em 100. 000 reais (20. 000 dólares). Quase 3 anos depois, o crime ainda não foi esclarecido.

O ativista afirma que Bruno Pereira forneceu ao jornalista Dom Phillips informações sobre relações suspeitas entre pescadores ilegais com tráfico de drogas e políticos da região. Dom escreve um e-book sobre ciência da computação de Javari Valley.

família juntos

Investigações da polícia federal sugerem que Pelado descreveu a execução do ambientalista como uma família, que havia acompanhado o jornalista britânico em um novo nível de pesquisa para o livro. Na manhã de 5 de junho de 2022, Bruno teria um compromisso, às 6h. , com Manoel Vitor Sabino da Costa, na vila de São Rafael. Mais conhecido como Churrasco, o líder dos pescadores é tio de Pelado.

Bruno queria que churrasco começasse o negócio de controle de arapaima na cidade de São Gabriel, onde a mãe de Pelado e três irmãos moram. ano, em lagos monitorados. Pelado se recusa a negociar com Bruno.

Naquela manhã, ao chegar em São Rafael, Bruno e Dom não localizaram Churrasco. Eu não estava na aldeia. Depois de tomar café da manhã na casa de um dos pescadores, eles deixaram a aldeia em direção a Atalaia do Norte, onde teriam um compromisso. No caminho ao longo do Rio Itacoaí, passaram pelo espaço de Oseney da Costa Oliveira, os dois santos, irmão de Pelado.

A casa gigante, construída sobre palafitas, está localizada 3 quilômetros depois da vila de São Gabriel, bastião do clã, e pouco antes de um trecho onde o rio tem duas curvas que se assemelham a um “s”. o indigenista deixou naquele momento. Pelado estava em seu barco, com um motor mais duro que o de Bruno.

É nesta passagem que coincidem as histórias de Pelado e do pescador Jefferson Lima da Silva. Embora tenham algumas contradições, nenhum deles admitiu ter atirado em Bruno e Dom logo após a primeira curva. Tudo indica que foram literalmente expulsos. Os pescadores usaram espingardas calibre 16, adicionando uma com munição trocada, que são usadas para caçar antas, peccaries e onças.

Neste tipo de munição, as balas de chumbo são derretidas para formar uma bala maior e mais coerente, que é reabastecida no cartucho. Assim, ao atirar, não há fragmentação. Bruno pilota o barco e bate nas costas, perdendo o controle. . Naquele momento, o navio desviou para a direita, entrando em um domínio de vegetação, um igapó. A experiência sugere que pouco tempo depois, Bruno e Dom foram baleados no peito. Retirado do barco e arrastado para a costa, o índio atirou no olho direito.

A partir daí, a polícia sai para juntar as peças para explicar o papel de cada um dos usuários envolvidos nas mortes, na ocultação do barco de Bruno e no desmembramento das vítimas. Já se sabe que os corpos foram levados em canoas na margem do rio, para um domínio que pode ser o jardim de Oseney, o irmão que nega qualquer envolvimento no crime. De lá, os restos humanos de Bruno e Dom foram arrastados por dois quilômetros e meio, na floresta, e enterrados em uma vala.

Até 1º de julho de 2022, a equipe da Polícia Federal coordenada pelo Delegado Domingos Sávio realizará uma reconstituição do crime para verificar a participação dos suspeitos no duplo homicídio. Outros parentes de Pelado e Oseney são suspeitos de envolvimento. no procedimento de ocultação dos corpos, que supostamente eram tratados como caça.

Em 24 de junho de 2022, agentes da Polícia Federal estiveram nas aldeias são Gabriel e São Rafael, onde invadiram as casas de Churrasco, sua mãe e outros três irmãos de Pelado. Com o apoio de ordens de busca e sequestro, eles garantiram 4 serras, dois facões e uma motosserra, além de duas canoas, e uma corda em que fios de sangue foram detectados pelo uso de luminol.

Os navios foram transportados para um armazém em Atalaia do Norte, onde especialistas estão trabalhando na coleta de impressões digitais e tecidos epiteliais. supostamente premeditado. Os testes foram enviados ao laboratório de análise da PF em Brasília.

CSI indígena

Os quadros técnicos da PF aderiram à participação ativa dos indígenas da TI do Vale do Javari na busca dos corpos de Bruno e Dom. Antes da polícia chegar, representantes da Univaja soaram o alarme sobre o desaparecimento do casal. pouco depois das nove horas da manhã de domingo, 5 de junho de 2022. É importante ressaltar que o fuso horário de Atalaia do Norte é inferior a duas horas em relação ao horário de Brasília. Logo depois, eles reuniram dados de que vários membros do círculo de parentes de Pelado tinham ido ao espaço de Oseney naquela manhã.

A partir daí, a ligação de Amarildo logo aparece como principal suspeito diante do relato das ameaças feitas pelo pescador aos indígenas. Estes são parentes do grupo étnico Matis que localizou o ponto onde os assassinos tomaram suas terras. parte da floresta densa para encher sacos e afundar o barco usado pelas vítimas. Assim que a descoberta é feita, a FP delimita a área de busca. Isso foi mostrado por seu companheiro pescador Jefferson. Os nativos também encontraram a mochila de Dom com roupas no igapó. Não havia livros de bolso na bolsa, no entanto, as roupas pertenciam ao jornalista.

Aliados de Bruno na investigação para reunir evidências das ramificações de Pelado com os traficantes colombianos e trabalhadores de Atalaia do Norte, os nativos da Univaja temem o mesmo destino que o indigenista e o jornalista britânico assim que a polícia concluir a investigação. Em 25 de junho de 2022, restavam 3 cães na área.

A equipe da Abraji enviou mensagens de WhatsApp para o telefone usado através do prefeito Denis de Paiva e do e-mail do gabinete para ouvir sua versão das suspeitas levantadas na investigação de Bruno, mas não obteve resposta. Paiva passou a semana passada em Manaus, segundo seu vereador, buscando recursos para o município. Na cidade, porém, diz-se que ele teria ido ao partido de Parintins para ver a disputa entre os bois Garantido e Caprichoso.

Programa Tim Lopes

Coordenado por meio da jornalista e ex-presidente da Abraji Angelina Nunes, o programa de Tim Lopes incluiu a morte do britânico Dom Phillips na lista de assassinatos de cães e comunicadores acompanhados pela Abraji e parceiros no programa, que é financiado através das Fundações Open Society. O programa leva o nome de Tim Lopes, jornalista da Globo assassinado por traficantes no Morro do Alemão, rio de Janeiro, há 20 anos. Desde o início do programa, em 2017, este é o quinto caso de assassinato de um no curso de suas pinturas apoiadas através do projeto.

A primeira é sobre o locutor Jefferson Pureza, 40, assassinado na noite de 17 de janeiro de 2018, com 3 balas no rosto enquanto descansava nas escadas de sua casa. O crime ocorreu em Edealina, interior de Goiás. De acordo com os depoimentos incluídos na investigação, o homicídio foi negociado por R$ 5 mil e um revólver calibre 38. Seis réus foram presos. Os três adolescentes envolvidos no crime terminaram as medidas socioeducativas e foram soltos meses depois. O dono do carro onde o crime foi negociado foi condenado a 14 anos. No entanto, o vereador designado e seu tutor, que levou os adolescentes ao político, foram absolvidos. A Promotoria do Trabalho recorreu e pediu um novo julgamento.

A morte do radialista Jairo de Souza, 43 anos, morreu enquanto subia as escadas que levava à Rádio Pérola FM em 21 de junho de 2018, caso do momento. O crime aconteceu em Bragança, no Pará, quando Jairo chegou aos quadros para dar sua exposição matinal “Show da Pérola”, transmitida das cinco da manhã às nove da manhã. Ele atirou duas vezes depois de passar por uma porta e subir alguns degraus. De acordo com uma investigação policial, a ordem de execução veio de um esquadrão da morte de dez homens e 30. 000 reais. Um conselheiro foi acusado de ser o mentor, mas ainda não houve julgamento. Eles foram acusados e, após vários recursos, aguardam julgamento em geral.

O terceiro caso é o do jornalista Lourenço (Léo) Veras, 52 anos, que foi morto na noite de 12 de fevereiro de 2020 por 12 tiros, enquanto jantava com sua família, no município paraguaio de Pedro Juan Caballero, na fronteira com a cidade de Ponta. Porã (MS) não houve julgamento.

A morte do blogueiro Givanildo Oliveira, 46, na noite de 7 de fevereiro de 2022, em Fortaleza, é o quarto caso do programa. As investigações mostraram que sua morte foi motivada pela publicação de uma nota, em seu portal Pirambu News, sobre uma operação policial que resultou na prisão de um traficante do Comando Vermelho (CV), que atuava na região de Areia Grossa. As investigações continuam.

*Enviados Especiais Tim Lopes em Atalaia do Norte (AM).

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